WASHINGTON - A WeWork, empresa de escritórios compartilhados, está planejando alterar seus espaços de trabalho no mundo pós-coronavírus, propondo novos modelos de disposição de móveis, adicionando recursos de higienização e alterando os fluxos de tráfego dos escritórios. Rede de coworkings, a WeWork tem 600 endereços em 33 países, sendo ao menos 10 unidades dentro da capital paulista.
Em um e-mail para corretores e outros clientes do setor, o presidente-executivo Sandeep Mathrani disse que a empresa publicará novas sinalizações de capacidade para salas de reuniões, aplicando "em algumas delas" limitações de ocupações em mesas particulares e enfatizando a limpeza dos ambientes, além de adicionar estações de higienização em espaços comuns. As ideias começarão a ser implementadas nas próximas seis semanas, ele escreveu. O e-mail foi publicado pela primeira vez pelo site Axios.
"Embora não tenhamos certeza do impacto a longo prazo que a covid-19 terá, não há dúvida de que nossa reinserção no local de trabalho exigirá uma ênfase maior no distanciamento profissional - fornecendo produtos, design e serviços que nos preparam para um ambiente pós-covid-19", escreveu Mathrani.
Mesmo que a maioria dos trabalhadores que geralmente usam espaços de coworking tenha passado a trabalhar em casa, todas as instalações da WeWork nos Estados Unidos e no Canadá permanecem abertas em meio à pandemia, de acordo com o site da empresa, já que alguns clientes fornecem negócios essenciais ou precisam dos serviços do edifício, disse o presidente Marcelo Claure em comunicado. A empresa, cujos clientes incluem freelancers, pequenas empresas e grandes corporações, implementou uma política de trabalho em casa para os funcionários da WeWork, além de oferecer bônus de US$ 100 por dia aos trabalhadores que trabalham nas instalações da empresa.
O documento reflete vários prováveis efeitos a longo prazo da pandemia, como uma expansão no número de pessoas que trabalham em casa, uma redução esperada das necessidades de espaço para escritórios em uma economia prejudicada e maiores preocupações com a saúde ao usar espaços de trabalho compartilhados.
A WeWork está saindo de um ano conturbado que incluiu uma oferta pública inicial que acabou sendo cancelada. A empresa disse em 26 de março que não espera atingir suas metas financeiras para 2020. E, após a informação ser publicada na mídia, a porta-voz da WeWork, Nicole Sizemore, confirmou que a empresa não pagou o aluguel de abril em alguns locais.
"Em vez de implementar uma política em toda a empresa sobre pagamentos de aluguel, estamos individualmente contatando os mais de 600 proprietários de imóveis que alugamos e parceiros ao redor do mundo para, com boa fé, encontrar soluções específicas que beneficiem todas as partes envolvidas", afirmou a empresa em comunicado por e-mail.
As propostas, compartilhadas no e-mail com o relatório intitulado "Navegando pelo futuro do local de trabalho", incluem a redução da capacidade da sala de reuniões pela metade, a adição de dispensadores de álcool gel em áreas comuns e a incorporação de "assentos intervalados", que permite uma distância de aproximadamente dois metros entre os trabalhadores. A empresa também propõe adicionar sinalização sobre lavagem das mãos e distanciamento social e "criar caminhos de circulação primária 'unidirecional' para evitar gargalos nos corredores".
O documento, direcionado principalmente a corretores imobiliários, sugere que "ajustando os layouts de áreas comuns e complementando com ampliações nos escritórios da WeWork, seus clientes podem se movimentar e aumentar de maneira flexível os espaços (e a distância entre as cadeiras) para quando os trabalhadores retornarem".
Nicole disse que o e-mail foi um "primeiro passo" em uma conversa sobre o futuro do local de trabalho, que inclui especialistas em design, construção, saúde e segurança. Os escritórios da WeWork foram "projetados para serem um espaço compacto e promover a colaboração e a conexão", disse Nicole. "Como é que isso vai parecer quando todos voltarmos a trabalhar?" / TRADUÇÃO DE ROMINA CÁCIA
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