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Artista plástica que integrou a equipe de Niemeyer durante a construção de Brasília lança livro

Ricamente ilustrado e recheado de depoimentos livro ilustra trajetória de Marianne Peretti

Por Marcelo Lima
Atualização:

Oscar Niemeyer se emocionou ao vê-la desenhar os vitrais da Catedral de Brasília. A ponto de, escalada para um único trabalho, a artista francesa Marianne Peretti ter acabado por imprimir sua marca no Palácio do Jaburu, no Superior Tribunal de Justiça e no Memorial JK, entre outros. Lançado na última quarta-feira, em São Paulo, o livro Marianne Peretti - A Ousadia da Invenção (Edições Sesc São Paulo e B52 Desenvolvimento Cultural, 348 págs., R$ 220) refaz sua bem sucedida trajetória, em meio a depoimentos da artista, de seus companheiros de trabalho, fotos e croquis inéditos. “Entrei para fazer um único trabalho e acabei conquistando muitos outros. Deu certo”, declarou ela nesta entrevista ao Casa.

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Ao longo de sua carreira a senhora tem se expressado por meio de diferentes suportes: murais, vitrais, esculturas. Como conceituaria seu trabalho e seus objetivos estéticos?

Penso que vivo disso e tenho de fazer o que me pedem. O arquiteto trabalha para alguém. Não faz casas para si mesmo. Ele responde às necessidades construtivas e à vontade do cliente. O artista também deve agir assim. Até que chegue a um ponto no qual ele possa dizer sim ou não para cada projeto.

Como artista, pensa que já chegou a esse ponto?

De certa forma, sim (risos). Eu discutia com Oscar Niemeyer e muitas vezes ele concordava e deixava eu fazer do meu jeito. Voltando aos suportes, gosto de fazer objetos úteis como luminárias, mesas, cadeiras. De torná-los mais interessantes. Me agrada pensar que com eles posso transformar os ambientes.

Como foi ser a única mulher trabalhando entre tantos homens talentosos durante a construção de Brasília? O que traz na lembrança, por exemplo, de Oscar Niemeyer?

Nunca tive problema por ser a única mulher e acredito que encontrei Niemeyer em um momento ótimo. Ele já tinha feitos os projetos, mas alguns precisavam de um toque a mais; acho que o conquistei como profissional. Me arrisco a dizer que ajudei a enriquecer a cidade. E só dei um “tchanzinho” no que existia.

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Que trabalhos a senhora tem desenvolvido nos últimos tempos e quais são seus principais interesses? Existe alguma obra que sonha realizar?

Estou desenvolvendo uma árvore de ferro de 12 m de altura para uma escola no Recife. E olha que nem levei muito tempo para chegar ao projeto final. Aprendi com Niemeyer a fazer as coisas muito rapidamente. Gostaria de fazer uma grande obra pública. Mas desde que não limitassem minha criatividade.

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