Libra e LFU se reaproximam, discutem criação de liga única e veem otimismo para 2026

Após venda dos direitos de transmissão, clubes buscam entendimento para organizar liga unificada

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Foto do author Ricardo Magatti

Concluída a venda de todos os pacotes de direitos de transmissão do Brasileirão de 2025 a 2029, os integrantes da Liga do Futebol Brasileiro (Libra) e da Liga Forte União (LFU) intensificaram as conversas sobre a tão falada criação de uma liga única do futebol brasileiro.

Recentemente, a Libra instalou um comitê de integração de ligas com o objetivo de “acelerar o debate” sobre o desenvolvimento de uma liga unificada no Brasil.

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As conversas existiam antes mesmo da definição dos contratos de televisão negociados pelos dois blocos. A Libra fechou um acordo único com a Globo, enquanto a LFU vendeu seus direitos para Record, CazéTV, Amazon Prime Vídeo e Grupo Globo.

Silvio Matos, CEO da Libra, e outras lideranças do grupo intensificaram o diálogo com dirigentes da LFU, incluindo o presidente do bloco, Marcelo Paz, que também é CEO da SAF do Fortaleza.

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Última reunião da Libra definiu criação de novos comitês Foto: Caíque Coufal/Libra

Paz disse que a adoção da liga unificada é “a solução necessária para o futebol brasileiro”.

O melhor caminho para ter clubes mais fortes e um futebol brasileiro mais forte é a unificação

Marcelo Paz, presidente da LFU

Pelo lado da Libra, Palmeiras, Paysandu, Red Bull Bragantino e Santos são os clubes que estão à frente das conversas.

As principais discordâncias tinham relação com a divisão de verbas e com quantia que cada equipe tem o direito de receber pela venda dos direitos de transmissão.

Há um consenso entre os clubes de que, superada a questão comercial, é hora de pensar em conjunto, aparar o que restam de arestas e se alinharem para valorizar o futebol brasileiro.

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Integrantes dos dois blocos disseram à reportagem que a saída de Rodolfo Landim, ex-presidente do Flamengo, é benéfica para as conversas avançarem. O dirigente “andava na contramão”, segundo relataram esses cartolas. Ele chegou a causar desconforto, inclusive, entre membros do mesmo bloco, incluindo Leila Pereira, uma das que peitou Landim.

Em entrevista ao Estadão no fim do ano passado, a presidente do Palmeiras afirmou ser pessimista quanto à formação de uma liga.

Já participei de várias reuniões e, sinceramente, a curto prazo, não acredito na união de todos os clubes para formarmos uma liga única. Quando você me pergunta o porquê disso não consigo chegar a uma definição.

Leila Pereira, presidente do Palmeiras

O panorama mudou um pouco. Hoje, existe um cenário otimista de que deve haver um movimento rápido pensando que a liga pode nascer em 2026, apurou o Estadão. Mas só o desenrolar dos trabalhos dos dois blocos e o entendimento entre os cartolas que dirá se será rápido ou se será necessário um amadurecimento maior em todas as questões que estão relacionadas à unificação dos grupos.

No centro das discussões estão questões como a organização do calendário, implementação do fair play financeiro, busca por investidores e medidas que poderiam valorizar o futebol brasileiro como produto. O entendimento da maioria dos dirigentes é de que o produto é mal explorado pela CBF, pouco conhecido no exterior e que existe um notável desequilíbrio de receitas.

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“Precisamos olhar para frente e decidir se vamos ser uma das três maiores ligas do mundo, seguindo os modelos que geraram sucesso no mundo todo, ou se vamos ficar discutindo como manter o futebol brasileiro como mero exportador de talentos, tentando manter os privilégios gerados pelo modelo atual”, afirmou o presidente do Fluminense, Mario Bittencourt, em uma das muitas reuniões da LFU no passado.

Nos últimos dias, a Libra também aprovou a criação do comitê de negócios e do comitê da Série B. André Rocha, CEO do Red Bull Bragantino, passou a ser representante legal.

Silvio Matos, o CEO, virou também diretor executivo. Os outros diretores são André Sica e a Bruno Wegmann, responsáveis pelas áreas jurídica e financeira, respectivamente.

A Libra conta com nove equipes na primeira divisão: Palmeiras, São Paulo, Santos, Flamengo, Red Bull Bragantino, Atlético-MG, Grêmio, Bahia e Vitória.

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A LFU tem 11 clubes na Série A: Corinthians, Internacional, Cruzeiro, Fluminense, Vasco, Botafogo, Fortaleza, Juventude, Sport, Ceará e Mirassol.