Reuters e Efe
WASHINGTON- O presidente Barack Obama e o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu se reuniram nesta terça-feira, 23, em um esforço para amenizar as tensões recentes entre os dois países, mas com poucas esperanças para qualquer novidade nas negociações de paz no Oriente Médio.
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A reunião começou pouco depois das 17h30 local (18h30 de Brasília), quando um sério Netanyahu chegou à Casa Branca em seu automóvel sem saudar os fotógrafos, e terminou 90 minutos depois. O encontro ocorreu um dia após Netanyahu ter defendido os 1.600 novos assentamentos judeus em Jerusalém Oriental, apesar das condenações por parte do governo americano.
O encontro entre os dois líderes foi marcado de última hora, já que Obama inicialmente havia previsto viajar nesta semana para a Indonésia e a Austrália, um giro que cancelou para estar presente na aprovação da lei da reforma da saúde.
Ambos os governos deram sinais de que querem deixar para trás a pior crise entre Washington e seu aliado mais próximo depois de Obama ter assumido o poder no ano passado, ainda que a reunião a portas fechadas e a ausência de discursos públicos aponte que as tensões continuam.
Washington pediu a Israel que "dê passos difíceis" para conseguir a retomada das negociações de paz com os palestinos, e que suspenda a expansão dos assentamentos em Jerusalém.
Na noite de segunda, contudo, Netanyahu afirmou em um discurso no Comitê de Assuntos Públicos americano-israelense (AIPAC), o principal lobby judeu na capital americana, que "o povo judeu construía em Jerusalém há 3.000 anos e o povo judeu constrói em Jerusalém hoje. Jerusalém não é um assentamento, é nossa capital".
A secretária de Estado americana Hillary Clinton, em um discurso para a mesma audiência, havia denunciado que a construção de novas residências "mina" a credibilidade dos Estados Unidos como mediador.
A diplomata e o premiê se reuniram na segunda, também a portas fechadas, no hotel onde Netanyahu está hospedado, após uma mudança de última hora na agenda inicial que previa o encontro no departamento de Estado.
O primeiro-ministro israelense também se encontrou com o vice-presidente americano Joe Biden - em uma conversação descrita pela Casa Branca como "franca e produtiva" - e com a presidente da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi.
Antes de se encontrar com Obama, Netanyahu afirmou a parlamentares americanos que temia que conversações de paz fossem adiadas por mais um ano, a menos que os palestinos desistam de sua demanda por um congelamento total de novos assentamentos judeus.
"Nós não podemos ficar presos por demandas ilógicas", disse o premiê durante um encontro na Câmara de Representantes com a presidente da casa, Nancy Pelosi, e outros líderes congressionais.
De acordo com oficiais palestinos, a política de Netanyahu foi a responsável por colocar as conversações de paz com Israel no limbo desde 2008.
Os palestinos desistiram de retomar negociações de paz indiretas com Israel, mediadas pelos EUA, duas semanas após o anúncio israelense de construir novos assentamentos judeus em Jerusalém Oriental.
Irã
Além da crise na relação bilateral e dos passos a dar para retomar as negociações de paz com os palestinos, os governantes haviam previsto abordar o programa nuclear iraniano, o qual Israel considera uma ameaça contra seu território e toda a região.
Em seu discurso no AIPAC, Netanyahu fez uma alusão a essa ameaça: Israel espera que a comunidade internacional atue "de modo rápido e decisivo" contra a ameaça nuclear iraniana, mas também tem o direito de se defender.
OS EUA, com o apoio dos Estados Unidos e da França, busca a imposição de sanções contra o Irã no Conselho de Segurança da ONU, embora até o momento dois membros permanentes, Rússia e China, mantenham uma posição ambígua a respeito de restrições à República Islâmica.
Notícia atualizada às 22h01 para acréscimo de informações