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Força do streaming impulsiona mercado fonográfico e reforça importância de gravadoras

Plataformas digitais reduziram barreira de entrada, mas aumentaram concorrência para artistas serem ouvidos; assinaturas e publicidade digitais responderam por 86% do faturamento do setor no Brasil, com receita total de mais de R$ 2,5 bilhões

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Por Pro-Música Brasil; Estadão Blue Studio
Atualização:
4 min de leitura

Nunca foi tão fácil ouvir música quanto hoje em dia: bastam alguns cliques na tela de um celular para que qualquer pessoa possa começar a escutar suas canções favoritas por aí. A facilidade de uso e de acesso das plataformas de música digital não é algo que é bom só para o consumidor, mas também para o mercado fonográfico. Surgidas há pouco mais de uma década, as plataformas de streaming hoje respondem pela vasta maioria do faturamento do setor e ajudam a indústria a seguir crescendo, sendo capaz de investir em novos e veteranos artistas.

Globalmente, o faturamento da música digital atinge US$ 17,5 bilhões por ano, segundo dados referentes ao ano de 2022 emitidos pela Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI, na sigla em inglês), em um crescimento de 11,5% para a temporada anterior. Ao todo, receitas com assinaturas de serviços de streaming e publicidade exibida antes ou depois da reprodução das canções somam 67% de todo o faturamento da indústria da música.

Aqui no Brasil, essa fatia é ainda maior: o streaming responde por 86% do faturamento do setor, com movimento de R$ 2,2 bilhões em 2022, segundo dados da Pró-Música Brasil, entidade que representa as principais empresas atuantes no mercado fonográfico do País. Mais que isso, é graças ao mercado da música digital que as receitas do setor têm dobrado nos últimos quatro anos por aqui. “O streaming é um tremendo negócio e permitiu que o setor se organizasse, se desenvolvesse e atendesse uma pluralidade enorme de artistas, que antes tinham vários tipos de barreira de entrada para ter sua música num formato físico ou mesmo numa prateleira de loja”, avalia Paulo Rosa, presidente da Pró-Música Brasil.

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Se por um lado a barreira de entrada diminuiu, por outro a concorrência aumentou consideravelmente: todos os dias, cerca de 100 mil gravações são publicadas nas plataformas de música digital. Vários serviços disponíveis para qualquer pessoa contam hoje com uma biblioteca de mais de 100 milhões de músicas – o Spotify, por exemplo, afirma ter 8 milhões de artistas em seu catálogo. “É algo muito impressionante: nos tempos da mídia física, era difícil imaginar entrar numa loja e ter mais que 10 mil títulos, mesmo numa megastore. Essa competição reforça a importância das empresas que operam no setor, capazes de ajudar os artistas a se destacarem”, compara Paulo Rosa.

Globalmente, o faturamento da música digital atinge US$ 17,5 bilhões por ano, segundo dados emitidos pela Federação Internacional da Indústria Fonográfica Foto: Arte/Pró-M

Novos formatos

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Mais do que apenas diminuir a barreira de entrada para artistas, a música digital também trouxe à tona novos formatos de negócio. Se, antigamente, um cantor ou banda deveria assinar com uma gravadora ou tomar o difícil caminho da independência, hoje em dia há uma multiplicidade de formatos e parcerias, com empresas que cuidam de diferentes tarefas: é possível assinar com uma distribuidora, uma companhia que oferece serviços a artistas, uma gravadora independente ou mesmo uma companhia major.

Além disso, é possível escolher como cada acordo vai funcionar: há artistas que optam por fazer suas gravações sozinhos e contar com o apoio de um parceiro para distribuição global, enquanto outros usam serviços como assessoria de imprensa, marketing e licenciamento das gravadoras para fazer seu trabalho chegar até o maior número de ouvintes possível. Isso para não falar em modelos que incluem ainda adiantamentos das receitas ou outras áreas do negócio da música, como merchandising, turnês e patrocínios, sempre com níveis de investimento, colaboração e risco diferentes.

No Brasil, o streaming responde por 86% do faturamento do setor, com movimento de R$ 2,2 bilhões em 2022, segundo dados da Pró-Música Brasil Foto: rawpixel.com / Tong

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“A música sempre foi um negócio bastante arriscado, mas existe uma beleza hoje no fato de haver múltiplos modelos, dando liberdade para artistas e empresas atuarem da forma que melhor entenderem. De qualquer forma, acredito que vale a regra de sempre: o sucesso pode acontecer de forma espontânea, mas a manutenção dele exige investimentos”, diz Paulo Rosa. “Hoje, esse investimento precisa estar em várias áreas: na qualidade da gravação, no material de vídeo, nas redes sociais, até mesmo um investimento no lifestyle do artista, e isso tudo uma grande gravadora pode fazer. São empresas capazes de colocar 150 pessoas trabalhando para que esse negócio funcione, com muita expertise em marketing e promoção.”

Na visão de Rosa, porém, a concorrência existente no mercado hoje é mais do que saudável, ajudando o setor a crescer nos próximos anos. Para o presidente da Pró-Música Brasil, o streaming “seguirá como o formato dominante em termos da distribuição de música nos próximos anos”, a despeito de múltiplas discussões entre o setor fonográfico e a indústria de tecnologia sobre a parte que cabe a cada um nas receitas. “Sempre haverá essa discussão comercial, porque faz parte do negócio, da mesma forma que se discutia antigamente o preço da mídia física com o varejo”, diz o executivo, que vê com bons olhos o futuro da indústria fonográfica. “Em comparação com o que vivemos nas últimas décadas, num cenário de pessimismo e pirataria, estamos todos em melhores condições.”

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