Ministro da Defesa do Equador renuncia em meio à crise de violência

Declaração de guerra ao narcotráfico elevou níveis de criminalidade e originou massacres nas prisões do país

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Por Redação
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O ministro da Defesa do Equador, Luis Hernández, anunciou nesta terça-feira, 26, sua renúncia ao cargo em meio a uma crise causada pelo narcotráfico que elevou níveis de criminalidade e originou massacres nas prisões do país.

“Esta tarde apresentei a minha demissão como Ministro da Defesa Nacional ao Presidente Constitucional da República @LassoGuillermo, agradeço a confiança e desejo-lhe o melhor para o seu Governo e para o País”, disse o general reformado através da sua conta no Twitter, sem especificar a causa.

Em carta endereçada a Lasso, divulgada também pelo Twitter, Hernández disse que durante os seis meses em que ocupou o cargo cumpriu as políticas do governo conservador, que declarou guerra ao narcotráfico.

Hernández testemunhou na terça-feira no porto de Guayaquil, no sudoeste do país, a destruição de 2.100 armas de fogo apreendidas pelas Forças Armadas em operações de controle de armas, munições e explosivos.

O governo Lasso, empossado há onze meses, declarou guerra ao narcotráfico, o que desencadeou um aumento da criminalidade nas ruas e confrontos pelo poder entre presos membros de gangues que deixaram 350 mortos desde fevereiro de 2021, em massacres que estão entre os piores da América Latina.

O ministro do Interior, Patricio Carrillo, reconheceu há uma semana que o Equador está passando por uma “crise de insegurança” ligada ao crime, que causou a morte de 1.180 pessoas até agora este ano.

Em 2021, o país apreendeu um recorde anual de 210 toneladas de drogas, principalmente cocaína. Nos primeiros quatro meses de 2022, os confiscos ultrapassaram 75 toneladas, disse Lasso na terça-feira em entrevista a dois jornalistas na sede presidencial.

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Diante da crise do sistema prisional superlotado e da violência das drogas, Lasso decretou estados de exceção, mobilizando os militares às ruas para apoiar a polícia em patrulhas e buscas. /AFP

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