MOSCOU - As sanções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) a serem aplicadas contra o Irã pelo controvertido programa nuclear deste país "estão completamente acordadas", informou nesta terça-feira, 8, uma fonte russa do órgão.
"As propostas de sanções contra o Irã foram completamente acordadas, disse a fonte sob condição de anonimato. "Não vemos nenhum problema relativo a isso. Na minha opinião, nunca houve problemas", acrescentou.
Também nesta terça-feira, o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, havia dito que o consenso sobre as sanções estava próximo. "Nós trabalhamos muito e acredito que a resolução esteja praticamente fechada", disse o premiê, alertando, porém, que as sanções não devem ser extremas. "Nosso ponto de vista é que essas decisões não devem ser excessivas e não devem deixar o povo iraniano em uma posição complicada, que ergueria barreiras na rota para a energia nuclear com fins pacíficos".
O secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, se disse otimista quanto a aprovação das sanções, que devem ser votadas na quarta-feira. "Acredito que não perdemos a oportunidade de impedir os iranianos de obter armas atômicas", disse Gates, acrescentando que a resolução será uma plataforma legal para que cada nação atue contra o Irã individualmente.
O Irã, porém, alertou a Rússia a não apoiar as novas sanções da ONU. "Não há um grande problema, mas eles devem ser cuidadosos de não ficarem do lado dos inimigos do povo iraniano", disse o presidente Mahmoud Ahmadinejad em entrevista coletiva em Istambul, onde participa de uma cúpula junto com Putin.
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Na ocasião, o iraniano também citou o acordo fechado com Turquia e Brasil há pouco menos de um mês, quando ficou estabelecido que o Irã enviaria 1.200 quilos de urânio pouco enriquecido (LEU, na sigla em inglês) para receber de volta 120 quilos de material nuclear pronto para uso civil. Segundo Ahmadinejad, o pacto é "uma oportunidade única que não voltará se não for aproveitada".
As sanções são pretendidas pelos temores de que Teerã mantenha o enriquecimento de urânio para produzir armas, o que é negado pelo governo da República Islâmica. O Irã já sofreu três pacotes de sanções do Conselho de Segurança.
Para ser aprovado, o quarto pacote deve receber nove votos a favor de 12 pareceres possíveis. Os membros permanentes do órgão - Rússia, EUA, China, França e Reino Unido - têm poder de veto sobre qualquer decisão do órgão.