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Líderes do RH: Por que é importante a inclusão de Pessoas com Deficiência nas empresas

Maior desafio que as organizações enfrentam é o acompanhamento intencional e inclusivo desse público

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Por Daniela Sagaz*/Mondelez; Estadão Blue Studio
Atualização:
6 min de leitura

De forma objetiva, a Lei de Cotas determina que as empresas tenham um número mínimo de Pessoas com Deficiência, incluindo pessoas reabilitadas pelo INSS, em sua força de trabalho, proporcional ao número total de colaboradores¹. Por exemplo, se uma empresa possui entre 100 e 200 colaboradores, deve destinar 2% das vagas para pessoas com deficiência. Já no caso de empresas com mais de 1001 funcionários, esse percentual aumenta para 5%. Apesar disso, apenas uma pequena parte das empresas brasileiras cumpre efetivamente essa cota estabelecida por lei. Infelizmente, é importante ressaltar que as posições ocupadas por este grupo ainda são predominantemente na base da hierarquia organizacional

Quando falamos de grupos sub-representados, obviamente precisamos seguir alguns passos muito importantes, como a preparação da liderança para receber esses colaboradores de forma inclusiva. E, no caso de pessoas com deficiência, existem ainda questões, como a acessibilidade nos espaços físicos.

A maioria das companhias quer trabalhar com quem tem uma deficiência física, mas que não exija tanta implicação ou sensibilidade para que ela execute suas funções. O mesmo não acontece com profissionais cuja deficiência tenha redução de mobilidade ou com deficiência intelectual, por exemplo.

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Por isso, o maior desafio que as organizações enfrentam é o acompanhamento intencional e inclusivo desse público. Muitas empresas buscam atingir a cota legal nos 45 minutos do segundo tempo para não ter que pagar um Termo de Ajuste de conduta (TAC), contratando muitas desses profissionais de uma vez, mas sem preparar a liderança para sejam realmente incluídas no espaço de trabalho.

Daniela Sagaz, Head de Diversidade, Equidade e Inclusão da Mondelez Brasil Foto: Divulgação/Mondelez

Um passo à frente

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Na Mondelez Brasil, podemos dizer que estamos um passo à frente. Passamos da fase do cumprimento legal da cota: somos 5,6% de Pessoas com Deficiência na organização. Agora, nosso foco está em aumentar esta representatividade nas posições de liderança.

Nossa estratégia é ir além, visando alcançar 8% de Pessoas com Deficiência na companhia até 2030, um quantitativo acima do exigido pela cota legal de 5%. Dessa forma, estaremos contribuindo para o importante propósito da diversidade e atuando como referência no país.

Outro diferencial da Mondelez Brasil é que somos uma das únicas empresas que subsidia 100% nos benefícios inclusivo, como cadeiras de roda, próteses, andadores/órteses para nossos colaboradores. Sem contar a flexibilidade que a gente já instituiu para esse público e para todos da organização e as várias frentes voltadas a esse público, como o Projeto Avatar, que visa garantir que, até em 2024, tenhamos 100% de acessibilidade em todos os sites da empresa.

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Novas ações

Ao longo da nossa jornada, tomamos consciência de que programas de desenvolvimento muito corporativos não dão certo. Então, precisamos trabalhar de fato a individualidade dessas pessoas. Recentemente realizamos uma semana ágil, chamada Evidence, focada em Pessoas com Deficiência. Nela, surgiu a frente de trabalho que elaborou um protótipo de ações nos pilares de atração, desenvolvimento, retenção e acolhimento.

Quando falamos de grupos sub-representados, precisamos seguir alguns passos importantes, como a preparação da liderança para recebê-los de forma inclusiva Foto: Dmytro Sheremeta

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Hoje, já temos capacitações específicas para esse público, como programas de mentoria para Pessoas com Deficiência identificadas como potenciais para acelerar o seu desenvolvimento, junto do nosso time de Recursos Humanos.

Todas essas medidas são extremamente necessárias na realidade desse público no país. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2022, realizada em parceria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e com o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), divulgada em julho deste ano, apenas 25,6% das pessoas com deficiência concluíram o Ensino Médio e apenas 7% têm Ensino Superior. Portanto, cabe a nós como corporação ser mais flexíveis e intencionais também, nos processos de recrutamento e seleção.

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Outra nova frente é voltada para a saúde desse público. Ainda que aqui na Mondelez Brasil já promovamos letramentos, capacitações, rodas de conversa e censos constantes para entender quais são as principais dores desses profissionais e quais são as frentes que nós precisamos focar para que eles se sintam mais incluídos e em sua totalidade, executando da melhor forma suas posições, agora vamos lançar um novo serviço voltado para a saúde mental de Pessoas com Deficiência. Isso, porque entendemos que é extremamente importante trabalhar a saúde mental para garantir o empoderamento dessas pessoas.

Já com o Projeto Einstein queremos incluir Pessoas com Deficiências intelectuais, principalmente com Síndrome de Down e Espectro Autista. Para isso, contratamos uma consultoria externa para nos apoiar, pois entendemos que é importante e necessário contratar diferentes tipos de deficiência.

Longo caminho

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Vale lembrar que, além dessas novas frentes, temos várias outras ações voltadas a esse público sendo realizadas há algum tempo, capacitações, letramentos, mentorias. Além disso, disponibilizamos programas específicos para aprender a linguagem de libras a qualquer colaborador da Mondelez Brasil que queira se inscrever, por meio de parceria com a Duolibras, escola de formação em Libras.

Também somos parceiros da Rede Empresarial de Inclusão Social (REIS), coalisão de empresas com compromisso público de inclusão e desenvolvimento de Pessoas com Deficiência no mercado de trabalho. Isso fortalece nossos compromissos, tanto internos quanto externos.

Temos ainda o Comitê de Pessoas com Deficiência, formado por colaboradores, que busca ampliar a inclusão de todos os tipos de deficiência, da acessibilidade à cultura e pessoas na empresa. Ele tem quatro iniciativas principais: MDLZ ProBen (subsídio de equipamentos), Projeto Hear Me (mapeia individualmente a saúde de pessoas com deficiência auditiva para direcionar casos com potencial habilitação ou reabilitação para especialistas), ICOM (plataforma de intermediação de conversas entre colegas PcDs auditivos com a ajuda de um intérprete virtual, usada em reuniões, feedbacks, treinamentos, campanhas e outros momentos de interação) e Mondelíbras (e-book para alfabetização básica em libras para colaboradores).

O comitê entende as dores de pessoas com deficiência, as necessidades de benefícios inclusivos, verifica a acessibilidade (em parceria com as áreas de Engenharia) e os processos de inclusão de Pessoas com Deficiências intelectuais e neuro diversas. Está envolvido, inclusive, em todas as iniciativas de Marketing para garantir representatividade em nossas ativações e campanhas. Neste ano, por exemplo, tivemos uma campanha de Lacta que trouxe à tona a importância do uso da linguagem de sinais (LIBRAS).

Todos esses esforços já nos trouxeram reconhecimentos internos e externos. Este ano, fomos apontados como a terceira melhor empresa de bens de consumo para pessoas com deficiência trabalhar pela pesquisa Ethos/Época de Diversidade, Equidade e Inclusão. Participaram a premiação empresas como Avon, Sodexo, Pepsico, Accenture, PwC, Ambev, Vivo e Assaí.

Globalmente fomos premiados este ano na categoria bronze do programa Brandon Hall Awards estratégia de inclusão de pessoas com deficiência na Mondelez International. A premiação reconhece as melhores organizações desenvolveram e implantaram com sucesso programas, estratégias, modalidades, processos, sistemas e ferramentas que alcançaram resultados mensuráveis em categorias como Gestão de Talentos, Aprendizagem e Desenvolvimento, Aquisição de Talentos e Desenvolvimento de Liderança.

*Head de Diversidade, Equidade e Inclusão da Mondelez Brasil

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