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Dona da Gucci, Kering freia investimento na China devido ao coronavírus

Empresa fechou temporariamente metade das lojas no país e vê uma redução acentuada nas vendas; porém, não há estimativa do impacto do vírus nos balanços financeiros

Por Sarah White e Silvia Aloisi
Atualização:
Anúncio daGucci noNew Town Plaza, emHong Kong, na China. Foto: Shannon Stapleton/Reuters

Proprietária da Gucci, a empresa Kering fechou temporariamente metade das lojas da marca na China e suspendeu inaugurações e campanhas publicitárias no país, uma vez que o surto de coronavírus está provocando transtornos às grifes de luxo.

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A província chinesa de Hubei, epicentro da epidemia, registrou 242 novas mortes pela doença, o que fez o número total de vítimas ultrapassar a marca de 1.350. O novo balanço também elevou o total de infectados para próximo dos 60 mil.

O grupo francês, também dono da Saint Laurent e da Balenciaga, se manteve otimista quanto às perspectivas de prazo mais longo, tendo superado as previsões de vendas no quarto trimestre nesta quarta-feira, 12.

Mas, assim como a concorrência, a empresa vê como inevitáveis os contratempos de uma epidemia que esvaziou shopping centers e ruas comerciais chinesas, que representam mais de um terço das vendas de artigos de luxo.

"Estamos vendo uma redução acentuada no tráfego e nas vendas na China continental", disse presidente, François-Henri Pinault, acrescentando que as lojas que continuam abertas, incluindo as de Hong Kong, reduziram o horário de funcionamento.

Loja da Gucci emPlace Vendome, emParis. Foto: Regis Duvignau/Reuters

A Kering está adiando reformas de lojas e inaugurações, além dos gastos com redes sociais e lançamentos de produtos na China, acrescentou Pinault.

A marca também está transferindo inventário a outras regiões para que os estoques não se acumulem no país asiático, mas não há estimativa de qualquer impacto do vírus nos balanços financeiros.

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Pinault acredita que o mercado chinês se recuperará com força assim que a emergência de saúde tiver passado e disse que a Kering está pronta para aumentar o investimento em marketing no segundo semestre para não ficar de fora quando as vendas começarem a se recuperar.

Por ora, ele disse que as vendas pela internet não estão compensando a redução da circulação nas lojas. "Os armazéns estão fechados. As pessoas podem fazer pedidos, mas não há entregas."

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