CONTEÚDO PATROCINADO

Dez anos de uma parceria público-privada que já aplicou mais de R$ 4,6 bilhões no SUS

Os benefícios que o PROADI-SUS proporciona ao sistema público de saúde transferindo conhecimento e experiência de cinco hospitais filantrópicos de excelência para o aperfeiçoamento institucional do SUS

Publicidade

PUBLICIDADE

Por PROADI-SUS
Atualização:
4 min de leitura

Uma parceria público-privada relevante do País, voltada ao setor da saúde, está completando dez anos e apresenta resultados importantes. Trata-se do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), que foi criado por lei em 2009 e é uma das três modalidades de contrapartida de instituições filantrópicas de saúde para os usuários do SUS.

Projeto já possibilitou a realização de mais de 7.600 procedimentos de alta complexidade 

Como o nome diz, o objetivo é o desenvolvimento institucional do SUS. Pelo Programa, instituições filantrópicas de excelência realizam projetos para o aperfeiçoamento do sistema público de saúde. Fazem isso com recursos próprios, com valor no mínimo igual ao da imunidade de contribuições sociais. Participam atualmente o Hospital Alemão Oswaldo Cruz, HCor, Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Moinhos de Vento e Hospital Sírio-Libanês.

Continua após a publicidade

Os projetos podem se enquadrar em cinco áreas: capacitação de recursos humanos; pesquisas de interesse público; estudos de avaliação e incorporação de tecnologias; desenvolvimento de técnicas e operação de gestão em serviços de saúde; apoio na gestão de hospitais públicos e assistência à saúde, voltada especialmente para tratamentos complexos como transplantes, cirurgia cardíaca pediátrica, cirurgia bariátrica e medicina fetal. Já foram realizados mais de 7.600 procedimentos de alta complexidade em dez anos de projeto.

O PROADI-SUS é uma das formas de instituições filantrópicas de saúde realizarem sua contrapartida para o SUS, sendo complementar ao modelo de prioridade de serviços prestados pelo qual hospitais filantrópicos oferecem 60% da sua capacidade de internação para pacientes do SUS.

Prestação de contas

Continua após a publicidade

O Programa é realizado em ciclos de três anos, e suas iniciativas partem de demandas aprovadas pelo Ministério da Saúde e pelos conselhos que representam as Secretarias Estaduais (CONASS) e Municipais de Saúde (CONASEMS).Até o momento, os hospitais aplicaram R$4,6 bilhões e outro R$1 bilhão será direcionado até o final de 2020. Somando os projetos que já foram concluídos e os que se encontram em andamento, são 550, que possuem execução com orçamento e metas aprovados pelo Ministério da Saúde e prestação de contas anual e ao final do projeto. A aplicação dos recursos e o cumprimento das metas são auditados pelos hospitais, por empresas de auditoria externa de primeiro nível e pelo Ministério da Saúde.

Em 2017, o PROADI-SUS passou por auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), que resultou em um Acórdão com recomendações para o aprimoramento de sua gestão e seu controle administrativo. As recomendações foram incorporadas ao Programa e o seu cumprimento foi atestado pelos ministros do TCU, que em abril deste ano decidiram, por unanimidade, arquivar a auditoria.

Os benefícios que essa parceria público-privada proporciona aos usuários do SUS e ao País são expressivos. Um dos projetos reduziu em 33,4% a taxa de infecções em UTIs de 119 hospitais públicos, gerando economia estimada em R$ 150 milhões ao cofres públicos em 18 meses

Continua após a publicidade

Mas o mais importante foi a redução das taxas de mortalidade associadas às infecções hospitalares em UTIs, que foi equivalente a mil vidas salvas. Há exemplos semelhantes em projetos envolvendo gestão para redução de tempo de atendimento em hospitais, telemedicina, pesquisa epidemiológica, transplantes, assistência farmacêutica e muitos outros (saiba mais aqui).

Continuidade aos projetos

Uma característica importante do PROADI-SUS é ser uma alavanca para o aperfeiçoamento do SUS, englobando os três entes federativos (União, Estados e Municípios). Desde que foi criado, em 2009, o Programa já passou pela gestão de sete ministros da Saúde, sendo que o próprio SUS ainda constitui uma construção recente, de apenas trinta anos.

Continua após a publicidade

O diretor geral do Hospital Israelita Albert Einstein, Henrique Neves, lembra que os hospitais filantrópicos que participam do Programa foram criados por imigrantes de origem alemã, síria, libanesa e judaica e acumulam uma história centenária de dedicação à saúde. “Eles nasceram com o desejo genuíno de contribuir para melhorar a saúde no Brasil”, ressalva Neves.

O secretário de Saúde do Pará e presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Alberto Beltrame, acredita que o PROADI-SUS representa um avanço nas relações do setor público de saúde com o setor privado filantrópico. “Com uma concepção audaciosa e inovadora para a época em que foi criado, o Programa tem se firmado ao longo desses anos como uma estratégia inteligente, sustentável e capaz de promover grande impacto nas políticas públicas de saúde”, explica.

O PROADI-SUS é uma das formas de instituições filantrópicas de saúde realizarem sua contrapartida para o SUS 

Continua após a publicidade

O secretário executivo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Mauro Guimarães Junqueira, concorda. “O PROADI-SUS viabiliza projetos de interesse do SUS que não teriam outra forma de ser realizados”, ressalta. “São projetos demandados pela sociedade, pelo Ministério da Saúde, representando a União; o Conass, no âmbito estadual; e o Conasems, no âmbito municipal. A cada triênio, esse grupo tripartite se reúne em busca de melhorias nos projetos em andamento e identificação de novos projetos que possam trazer maior impacto ao SUS.”

Acompanhamento da sociedade

O médico Marco Akerman, professor titular do Departamento de Política, Gestão e Saúde da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) e PhD em Epidemiologia e Saúde Pública pela Universidade de Londres, contextualiza o PROADI-SUS na evolução do sistema de saúde brasileiro.

Continua após a publicidade

“Em 1986, quando aconteceu a 8ª Conferência Nacional de Saúde, houve um debate entre os colegas sanitaristas sobre a criação no Brasil de um sistema de saúde parecido com o canadense ou com o inglês, em que o financiamento fosse totalmente público, com recursos do tesouro. São dois sistemas universais, muito bem-sucedidos na busca da equidade e da integralidade, embora hoje estejam sofrendo pressões por um grau maior de regulação e de privatização. A questão não avançou no Brasil e passou-se então a pensar num mix público-privado”, ele recorda. Segundo Akerman, o PROADI-SUS surgiu a partir dessa visão, e é importante que a sociedade acompanhe sua evolução e avalie se os recursos empregados proporcionam de fato benefícios ao setor da saúde no Brasil. “Eu, particularmente, considero que sim, pois são projetos impactantes”, ele diz.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.