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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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9 min de leitura

Operação Lava Jato

Barra limpa

Li no Estadão a reportagem sobre Dias Toffoli ter barrado questionamento do Ministério Público Federal à Odebrecht (atual Novonor) sobre suspeita de propina (12/6, A6). Ao referir-se ao acordo de leniência da Odebrecht, o ministro fala em “dúvida razoável sobre o requisito da voluntariedade”. Que bom, agora boa parte da população carcerária pode ser libertada, desde que sejam réus confessos, já que certamente sofreram alguma pressão durante seus processos. Seus advogados podem encaminhar as petições ao ministro Toffoli, que com certeza serão atendidos, assim como foram a Odebrecht e os irmãos Batista. Somos um país de memória curtíssima. Quem se lembra, por exemplo, de João Vaccari Neto com sua mochila entrando nas empresas que tinham obras com o governo para pedir o “pixuleco”? E por onde anda Ricardo Berzoini, que junto com Vaccari dirigia a Bancoop? Com o brilhantismo de Toffoli, podemos esperar no futuro novas limpadas de barra. Muitos dos acusados de hoje podem até ser indenizados. E os outros ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), permanecerão calados?

Nestor Rodrigues Pereira Filho

São Paulo

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Governo Lula

Volta, Palocci!

Uma sugestão para lidar com o atual descontentamento generalizado com o ministro Fernando Haddad no governo Lula seria o presidente da República e o PT trazerem de volta o ex-ministro Antonio Palocci, que tanto sucesso fez em Lula 1 e foi tão celebrado pelo mercado. Dizem que há rusgas com Palocci, mas, considerando que nada do que aconteceu na Lava Jato aconteceu, segundo a verdade oficial, não haveria motivo para deixar esse importante quadro de fora do governo atual. Fica a sugestão.

José Luis Ribeiro Brazuna

São Paulo

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Importação de arroz

Mau cheiro

Graças à imprensa livre, que denunciou um dos maiores trambiques deste governo, o leilão para a compra de arroz importado foi cancelado, livrando o contribuinte de arcar com mais uma ação não republicana feita à luz do dia, sem escrúpulos. Qualquer criança já sabia que este negócio estava cheirando mal. Os agricultores gaúchos, apesar de tudo o que têm passado depois das enchentes e mesmo berrando aos quatro ventos contra a medida do governo, iam ter de se haver com mais esse insulto. E a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), como explica esta história criminosa?

Luiz Francisco A. Salgado

São Paulo

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Arroz mutreteiro

Governos petistas e seus companheiros estão sempre à frente do seu tempo: agora, inventaram o arroz mutreteiro. Com o partido no poder, temos sempre de dormir com um só olho fechado.

Zureia Baruch Jr.

São Paulo

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Nas mesas

Os brasileiros conhecem arroz branco ou integral, arroz carreteiro, arroz à grega, arroz caipira, arroz de forno, arroz doce e, agora, arroz leilão ou arroz propina, disponível nas panelinhas de Brasília.

Carlos Gaspar

São Paulo

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‘Gabinete da ousadia’

Decálogo

Estou grato por o Estadão seguir fazendo o papel de uma imprensa livre. Tudo indica que nossos governantes não aprendem. Vale insistir num Decálogo para um bom governo: 1) respeitem o indivíduo, a pessoa e o povo; 2) deixem de confundir partido com governo e de confundir governo com Estado; 3) deixem de mentir e enganar; 4) deixem de roubar e de desviar recursos públicos; 5) tenham apenas ministérios que consigam elencar de cabeça; 6) nomeiem gente com competência, que saiba administrar o presente – crise de energia, de água, saúde, educação, transporte, segurança, meio ambiente – e ajude a criar o futuro hoje; 7) usem bem, de forma eficiente, os recursos públicos; 8) deixem de lado ideologias ultrapassadas; 9) afastem-se de parcerias com governos totalitários; e 10) respeitem as leis, incluindo a Lei de Diretrizes Orçamentárias, a Lei de Responsabilidade Fiscal e o arcabouço fiscal.

Carlos Roberto Teixeira Netto

Rio de Janeiro

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Redes sociais

A imprensa tem chamado o gabinete da Secom erradamente; ali se instalou o “gabinete do terror”, e não o “gabinete da ousadia”. A palavra “ousadia” não serve para aqueles atos de produção de mensagens para as redes.

Jorge Peixoto Frisene

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

CONGRESSO NACIONAL

E o Congresso Nacional se movimenta. Avançam os projetos de lei que criminalizam a posse e o porte de qualquer quantidade de drogas e que criminalizam, comparando ao homicídio, o aborto. Também caminha o projeto de lei que impede as delações premiadas que conduzam à prisão criminosos e corruptos. Ou seja, nada como uma democracia que sonha ser uma teocracia, e nada como políticos que já se consideram eleitos pelos deuses, e não pelos que, de modo completamente insensato, covarde e injusto, pagam pelos seus altos vencimentos, por suas ociosas sinecuras e por suas imensas inutilidades.

Marcelo Gomes Jorge Feres

Rio de Janeiro

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DECISÕES DO LEGISLATIVO

O Legislativo federal tem passado a mensagem para o povo brasileiro de que eles tudo podem. Numa democracia, a tripartição dos poderes determina o equilíbrio e, principalmente, os limites. Existem cláusulas da Constituição Federal que não podem ser mudadas, outras requerem quorum qualificado, e até a eleição específica de membros para reformá-la. A última decisão que estarreceu os cidadãos minimamente sensatos foi punir mulheres, até crianças vítimas de violência sexual, mais duramente do que o estuprador nos casos de aborto. Sem falar na equiparação dos usuários de drogas à traficantes. Precisamos pressionar os congressistas para que eles trabalhem por um país mais democrático, seguro e justo.

Célio Cruz

Recife

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ABUSO NA UTI

Um pai foi flagrado na UTI abusando da filha de 17 anos. A gente acha que nunca vai ler uma notícia como esta. Nem Satanás seria capaz de fazer tal perversidade com uma filha. Espero que ela se recupere do problema que a levou para a UTI e do trauma que vai ficar quando souber da atrocidade cometida por quem ela nunca imaginaria que seria capaz. Já o pai, tenho minhas dúvidas se tem recuperação.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador (BA)

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STF

Para o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, Sergio Moro e Deltan Dallagnol são ladrões de galinha. Para justificar tal disparate, o ministro disse ter falado em tom de brincadeira, algo comum na zona rural do Mato Grosso. Já Sergio Moro, também numa brincadeira durante uma festa junina, ao ser preso, disse que compraria um habeas corpus do ministro Mendes. Tal fala rendeu ao senador Moro um processo por calúnia. Os intocáveis da Suprema Corte falam e fazem o que querem. Aos demais, só resta se calar ou ser processado.

Jose Alcides Muller

Avaré

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COINCIDÊNCIA

Tem a mesma intensidade a proteção do ministro do STF Dias Toffoli à Odebrecht (atual Novonor), com a perseguição do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra o senador Sergio Moro. Pura coincidência.

Luiz Frid

São Paulo

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‘DIREITO DE PROVAR INOCÊNCIA’

Toffoli tem o direito de provar que é inocente. Diante das sucessivas matérias jornalísticas, artigos e editoriais colocando em dúvida a imparcialidade e a honradez do ministro Dias Toffoli, o Senado Federal prestaria um grande serviço à Nação, à Justiça e ao próprio ministro se iniciasse um processo de impeachment para apurar as denúncias. Afinal, como disse Lula da Silva sobre o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, Toffoli tem todo o direito de provar a sua inocência. Está aí uma grande oportunidade que o presidente Lula, até por coerência, apoiaria.

Nilson Otávio de Oliveira

São Paulo

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PROJETO DE LEI

Quem são os deputados federais que estupraram o bom senso e a Justiça ao igualarem aborto de gestação resultado de estupro a assassinato? Vítimas de violência sexual terão o filho de seu estuprador, até mesmo crianças. A culpa é da vítima? Quem são estes legisladores machistas e fascistas?

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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MINISTRO DAS COMUNICAÇÕES

Há muito tempo que o exmo. sr. ministro das comunicações, Juscelino Filho, vem realizando um belíssimo trabalho. Exclusivamente para ele. E o exmo. sr. presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, não toma nenhuma atitude de demiti-lo. Está esperando o que? Que ele asfalte outra fazenda gastando mais R$ 5 milhões? É, no mínimo, absurdo. Viva o Brasil.

Ariovaldo J. Geraissate

São Paulo

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JUSCELINO FILHO

Mesmo que o presidente Lula tenha dito que Juscelino Filho “tem o direito de provar que é inocente”, a permanência do ministro no cargo passou há muito os limites da razoabilidade frente às inúmeras denúncias contra ele desde que assumiu o Ministério das Comunicações. Agora que foi indiciado pela Polícia Federal por suspeita de desvios de verbas públicas, se ele é realmente a pessoa correta que afirma ser e certo de sua inocência, deveria pedir afastamento do cargo até a conclusão do processo. Se isso não acontecer, é Lula quem tem de afastá-lo a despeito da posição do União Brasil, partido de Juscelino que mantém o apoio ao correligionário. Num momento em que a relação do governo com o Congresso como um todo atinge o pico do azedume, fica difícil de entender a troco de quê Juscelino seguiria à frente do Ministério, já que neste momento não há mais troca política alguma.

Luciano Harary

São Paulo

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‘FALTA CORAGEM’

Interessante, nosso presidente viajou para a Europa e falou longamente de justiça social. Agora, para chamar a atenção de Vladimir Putin a respeito do ataque covarde à Ucrânia para que pare aquela guerra estúpida e se recolha ao seu país, falta coragem. Faz bem ao ego de Lula falar coisas bonitas que não o envolvam, mas encarar realidades complicadas não é com ele. Ele tem que entender que chegou a hora de se aposentar.

Aldo Bertolucci

São Paulo

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BENJAMIN NETANYAHU

Sobre o editorial A hora da verdade para Bibi (Estadão, 12/6, A13), que trata da difícil situação do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, diante dos inúmeros apelos de cessar-fogo de muitos países, entre ele aliados históricos do Estado judeu, cabe reproduzir trecho do artigo do jornalista Ricardo Rangel, publicada na revista Veja no dia 31 de maio: ”é cada vez mais difícil ter uma conversa objetiva e separar Netanyahu, Israel, israelenses e judeus do balaio da guerra. Para o bem não só dos palestinos e do mundo, mas de Israel e dos judeus, os israelenses precisam se livrar de Bibi. Já”. Fora, Netanyahu. Basta.

J. S. Decol

São Paulo

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VIOLÊNCIA NO RIO

O Rio sempre em guerra. O exército dos gerentes do tráfico, do roubo e da marginalidade, estabelecido em inúmeras comunidades, sob a regência dos coronéis das invasivas e perigosas facções criminosas, cada vez mais poderosas e bem-armadas Brasil afora, está a atacar, sob fogo cruzado, nossos bravos e corajosos policiais, aos olhos impotentes do poder público. Pois bem, a operação realizada no dia 11/6 no Complexo da Maré para combater o roubo de veículos e cargas, levou à morte um bravo e jovem sargento do BOPE. Um outro sargento ferido está internado em UTI, em estado grave. Foram emboscados e metralhados. Eis que o excelso supremo ministro Edson Fachin, aquele que há alguns anos proibiu operações policiais em comunidades, fortalecendo, por consequência, as facções, intimou o governador do Estado a prestar informações urgentes sobre esse enfrentamento (?). Ministro, a sociedade do bem, reclusa e acuada, por óbvio, clama por sensibilidade e retificações em suas decisões e ordenamentos. Entre tantos, a arguição de descumprimento de preceito fundamental, ADPF 635, de 5/8/2020, conhecida como “ADPF das Favelas”. Socorro. Que tal dar atenção e prioridade às perdas dos nossos policiais, representantes das leis, última barreira entre o bem e o mal, nessas covardes batalhas, e decidir pelo bem deles e famílias, e, por consequência, pela segurança de todos nós, em vez de dar luz e seletiva importância aos direitos [sic] dos criminosos, traficantes e milicianos, fomentando, cada vez mais o empoderamento e o crescimento bélico da bandidagem, e a certeza absoluta de sua impunidade? Muito fácil e triste canetar sob o clima de montanha de seu gabinete, escoltado por seguranças bem-remunerados nos deslocamentos, a bordo de carros blindados. Já que ao STF virou rotina fazer o que quiser ao arrepio da Lei Maior, avalie montar um gabinete itinerante nos Complexos da Maré ou do Alemão, no Rio, e, presencialmente, fazer seus despachos de ofício sob os acordes da destruidora sinfonia dos tiros e explosões, trilha sonora das alvoradas e dos luaus dos moradores inocentes desfavorecidos.

Celso David de Oliveira

Rio de Janeiro

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PESQUISA PARA MAPEAR PROJETOS

VLT E BRT/BNDES. Belo Horizonte é uma cidade linda e agradável. Mas tem lá suas mazelas. Uma delas, gravíssima, é a mobilidade urbana. Quem reside aqui sabe muito bem disso. A matéria do Estadão, intitulada BNDES anuncia estudo para desenvolvimento de metrôs, BRTs e VLTs em 21 metrópoles brasileiras (Estadão, 12/6, D11) informa que o BNDES anuncia estudo para metrô, VLT e BRT em 21 metrópoles. Infelizmente, a capital mineira não faz parte da lista de cidades contempladas, sendo, mais uma vez, penalizada pela absoluta falta de representatividade política no plano federal. Foi-se o tempo em que Minas Gerais subia a rampa do Palácio do Planalto.

Marcelo Almeida Fonseca Azevedo

Minas Gerais

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‘IGNORÂNCIA ARTIFICIAL’

Em paralelo à inteligência artificial, corre solta na sociedade a ignorância artificial, conceito tão bem encontrado por Eugênio Bucci, no artigo intitulado Sobre a ignorância artificial (Estadão, 13/6, A6) para definir o vazio gerado por tanta informação superficial, alienada ou enganosa. Joio e trigo não mais separados, mas sim muito bem misturados e distribuídos. Se não der para reverter essa situação, fica a pergunta: onde vamos parar?

Francisco Eduardo Britto

São Paulo

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‘ALGORITMOS GELADOS’

Meus cumprimentos ao articulista Eugênio Bucci. Não sei se a concepção do conceito ignorância artificial é de sua autoria, se for, duplico meus cumprimentos pelo texto Sobre a ignorância artificial (Estadão, 13/6, A6). Angustiei-me face à sua desesperança em se poder educar os ignorantes artificiais. Entretanto, iluminar a questão como você magistralmente o fez no texto parece-me um enorme passo em direção à prevenção. As escolas podem começar a usar o conceito advertindo os alunos dos perigos de contrair ignorancia artificial.

Sandra Maria Gonçalves

São Paulo