Novo ataque em Israel deixa 3 mortos e 3 feridos

Desde 22 de março, 18 pessoas morreram em ataques, entre elas um policial árabe-israelense e dois ucranianos

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Por Redação
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Pelo menos três pessoas morreram nesta quinta-feira, 5, e três ficaram feridas em um ataque na cidade de Elad, próximo a Tel-Aviv. O serviço de emergência disse que uma quarta pessoa estava em estado crítico após o atentado, que se soma a vários ocorridos em Israel nas últimas semanas e a confrontos violentos entre palestinos e policiais israelenses.

Pelo menos dois agressores empunhando um machado ou faca, e possivelmente um revólver, invadiram um parque em Elad, onde a maioria da população é de judeus ultraortodoxos. Outra cidade majoritariamente povoada por judeus ultraortodoxos, Bnei Brak, também nos arredores de Tel-Aviv, foi atacada em março.

Desde 22 de março, seis ataques do tipo mataram 18 pessoas, entre elas 1 policial árabe-israelense e 2 ucranianos. A ação de hoje coincide com as festividades do Dia da Independência em todo o país.

Policial israelense na cena do ataque em Elad, próximo do corpo de uma das vítimas, em 5 de maio. Foto: Ammar Awad/Reuters Foto: Ammar Awad/Reuters

A polícia fez operações de segurança em estradas nos arredores da cidade e disponibilizou um helicóptero para procurar um veículo no qual os responsáveis pelo ataque - não reivindicado por nenhum grupo terrorista - fugiram.

As autoridades de Elad pediram aos moradores que ficassem em casa ou procurassem abrigo até que os autores fossem encontrados.

Alon Rizkan, um paramédico voluntário do serviço de emergência Magen David Adom - equivalente israelense da Cruz Vermelha - que atendeu as vítimas, disse em comunicado que os três mortos eram homens na faixa dos 40 anos, e os gravemente feridos, também homens, têm entre 35 e 60 anos.

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O ministro das Relações Exteriores, Yair Lapid, declarou que “a alegria do dia da independência foi interrompida em um instante”, ao condenar o “ataque assassino em Elad”.

Em resposta aos ataques no país, o Exército israelense realizou várias operações na Cisjordânia ocupada, marcadas por confrontos sangrentos. No total, 27 palestinos e 3 árabes-israelenses morreram, incluindo os autores dos ataques.

Os movimentos islâmicos armados palestinos Hamas e Jihad Islâmica celebraram o que chamaram de atentado heroico, dizendo que ele foi uma reação à tensão crescente em Jerusalém, mas não reivindicaram sua autoria.

Desde meados de abril, confrontos recorrentes entre policiais de Israel e manifestantes palestinos já deixaram cerca de 300 feridos, a maioria palestinos, na Esplanada das Mesquitas, localizada em Jerusalém Oriental, ocupada desde 1967 por Israel.

Despejo

Após uma batalha legal de duas décadas, a Suprema Corte de Israel decidiu que cerca de 1.000 palestinos podem ser despejados de uma área da Cisjordânia – a terra seria reaproveitada para uso militar. É a maior expulsão de palestinos de um território ocupado desde 1967.

Cerca de 3 mil hectares de Masafer Yatta, área rural com pequenas aldeias palestinas no sul de Hebron, foi designada “zona de tiro” na década de 80. Segundo as convenções de Genebra, é ilegal expropriar terras ocupadas para fins que não beneficiem as pessoas que ali vivem, ou transferir à força a população local. No entanto, Israel argumenta que os moradores não eram residentes permanentes quando a “zona de tiro” foi criada.

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Desde os anos 70, 18% da Cisjordânia ocupada foram declarados “zonas de tiro” para treinamento militar. De acordo com a ata de uma reunião ministerial de 1981, o então ministro da Agricultura, Ariel Sharon, mais tarde premiê, propôs a criação das zonas de tiro com a intenção explícita de forçar os palestinos a deixarem suas casas./AFP, EFE e WP

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