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Assassinos de ativista italiano morrem em ação do Hamas em Gaza

Por NIDAL AL MUGHRABI
Atualização:

Forças de segurança do Hamas invadiram nesta terça-feira um prédio onde estavam escondidos os assassinos de um ativista italiano pró-palestino, resultando na morte de dois deles, informou o Hamas. O governo da Faixa de Gaza, que é dirigido pelo Hamas, disse que um dos militantes mortos, um jordaniano, cometeu suicídio com um tiro após acionar uma granada que matou o outro, no momento em que as forças de segurança invadiam o edifício onde estavam escondidos os militantes. Três membros das forças de segurança também morreram no confronto contra os assassinos de Vittorio Arrigoni, que havia sido sequestrado por rebeldes jihadistas que queriam pressionar o Hamas a libertar o líder do grupo, que está preso. Arrigoni foi sequestrado na quinta-feira passada e foi achado estrangulado no dia seguinte. Outro dos principais suspeitos do crime foi capturado vivo, junto com três militantes que estavam no prédio na hora, mas não foram identificados como envolvidos no crime. Além disso, dois suspeitos pela morte de Arrigoni já haviam sido detidos anteriormente. As forças do Hamas haviam cercado o prédio de quatro andares no campo de refugiados de Nuseirat horas antes, e trocado tiros com os militantes. Uma tentativa de negociar a rendição deles fracassou, e pelo menos quatro explosões foram ouvidas na hora em que as forças do Hamas invadiram. Os militantes em questão são salafistas, partidários de uma forma mais radical de islã do que o Hamas, e que aparentemente estão recrutando adesões na Faixa de Gaza, inclusive entre membros do Hamas. A morte de Arrigoni, de 36 anos, causou indignação entre os palestinos da Faixa de Gaza. Ele vivia em Gaza desde 2008, e era conhecido por ajudar pescadores e agricultores locais. Na segunda-feira, centenas de palestinos participaram de um funeral simbólico em homenagem ao italiano. O governo do Hamas, que sofre isolamento de governos ocidentais devido à sua profunda hostilidade contra Israel, disse que o sequestro e morte de Arrigoni foram uma tentativa de abalar a solidariedade internacional à população de Gaza, que vive sob um bloqueio comercial israelense. Arrigoni foi o primeiro estrangeiro a ser sequestrado em Gaza desde o jornalista Alan Johnston, da BBC, que passou 114 dias sob poder de outro grupo inspirado na Al Qaeda. Ele foi solto em 2007. Grupos salafistas acusam o Hamas de não estar suficientemente comprometido com a imposição de uma lei islâmica. Eles já atacaram alvos como LAN houses, e defendem a expulsão dos cristãos do território. Eles também condenam o Hamas por cogitar tréguas com Israel e por explorar a possibilidade de convivência política com rivais palestinos laicos.

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