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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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8 min de leitura

Tragédia no RS

Mãos à obra

Agora é a hora de o governo federal tirar da mídia e da fala de seus ministros o slogan União e Reconstrução e provar sua veracidade em Porto Alegre. O Brasil de todos os Estados precisa ver o que será feito, com detalhes de custos, prazos e responsabilidades, sem privilegiar seus candidatos das próximas eleições.

Carlos Gaspar

São Paulo

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Porto Alegre alagada

Cheia em Porto Alegre se estabiliza, mas água levará dias para baixar (Estadão, 6/5, A15). Porto Alegre achava que nunca mais sofreria uma enchente como aquela de 1941. Infelizmente, para tristeza e sofrimento de todos, a tragédia voltou a repetir-se com um dilúvio que forçará a cidade a repensar o seu sistema de contenção de água.

Luiz Roberto da Costa Jr.

Campinas

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Educação

Dinheiro ou gestão?

O Estadão, que tem história na institucionalização das universidades públicas paulistas, tem examinado as consequências da reforma tributária no financiamento delas. Seria salutar ouvir o contribuinte que paga a conta, além dos corporativistas que se jactam de excelentes para justificar verbas. Será que o problema é dinheiro ou será gestão? As universidades quebraram em 2014 gastando muito e mal, mas eram excelentes. Recuperaram-se porque o ICMS aumentou e escondeu a má gestão, como em 2001, 2008 e 2011, continuando excelentes. Do bolso do contribuinte, que não é excelente, sai R$ 1,50 para a universidade a cada R$ 100 gastos no mercado. Os corporativistas não tiveram pejo de enfiarem um jabuti na PEC da reforma tributária para garantir a boquinha de ao menos o mesmo porcentual do imposto, mas sobre uma base de cálculo maior, o futuro IVA. Excelente artimanha. Se a Assembleia Legislativa do Estado não deliberar sobre esta coisa antes de o novo tributo ser regulado, o contribuinte será tungado em até R$ 1,90, e a universidade continuará excelente e gastando mal. Sabem onde? Tendo mais de 3 funcionários não docentes para cada docente ou comprando fazenda excelente. Se os terraplanistas do governo exigirem só o cumprimento do decreto de 1989, os sindicalistas acadêmicos terão de rebolar para defender esta jabuticaba com alcunha de autonomia financeira, que é tão somente uma excelente divisão do angu entre espertos.

Paulo de Tarso Muzy

São Paulo

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‘Utopia’

Sobre o artigo O MEC dos meus sonhos (Estadão, 5/5, A6), em partes valeu a tentativa do exímio autor de trazer à pauta da organização do sistema de ensino brasileiro o complexo conceito de utopia. Por sinal, empregado quase sempre de modo contraditório. No artigo não foi diferente. Tal como sugere o aspecto puro e semântico do termo de origem grega (u-topos), seu significado mais límpido aponta para o “não lugar”, que sem dúvida pode ser interpretado como o “ainda não alcançado”. A contradição dos argumentos está em discorrer sobre como deveria ser o MEC (ainda não alcançado) desconectando-o do seu lugar político por excelência. Significa dizer que a complexa máquina pública, para ser intelectual e sabiamente executiva, precisa passar pelo exigente e, em alguns casos, ideológico crivo do igual e independente Poder Legislativo. Para citar só dois exemplos, basta ver que espaço de atenção vem sendo dado à reforma do novo ensino médio e ao Plano Nacional de Educação. Portanto, faço minhas e sugiro ao autor e a todos os brasileiros que sonham com a educação de qualidade as poéticas e proféticas palavras da canção Coração Civil, de Milton Nascimento: “Quero a utopia, quero tudo e mais”.

Luís Fabiano dos S. Barbosa

Bauru

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Madonna no RJ

A era dos melodistas

Assisti a boa parte do show de Madonna pela TV. Deslumbrante. Cenários mirabolantes; bailarinos praticando atletismos dignos da Olimpíada; efeitos de luz ininterruptos e inquietos; gelo seco por todo lado; figurinos e maquiagens ousados. Tudo enlouquecia a multidão. Algo nunca visto em praça pública. A TV Globo deu banho em matéria de transmissão ao vivo em complicadas condições. Quanto às canções de Madonna, chatíssimas, repetitivas, lineares, sem imaginação. Uma lenga-lenga. As músicas de Rita Lee com Roberto de Carvalho ou Arnaldo Batista são infinitamente mais criativas, provocadoras, diversificadas e belas. A era dos grandes melodistas americanos ficou lá para trás, há quase um século.

Júlio Medaglia

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

DESASTRE NO RS

O desastre do Rio Grande do Sul (RS) está demandando um grande esforço do governo federal, estadual e municipal para a reconstrução do que foi destruído. Chama a atenção o prejuízo das famílias que perderam móveis, eletrodomésticos, roupas e tudo o que tinha em casa. Criar formas de permitir que a indústria possa suprir essa demanda criando maneiras inteligentes de financiamento poderia ajudar a população e a indústria com o seu emprego. Tomara que surja uma ideia salvadora.

Aldo Bertolucci

São Paulo

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CRISE CLIMÁTICA

Mesmo que os negacionistas tentem negar, as mudanças climáticas são uma realidade que está presente em todo o planeta, como exemplifica o que está ocorrendo no Rio Grande do Sul. Esperemos que as autoridades consigam tomar providências preventivas, no sentido que tal alteração de clima na região traga o mínimo de sofrimento às populações que já sofreram tanto nas inundações ocorridas recentemente.

José de Anchieta Nobre de Almeida

Rio de Janeiro

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MUDANÇA NO CÓDIGO AMBIENTAL

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, pulverizou a legislação ambiental do Estado e alterou cerca de 500 pontos do Código Ambiental do RS em 2019. Todas as alterações foram a favor do agronegócio e contra o meio ambiente. Eduardo Leite deveria entregar o cargo, juntamente com os parlamentares que aprovaram as mudanças nocivas. As alterações deveriam ser revertidas, voltando a vigorar o ótimo Código Ambiental que foi atropelado há cinco anos. As mudanças no Código Ambiental certamente contribuíram para a dimensão da tragédia que está acontecendo agora.

Mário Barilá Filho

São Paulo

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APOIO FEDERAL

Por que a extrema-direita, o mercado e o agronegócio, que tanto criticam o governo taxando-o de gastador, não se apresentam para ajudar o povo gaúcho nessa hora? Estão deixando tudo nas sábias e diligentes mãos do presidente Lula da Silva que, agindo como estadista e sem visão partidária, está fazendo de tudo para minorar o sofrimento da população.

Sylvio Belém

Recife

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ROMPIMENTO DE BARRAGEM EM MG

O lamentável desastre ocorrido em 2015 em Mariana, Minas Gerais, foi muito grave. Destruição, vítimas fatais e danoso ao meio ambiente. Desde o início, a Vale, Samarco e a BHP Billiton muito fizeram para amenizar o sinistro. Hoje, há o impasse financeiro. As mineradoras alegam gastos de R$72 bilhões e propõem o pagamento de igual valor para encerrar o caso. União e Estados alegam gastos inferiores ao informado e querem além do oferecido. É uma grana e tanto gasta e oferecida para bater o martelo. A União, Espírito Santo e Minas Gerais deveriam receber os R$72 bilhões finais e continuar fingindo que não foram corresponsáveis pela calamidade.

Humberto Schuwartz Soares

Vila Velha (ES)

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PROBLEMA ECONÔMICO

A entrevista com o secretário nacional de Segurança Pública do governo federal, Mario L. Sarrubo, intitulado ‘Não podemos ficar em berço esplêndido falando que segurança é problema econômico’, diz Sarrubbo (Estadão, 5/5, A7), acertadamente aponta a causa maior do flagelo que atormenta os nossos cidadãos de bem: o problema da insegurança pública é de fato econômico. Porém, faltou dizer que essa chaga social não será nunca curada enquanto as máfias e facções criminosas continuarem dispondo de recursos bilionários para comprar drogas, armas e corromper todo mundo, em todos os estratos da sociedade. Parece simples, não precisaria prender nem matar os malfeitores, bastaria confiscar o dinheiro sem origem que hoje rola desenvolto nas barbas do nosso leão da Receita. Será que estou errado?

Alfredo Franz Keppler Neto

Santos Embaré (SP)

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DOIS PESOS

Em campanha Lula vociferava: “o orçamento secreto era a fonte do maior esquema de corrupção da história”. Ao assumir a presidência em 2023, empenhou R$34,6 bilhões em emendas parlamentares. Neste ano, já foram liberados R$14 bilhões de janeiro a abril. Quando Jair Bolsonaro fazia a mesma coisa, foi criticado. Lula, espertamente, agradou a plateia, pois prometia fazer diferente. E agora faz o que tanto criticou? E onde estão aqueles que criticavam Bolsonaro? Temos um Brasil de dois pesos. A parcela que gritava contra Bolsonaro hoje se cala, enquanto Lula empenha verbas da educação e saúde. Os atiradores de pedra estão sob o teto de vidro, corados de vergonha. Um debate sobre o País que queremos ser deveria movimentar a sociedade, pois é a mais prejudicada. O Congresso Nacional estaria interessado nessa discussão?

Izabel Avallone

São Paulo

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REFORMA TRIBUTÁRIA

Os parlamentares, muito sujeitos aos intercessores e eleitores, colocaram na Reforma Tributária muitos adendos e outros adereços que, praticamente, aumentarão a alíquota esperada. Entretanto, chegou-se a um porcentual mediano de 26,5%, muito acima de outros países do planeta. No entanto, ainda poderá ser aumentado se, por exemplo, forem colocados mais ingredientes na cesta básica quando, na realidade, deve ficar resumida em alimentos indispensáveis. Os dois tributos: imposto sobre bens e serviços e a contribuição sobre bens e serviços alcançam a mediana alíquota de 26,5% até quando não colocarem penduricalhos na Reforma Tributária, como vinho, champagne, picanha e outros. Quando chegarmos no seis por meia dúzia, haverá satisfação do povo?

José Carlos de carvalho Carneiro

Rio Claro

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CASO DA PORSCHE

Fernando Sastre, o condutor do Porsche que colidiu com o veículo de Ornaldo Viana e o matou, mostra uma infinita contradição ao afirmar que não tinha sensação da velocidade do veículo. O limite era de 50 km/h. Ele não estava a 60 ou 70 km/h. Se a afirmação dele fosse verdadeira, ou ele deveria estar alcoolizado ou se trata de alguém sem a mínima condição de dirigir. O carro não era equipado com velocímetro?

Luciano Nogueira Marmontel

Pouso Alegre (MG)

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IMPUNIDADE

O advogado de Fernando Sastre diz que o cliente dele não pode ir para um presídio comum. Deveria ter pensado nisso antes de fazer o que fez. Chega de impunidade.

Marieta Barugo

São Paulo

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RACISMO EM ESCOLAS

A matéria Racismo em escolas expõe falhas pedagógicas de um grande veículo é, sem dúvida, muito pertinente. No entanto, é importante ressaltar que o racismo é um problema institucional e estrutural. Pode estar presente não apenas nas escolas, mas também nos comportamentos e atitudes dos colaboradores que nelas trabalham. Essa realidade torna a mudança cultural um grande desafio. É fundamental continuar lutando por uma educação inclusiva e igualitária, ao mesmo tempo em que trabalhamos para erradicar o racismo em todas as suas formas.

Veronica C. P. Avanci

Campinas

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SHOW DA MADONNA

O karaokê da Madonna – duas horas de playbacks que aviltam o trabalho dos músicos – em Copacabana, no Rio de Janeiro, incensado pelos adeptos da cultura woke, não passa de uma versão no século XXI do Barnum & Bailey’s, circo de horrores do século XX. Quando, no futuro, os livros de história mencionarem os estertores e a decadência do politicamente correto no contexto da pós-modernidade, com a ascensão e o domínio da direita e do conservadorismo, Madonna será lembrada como a artista decadente que dublava a si mesma, enquanto a cultura woke agonizava e era expurgada do mundo.

Túllio Marco Soares Carvalho Advogado

Belo Horizonte

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ATRASO NA TRANSMISSÃO

Em relação ao badalado e aguardado show de Madonna em Copacabana no último sábado, 4/5, com um cachê estratosférico de mais de US$3 milhões (cerca de R$17 milhões) pagos pelos patrocinadores e a prefeitura do Rio de Janeiro, cabe dizer que foi um tremendo desrespeito e desconsideração para com o público presente e a audiência televisiva e do streaming. Seu injustificável e antiprofissional atraso de nada menos que 62 minutos. Em nenhum momento do show a diva pediu desculpas ou se justificou pela inadmissível demora. Se fosse nos Estados Unidos, Canadá, Europa ou na Ásia, a rainha do pop jamais cometeria tal abuso ou seria processada pelos organizadores nos termos do contrato firmado, que certamente estipulava o horário de início do espetáculo, sobretudo por ser televisionado ao vivo. Como foi no Brasil, a mídia se desmanchou em rasgados elogios, sem fazer nenhuma merecida crítica ao descaso com o relógio. Por isso, Madonna, a rainha do atraso, merece uma sonora vaia de pé. Vergonha!

J. S. Decol

São Paulo

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MADONNA MIA

As areias de Copacabana podem ser invadidas por uma horda de frenéticos sem que precisem pedir golpes. O verde e o amarelo foram resgatados como cores nacionais, deixando o significado fascista para trás. Mesmo ateu, resgato o que diriam os italianos: Madonna mia!

Adilson Roberto Gonçalves

Campinas

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‘MAL EXEMPLO’

Pouca vergonha e excesso de afrontas à dignidade do ser humano não faltaram no show da Madonna. Jamais poderiam ser exibidos objetos religiosos nesta orgia musical, servindo apenas para dar mal exemplo aos jovens presentes.

Pedro Paulo Penna Trindade

São Paulo