O Irã já prendeu várias pessoas que se preparavam para interromper as manifestações de 11 de fevereiro, aniversário de 31 anos da Revolução Islâmica, disse a polícia do país nesta quarta-feira, 10, em uma clara advertência aos opositores do regime que planejam novos protestos.
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"Estamos vigiando de perto as atividades separatistas e várias pessoas que estavam se preparando para interromper as comemorações de 11 de fevereiro foram detidas", disse o chefe de polícia Esmail Ahmadi-Moghaddam, de acordo com a agência de notícias Fars.
Descartando possíveis distúrbios, a agência oficial IRNA citou o policial dizendo que "não havia preocupações nesse aspecto", e que o governo está "completamente preparado para uma concentração segura e gloriosa", afirmando que a polícia, a Guarda Revolucionária e a milícia islâmica "estão prontos para qualquer incidente (...) e não deixarão que nada gere insegurança".
Os líderes da oposição pediram em sites aos manifestantes que tomem as ruas na quinta, afirmando que a data pertence a todos os iranianos, e exortaram seus seguidores a também assistirem às comemorações. O pedido eleva o risco de um ressurgimento da violência oito meses depois do pleito que reelegeu o presidente Mahmoud Ahmadinejad sob suspeitas de fraude e levou o país a uma crise.
As autoridades disseram que a oposição reformista enfrentará uma dura resposta se tentar conspirar contra as celebrações do Estado durante o aniversário, e afirmaram que a nação iraniana irá "golpear os rostos" de seus inimigos ocidentais em uma mostra de união.
As celebrações ocorrerão em todo o Irã para comemorar o aniversário da revolução, mas o principal encontro oficial será na praça Azadi, onde se espera que Ahmadinejad fale para uma multidão que normalmente alcança dezenas de milhares de pessoas.
Além dos conflitos internos, o governo radical enfrenta uma crescente pressão internacional depois que anunciou nesta semana uma expansão de seu programa nuclear, sobre o qual o Ocidente tem suspeitas de ser usado para fabricar bombas, acusação que Teerã nega.
O presidente Barack Obama disse nesta terça que a comunidade internacional estava se movendo rapidamente no sentido de aprovar sanções mais generalizadas ao Irã. Nesta quarta, o governo dos Estados Unidos anunciou novas sanções contra a Guarda Revolucionária iraniana, congelando os ativos de quatro empresas ligadas à força de elite, assim como os de um diretor de uma das companhias.