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Rentabilidade pode acompanhar menos risco

Nem sempre quem investe em um ativo mais arriscado vai ganhar mais

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Por Itaú
4 min de leitura

A cada ano mais brasileiros mostram interesse em investir seus recursos, quer seja para realizar um sonho, para a aposentadoria oupara ter uma reserva de emergência para situações imprevisíveis. Ao mesmo tempo que as pessoas começam a perceber a necessidade de ter um colchão financeiro surge a dúvida de como e onde aplicar os recursos.

Tradicionalmente, a renda fixa é a modalidade mais procurada para quem quer guardar dinheiro. O fato é que com juros em dois dígitos, como sempre aconteceu no Brasil até um passado recente, não era necessário muito esforço para conseguir um bom retorno. Mas os tempos mudaram e as pessoas precisam aportar em novas modalidades para garantir

uma rentabilidade melhor. Isso não quer dizer que seja necessário correr risco.

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“Correr ou não risco vem da base de como ser humano toma decisões. Quem é avesso ao risco vai preferir alternativas de menor risco, se tiverem o mesmo retorno. Na média, ativos mais arriscados tendem a ter maiores retornos no longo prazo. Quer dizer que se invisto em um ativo mais arriscado vou ganhar mais? Não, quanto mais arriscado a chance de eu ficar mais perto da média é maior”, alerta Filipe Ferreira, diretor da Comdinheiro.

Para Thiago Godoy, head de educação financeira da Xpeed School, aceitar tomar risco é também uma questão emocional. “Comece com pouco e entenda o que faz diferença”, aconselha. Para ele, vale a pena correr mais risco quando já se tem o beabá pronto, ou seja, quando já tem parte do patrimônio investido em outros ativos. A tendência, ele explica, é que quanto mais rentabilidade, maior a probabilidade de risco.

Mas há opções no mercado financeiro que garantem um bom retorno e com risco menor. “Os fundos multimercados são um meio termo para isso, porque ele opera em vários mercados, tem uma carteira muito diversificada e, mesmo que tiver um grande revés, o investidor não vai sentir tanto o impacto”, afirma Rodrigo Sgavioli, responsável pela área de alocação e fundos da XP.

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Levantamento realizado por ele revela que, na média, os fundos multimercados tiveram retorno de 11,73%, enquanto que a renda fixa ficou em 5,98% e a renda variável em 14,68% em um período de 12 meses. Os dados de Sgavioli confirmam a máxima que investimentos devem ser de longo prazo e que quanto maior o risco a tendência é de melhor rentabilidade. Em 36 meses, os retornos foram de 30,85%, 22,76% e 79,27%, respectivamente.

Paula Zogbi, analista da Rico Investimentos, concorda que os fundos multimercados podem ter menos risco do que ações e devolver uma boa rentabilidade. “Não é necessariamente ganhar 10% ou 20 % ao ano, mas ver seu dinheiro rendendo mais do que a inflação”, afirma Paula.

Marília Fontes, sócia-fundadora da casa de análise independente Nord Research, considera que, assim como vários outros especialistas, separar a reserva de emergência é realmente essencial. Ela indica reunir uma quantia entre quatro e seis meses dos gastos mensais. “Tem que ser algo seguro e líquido, título Selic ou CDB de liquidez diária dos cinco maiores bancos são algumas opções”, afirma. Feito isso, é hora de definir quanto tomar de risco para selecionar os ativos, afirma a analista.

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“Olhando o gráfico histórico do Ibovespa é possível ver que na pandemia o índice caiu 40%. Você aguenta isso?”, questiona Marília. Para a especialista é fundamental olhar o cenário macroeconômico e fazer uma análise das empresas. “A única coisa que histórico vai te dar é uma noção de risco, não de retorno”, alerta.

Para ela, não é sempre que vale a pena correr risco. “Warren Buffett (o investidor bilionário norte-americano) acha que sim, porque tem premissa otimista para o longo prazo, mas eu não tenho. Se estou em um cenário macroeconômico desafiador, não invisto em risco ou diminuo bastante, mesmo tendo um perfil arrojado”, avalia Marília.

Ela calcula que entre 2003 e 2007, pegando as 10 melhores ações do Ibovespa, e tirando as duas que performaram melhor, – o investidor da Bolsa de Valores ganhou em média 10 vezes mais do que quem investiu em CDI. “Era um cenário macroeconômico muito bom”, diz. No período pós 2008 até 2016, usando o mesmo critério – pegando as 10 melhores e tirando as duas mais rentáveis – a média de retorno do Ibovespa chegou a duas vezes o valor do CDI. “E se pegar as 10 piores a perda foi em média de 80%”, calcula.

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“O cenário atual é pouco propício para tomar risco. Empresa investe menos, contrata menos e cresce menos”, comenta Marília. De acordo com a especialista, este pode ser um bom momento para renda fixa pós-fixada.

Para Pietra Guerra, especialista em ações da Clear Corretora, ter uma reserva de emergência traz tranquilidade para arriscar mais. “Mesmo dentro de um mundo de renda variável pode ter diferentes níveis de risco”, diz Pietra. Segundo ela, o apetite ao risco e o momento de vida do investidor são fundamentais para definir em qual produto alocar os recursos.

Vencer a inércia é o principal desafio

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O mercado financeiro está mais acessível e dinâmico para a pessoa física. Hoje tem muita coisa acessível para o investidor comum e dá para começar com pouco dinheiro. A principal dificuldade é vencer a inércia, segundo Thiago Godoy, head de educação financeira da Xpeed School.

Para ele, a tradição de o brasileiro aplicar seus recursos na poupança faz parte de uma cultura. A maioria, na infância ou na adolescência, viu os pais aplicarem na caderneta. “Foram o que todos viram em casa”, diz. Aos poucos, na visão do executivo, as pessoas começam a despertar para uma nova realidade e passam a querer conhecer outras coisas além da poupança. 

“Há uma mudança de paradigma, mas o produto mais acessado ainda é a caderneta de poupança. Cultura, inércia e medo de sair da poupança, mas desde 2017 a Selic começou a cair e em dois anos saímos de 15% para chegar a 2%. O investidor tomou um chacoalhão e viu que estava perdendo dinheiro e teve que olhar para outros investimentos”, avalia Godoy.

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