‘Milagre’ que salvou piloto ajudará a esclarecer queda de helicóptero que Caieiras, diz especialista

Casal que sofreu acidente foi achado sem vida. A filha, de 12 anos, e Edenilson Costa, que pilotava a aeronave, sobreviveram

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Foto do author José Maria Tomazela
Atualização:

O fato de o piloto Edenilson de Oliveira Costa ter sobrevivido à queda do helicóptero, em Caieiras, na Grande São Paulo, vai ajudar a investigação sobre as causas do acidente, afirma Maurício Pontes, assessor executivo da Associação Brasileira de Pilotos da Aviação Civil (Abrapac) e especialista em segurança de voo.

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“Além do milagre de ele ter sobrevivido, como a aeronave não tem caixa-preta, é a entrevista do piloto que ajudará a esclarecer o que aconteceu”, destacou.

No acidente, ocorrido no fim da noite de quinta-feira, 16, morreram o empresário André Feldman, de 50 anos, e sua mulher, Juliana Elisa Alves Maria Feldman, de 49. Além do piloto, sobreviveu a filha do casal, Betina Feldman, que completou 12 anos nesta sexta-feira, 17. Os dois foram resgatados por equipes de salvamento no local do acidente, em meio à mata.

A aeronave saiu de São Paulo na noite de quinta-feira (16) e sumiu por volta das 20h34. Helicóptero foi localizado às 6h15 desta sexta (17). Foto: Divulgacao/Bombeiros/Defesa Civil

Conforme Pontes, o piloto tem um grau de proteção do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) que permitem que ele forneça todas as informações que podem ser úteis para o esclarecimento do acidente.

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“A sobrevivência do piloto, nesse caso, será importante para a investigação. A informação do piloto narrando tudo o que ele se lembrar é muito importante. O público cobra respostas, mas ela só será dada com o final das investigações.”

O piloto e a filha do casal sobreviveram à queda do helicóptero Foto: Divulgacao/Bombeiros/Defesa Civil

O especialista avalia que ainda não é possível afirmar que o tempo ruim pode ter contribuído para o acidente.

“Há uma tríade: o fator humano, o fator material e o fator operacional. Cada um se ramifica em milhões de variáveis e subquestões que exigem minúcias da investigação. É um quebra-cabeça com milhões de peças. (O mau tempo) pode ter sido um fato contribuinte, mas de que forma? Vamos fazer uma analogia com o carro na chuva, que tem freio ABS, estabilizador e está tudo em ordem, mas vem um motociclista e atinge o veículo. Havia chuva, mas não necessariamente a chuva contribuiu para aquilo.”

Ele considera que o helicóptero é um dos mais seguros e preparados para voar, mesmo em condições meteorológicas adversas. “É um modelo robusto e vestátil. É um descendente do Esquilo, uma aeronave muito popular, porém mais avançado. Tem o rotor de carga protegido por carenagem, tecnologia embarcada que é padrão da aviação moderna. Basta dizer que é um modelo produzido pela divisão de asas rotativas da Airbus (Airbus Helicopters).”

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