Apesar da fase verde, teatros mantêm baixa expectativa para retomada com plateia

No Sesc, produções completas com plateia presencial apenas a partir de 2021; no Teatro Vivo e Porto Seguro seguem com programação virtual, Teatro Faap aguarda estabilidade no setor e Itaú Cultural reabrirá para exposições

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Por Leandro Nunes
Atualização:

Dentre os principais eventos culturais, o teatro ficou no fim de uma lista para o retorno às atividades. Nesta sexta, 9, a prefeitura anunciou a reabertura dos equipamentos culturais na fase verde da quarentena, a partir de sábado, 10, com 60% da capacidade, além dos protocolos de testagem e distanciamento social.

Atualmente, algumas produções já estão sendo transmitidas do palco, em formatos concisos, e sem plateia. Em 2018, a capital abrigou 1.638 peças e mais de 15 mil apresentações, segundo a consultoria JLeiva Cultura & Esporte. O número de produções é maior que o catálogo brasileiro de séries da Netflix (950), segundo o levantamento. 

No Teatro Faap, a peça 'O Topo da Montanha', com Lázaro Ramos e Taís Araújo, em 2015 Foto: ALEX SILVA/ESTADAO

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O Estadão ouviu gestores de teatros e de entidades culturais sobre o plano de retomada, mas ao contrário dos cinemas, o palco deve esperar um pouco mais para que o show recomece. 

Para o diretor regional do Sesc São Paulo, Danilo Santos de Miranda, os teatros das unidades só devem receber produções completas - com artistas no palco e plateia - em 2021. “Não se trata apenas de receber a audiência. Não é só sentar e assistir, mas entender como o público chega no teatro, quanto tempo fica, e a percepção de segurança que temos nessas ações, que pode ser antecipada com a chegada de uma vacina”, explica. 

No último mês, algumas unidades do Sesc iniciaram atendimento odontológico, ginástica e outras atividades agendadas. “Nos preparamos também para os restaurantes, mas é tudo gradual. As bibliotecas também devem retomar atendimento de empréstimo de livros, sem a permanência no local.”

De acordo com o protocolo, os teatros poderão funcionar com 60% da capacidade máxima, respeitando o distanciamento com dois lugares livres entre os espectadores. É possível sentar-se em distância inferior no caso de membros da mesma família. Para isso é preciso adquirir ingressos conjuntamente, no limite máximo de seis pessoas.

O Teatro Vivo e o Teatro Porto Seguro também não apresentam planos de retomada com plateia. Segundo o curador artístico André Acioli, as atividades prosseguem com a temporada online no Teatro Vivo, a partir do dia 17 com cinco espetáculos. Algo semelhante para o Porto Seguro. “Seguiremos com uma programação exclusivamente virtual”, afirma. 

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Para a gestora do Teatro Faap, Claudia Hamra, o espaço já foi adaptado e há interesse na retomada com o público, mas o protocolo não garante reabertura. “Estamos prontos para abrir e temos contratos assinados que devem estrear assim que percebermos estabilidade no setor cultural”, explica.

Uma das exceções é o espaço Itaú Cultural, que possui programação teatral e cultural variada. Segundo assessoria, a reabertura acontecerá a partir de terça, 13, mas sem retomada do teatro. “Apenas com as exposições que estavam em cartaz, por enquanto”, informou.

A direção do Teatro Unimed informou que o espaço continua fechado para público presencial até o dia 31 de dezembro deste ano, promovendo ações culturais em plataformas online. 

O Teatro Sérgio Cardoso afirmou, por meio de nota, que está em processo de negociação com futuras produções para elaboração da agenda.

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