Proprietária da Gucci, a empresa Kering fechou temporariamente metade das lojas da marca na China e suspendeu inaugurações e campanhas publicitárias no país, uma vez que o surto de coronavírus está provocando transtornos às grifes de luxo.
A província chinesa de Hubei, epicentro da epidemia, registrou 242 novas mortes pela doença, o que fez o número total de vítimas ultrapassar a marca de 1.350. O novo balanço também elevou o total de infectados para próximo dos 60 mil.
O grupo francês, também dono da Saint Laurent e da Balenciaga, se manteve otimista quanto às perspectivas de prazo mais longo, tendo superado as previsões de vendas no quarto trimestre nesta quarta-feira, 12.
Mas, assim como a concorrência, a empresa vê como inevitáveis os contratempos de uma epidemia que esvaziou shopping centers e ruas comerciais chinesas, que representam mais de um terço das vendas de artigos de luxo.
"Estamos vendo uma redução acentuada no tráfego e nas vendas na China continental", disse presidente, François-Henri Pinault, acrescentando que as lojas que continuam abertas, incluindo as de Hong Kong, reduziram o horário de funcionamento.
A Kering está adiando reformas de lojas e inaugurações, além dos gastos com redes sociais e lançamentos de produtos na China, acrescentou Pinault.
A marca também está transferindo inventário a outras regiões para que os estoques não se acumulem no país asiático, mas não há estimativa de qualquer impacto do vírus nos balanços financeiros.
Pinault acredita que o mercado chinês se recuperará com força assim que a emergência de saúde tiver passado e disse que a Kering está pronta para aumentar o investimento em marketing no segundo semestre para não ficar de fora quando as vendas começarem a se recuperar.
Por ora, ele disse que as vendas pela internet não estão compensando a redução da circulação nas lojas. "Os armazéns estão fechados. As pessoas podem fazer pedidos, mas não há entregas."