A produção de vinhos e a inteligência artificial estão mais ligadas do que você imagina e, hoje, produtores utilizam a tecnologia para acompanhar vinhedos e até mesmo para descobrir qual tipo de vinho produzir para seu público.
IA facilita trabalho dos produtores
À BBC Internacional, a diretora de viticultura da vinícola norte-americana Foley Family Farms, Kara Maraden, contou que graças à tecnologia de IA pode verificar remotamente as necessidades de água de cada vinhedo a partir de seu laptop. “Posso entrar na internet e ver quais irrigações são necessárias em Santa Barbara, a 480 quilômetros de distância”, disse ela, que mora em Napa, a noroeste de São Francisco.
Sensores controlados por IA
Antes da inteligência artificial começar a ser utilizada pra estes fins, a avaliação das necessidades de água das videiras era feita por cálculo humano. Agora, sensores feitos por uma empresa de irrigação sediada na Califórnia são responsáveis por este trabalho.
Os sensores são colocados pelos vinhedos e medem níveis de umidade, temperaturas, velocidades do vento e outras variáveis ambientais.
Esses dados são inseridos no sistema de software de IA da empresa, que foi treinado para calcular quanta umidade irá evaporar do solo e das videiras sob diferentes condições climáticas. A partir disso, a IA determina quanta irrigação as videiras precisam e informa os gerentes do vinhedo por meio de uma notificação do aplicativo.
Tom Shapland, presidente-executivo da Tule, afirmou à BBC que os sensores também podem ajudar a superar a escassez de mão de obra. “A IA fornece um olhar atento no vinhedo 24 horas por dia, 7 dias por semana.”
IA na produção de vinhos
Uma vez que as uvas para a produção de vinho são colhidas, elas são levadas para a vinícola para fermentação. A IA também está envolvida nesse processo.
Um aplicativo da empresa de tecnologia Tastry, sediada na Califórnia, ajuda os produtores a fazer um vinho que um grande número de consumidores pode gostar. Isso acontece porque o software analisa a composição química do vinho e compara com um banco de dados de preferências de gosto de 248 milhões de bebedores de vinho dos Estados Unidos.
A ideia é que, com a inteligência artificial, os produtores tenham um vinho mais popular a partir de informações de vários vinhos base, variando a porcentagem de cada um até que um perfil de sabor ideal seja alcançado.