Curitiba, a progressista e moderna capital paranaense, dispõe de um aeroporto reconhecido pela qualidade dos serviços que oferece, tanto que ocupa a quarta posição na mais recente edição do ranking global da AirHelp Score. O início da gestão da CCR Aeroportos traz, no entanto, a perspectiva de um passo decisivo para consolidá-lo cada vez mais como referência nacional e internacional: a construção de uma nova pista, com prazo de cinco anos para conclusão da obra, conforme previsto no contrato de concessão.
“A nova pista é um pleito que há muitos anos a indústria do Paraná vinha fazendo ao governo federal, e agora temos o prazer de ver esse projeto próximo da realização”, diz o gerente de Assuntos Estratégicos da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), João Arthur Mohr. O aeroporto já havia passado nos últimos anos por melhorias e ampliações na parte de terminais e estacionamentos, mas as limitações para pousos e decolagens o impediam de alcançar todo o seu potencial, tanto para o movimento de passageiros como para o transporte de cargas.
As duas pistas atuais, com extensão de 2,1 mil metros cada uma, são consideradas curtas para a altitude em que a cidade se encontra – 900 metros acima do nível do mar. Como a altitude reduz a eficiência dos processos de pouso e decolagem, o aeroporto precisa de uma pista mais longa para assegurar a operação de aeronaves de grande porte plenamente carregadas. Essa deficiência será resolvida com a construção da terceira pista, que terá 3 mil metros.
Terra de empreendedores
A obra trará benefícios significativos não só para os passageiros, mas também para o amplo ecossistema de indústrias e empresas atendidas pelo aeroporto. Será possível ter voos diretos de Curitiba para os Estados Unidos e a Europa, sem a necessidade de escala em outro aeroporto brasileiro, como vinha ocorrendo – especialmente em Guarulhos ou Viracopos, ambos no estado de São Paulo.
Hoje, para transportar cargas de Curitiba para o exterior via aérea, é preciso utilizar aviões menores, que vão até Guarulhos ou Viracopos, onde a carga é transferida para aeronaves maiores, ou usar aviões grandes desde Curitiba, mas sem carga e combustível plenos, que têm de ser completados em outro aeroporto antes de seguir viagem. De um jeito ou de outro, a logística exigida resulta em aumento da complexidade e dos custos em relação aos tão desejados voos diretos.
Será algo benéfico também para os passageiros. “Para viajar de Curitiba para a Europa ou os Estados Unidos, hoje, a gente precisa gastar um dia inteiro para ir e outro para voltar, por conta da conexão. Voos diretos vão facilitar muito esse trânsito e certamente será um critério que incentivará mais empresas globais a se instalarem no Paraná, pela facilidade de movimentação dos executivos”, projeta Mohr.
Atributos interessantes a favor da cidade não faltam: Curitiba é considerada uma das melhores cidades brasileiras para negócios. De acordo com o ranking Connected Smart Cities 2022, no qual ocupa a primeira posição do País como resultado da combinação de diversos indicadores, a capital paranaense destacou-se como a cidade mais empreendedora do Brasil, além de ser a segunda mais avançada em tecnologias da informação e da comunicação (TICs), a terceira em urbanismo, a oitava em meio ambiente e a nona em governança.
Economia dinâmica
Para o CEO da CCR Aeroportos, Fabio Russo Correa, a nova pista consolidará a vocação do aeroporto de Curitiba para ser um hub de logística – hoje, a nacionalização de cargas que vêm da China já acontece ali, por exemplo. “O aeroporto dispõe de infraestrutura adequada para isso e tem potencial para crescer muito mais”, explica o executivo.
Além da concessão do aeroporto de Curitiba, a CCR Aeroportos conquistou a gestão de três outros aeroportos do estado: o de Foz do Iguaçu, o de Londrina e o de Bacacheri, também na capital, voltado mais para a aviação executiva. “Queremos ser vistos como parceiros do desenvolvimento econômico paranaense, e estamos trabalhando todos os dias para caminhar nessa direção”, afirma o CEO.
É um esforço que vem sendo valorizado. “Nossas expectativas sobre a gestão da CCR Aeroportos são as melhores possíveis”, diz Camilo Turmina, presidente da Associação Comercial do Paraná, entidade com 132 anos de história. “É urgente trabalhar por mudanças que tragam cada vez mais dinamicidade econômica, com instituições sólidas e com ambiente legal que gere cada vez mais confiança para novos investimentos”, acrescenta.
Para saber mais:
Associação Comercial do Paraná
Esta reportagem faz parte de uma série produzida pelo Estadão Blue Studio para a CCR Aeroportos. Use os links abaixo para ler as matérias já publicadas:
Um novo caminho para os aeroportos do Brasil
Aeroporto de Navegantes, cercado de maravilhas
Um país com muita história pra contar
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.
Notícias em alta | Economia
Veja mais em economia