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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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10 min de leitura

Caso Elon Musk

Bem ou mal

Musk pede renúncia ou impeachment de Moraes; bilionário vira alvo de inquéritos (Estadão, 8/4, A7). Há uma certa extrapolação da parte do ministro Alexandre de Moraes, comparável àquela de Sergio Moro. Elon Musk, todavia, raciocina como residente num país normal e, certamente, faz-se de paladino da liberdade para defender os seus interesses. Por aqui, é diferente. Há todo um aparato midiático produtor de fake news para dar continuidade ao plano de golpe. Se este for consumado, que garantias constitucionais teremos? Bem ou mal, por aqui ainda temos uma democracia. Isso em razão da atuação, embora com algum exagero, do Supremo Tribunal Federal (STF). É preciso reconhecer que o Executivo não tem conseguido progresso em suas pautas de esquerda graças ao Legislativo. De modo geral, mesmo com algumas imperfeições no equilíbrio entre os Poderes, o Brasil democrático segue em frente.

Octávio Verri Filho

Ribeirão Preto

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O dono do X

Não se discute o mérito na vertiginosa carreira de certos ícones, com as inovações empreendidas em diversos campos da esfera empresarial que os colocam num patamar superior em termos de riqueza pessoal. Invectivas de alguns destes senhores lembram, no entanto, procedimentos da Idade Média, quando o poder financeiro ditava a soberania atropelando leis e costumes cultivados por uma população submissa.

Fauzi Timaco Jorge

São Paulo

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Atrevimento

Independentemente de haver censura da parte do ministro Alexandre de Moraes, quem é o sr. Elon Musk para dar palpites? Se ele tiver algum interesse empresarial contrariado, que entre com ações pertinentes por meio de seu Jurídico. Pedir cassação ou impedimento do ministro é muito atrevimento.

Heleo Pohlmann Braga

Ribeirão Preto

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Vale a discussão

Nem fato isolado nem exagero a indignação de Elon Musk em relação a medidas do ministro Moraes. Posições deste e de outros magistrados têm provocado questionamentos em vários setores da sociedade, cidadãos comuns, entidades de classe ou órgãos de imprensa. Já o pedido de extradição do blogueiro Allan dos Santos foi recusado pelo governo dos EUA porque o motivo alegado para a extradição estaria abrigado no direito à liberdade de opinião, num país tido aqui como modelo de sociedade democrática. Há, no Brasil de hoje, variados exemplos de prática institucional autoritária, embora travestida de defesa da democracia. Procede, pois, a questão levantada pelo dono do X. Seria esta, então, uma oportunidade de levar adiante a discussão com vista à garantia do direito de defesa e presunção de inocência até que se prove o contrário.

Patricia Porto da Silva

Rio de Janeiro

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(In)segurança pública

Esculhambação

Empresas de ônibus acusadas de envolvimento com PCC; líder do PT na Câmara pagando propina semanal ao PCC; contador de Lulinha diz ter ganhado 640 vezes na loteria; e Lula quer petista amigo no comando da Petrobras. Essas foram algumas das notícias de 9/4 no Estadão. É uma esculhambação sem fim com o dinheiro dos brasileiros, sufocados por impostos, taxas, discursos e promessas.

Carlos Gaspar

São Paulo

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Governo Lula

Milagre?

Até quando Lula vai continuar enganando a população brasileira e usando os cristãos em suas pregações mentirosas? Depois de inaugurar, mais uma vez, a transposição do Rio São Francisco, obra iniciada em 2007, para ser concluída em 2012 a um custo de R$ 4,8 bilhões e que já consumiu mais de R$ 14 bilhões, e não está concluída, vem falar em milagre? Não se deve usar a fé, aliada à desinformação, em campanha eleitoral antecipada, e muito menos usar a religião para ganhar votos.

Nilson Rebello

Brasília

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Urbanismo

Placas na Paulista

SP troca as placas de rua, que chegam à Paulista (Estadão, 9/4, A14). Bom para os pedestres, pois a sinalização com totens na Paulista, longe das esquinas, privilegiava os motoristas. Sou da região e foram incontáveis as vezes em que pude orientar pedestres sobre nomes e numeração das transversais da avenida.

Pedro Paulo Prado

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

MINISTÉRIO DA SAÚDE

O Ministério da Saúde, em especial a ministra Nísia Trindade, está passando maus bocados com a explosão da dengue pelo País – mais de mil mortes –, o caos nos hospitais federais do Rio de Janeiro e a voracidade do Centrão que quer a pasta para si. O presidente Lula resolveu ajudar a ministra, e aí você pergunta: Lula vai ajudar sugerindo mudanças importantes para atacar o problema da dengue, destinar uma verba extra para socorrer os hospitais e dar um chega para lá no Centrão? Não. Lula mandou seu marqueteiro para ajudar a ministra. É apenas mais um episódio da série “Lula, o eterno candidato”. Nunca está pensando no Brasil e nos problemas dos brasileiros, apenas e tão somente preocupado com a sua imagem e a eternização no poder.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

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MAIS PUBLICIDADE

Lula encontrou o caminho da salvação: investir mais recursos em publicidade. A queda na avaliação do governo é uma questão de falta de informação. Ou de fé? (Marqueteiro de Lula defende ‘casar’ propaganda para salvar imagem do ministério de Nísia, 8/4).

Patricia Porto da Silva

Rio de Janeiro

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FARMÁCIA DE ALTO CUSTO

Sou cidadã brasileira, classe média e com plano de saúde, porém operado por um tal monopólio Qualicorp que leva 40% da mensalidade do plano, remunera mal os médicos e nos deixa na mão quando precisamos usar o plano particular. Então usamos a Unidade Básica de Saúde (UBS) do Jardim Edite. Funciona bem, todavia pode ser melhor. Após consulta médica, recebo a receita do remédio de alto custo (R$ 1.992). Na cidade de São Paulo, com população aproximada de 12 milhões de habitantes, há quatro farmácias de alto custo do SUS. Fui atendida na unidade Vila Mariana, funciona bem. Para conhecimento, em um dia normal são atendidas cerca de 600 pessoas agendadas e 1.200 pessoas sem agendar. Em dias de pico chegam 900 pessoas agendadas e cerca de 1.500 pessoas sem agendar. Qualquer cidadão ao chegar retira senha de agendado/não agendado para a triagem. Após a primeira fase, que é rápida, cerca de 20 minutos, uma segunda senha para aguardar em uma sala com 96 assentos. No dia em que fui o ar-condicionado estava funcionando, porém há dois painéis para sinalizar a chamada das senhas: o sem agendar é legível; o agendado é ilegível. Aguardei cerca de 40 minutos, para então o cadastramento e encaminhamento da solicitação médica. Aí, retorna para a sala de espera e aguarda ser chamado pelo nome para retirar o remédio. Dependendo do medicamento, como o meu, que precisa ficar armazenado em local refrigerado, se espera 65 minutos. Em suma, o SUS funciona bem, mas precisa de investimento na estrutura física, com mais farmácias em uma cidade como São Paulo. Mais investimento também nos profissionais que atendem nas UBSs, para unificar e dar clareza nas informações, e ouvir mais os cidadãos. Falta aprimorar o planejamento. É necessário viabilizar mais entrega de medicamentos pelos agentes de saúde na residência ou trabalho dos cidadãos que realmente precisam de remédio de alto custo contínuo. Por fim, ao ler no editorial O custo da chantagem no Ministério da Saúde (5/4, A3) “Resultado: em 651 cidades o valor extrapolou o teto”, sou leiga. Como é feita a conta do repasse? Se Alagoas com 3.127.683 pessoas e Maceió com 957.916 pessoas receberam R$ 166,5 milhões + R$ 103 milhões, para Maceió foi repassado aproximadamente R$ 107 por cidadão – se fiz a conta certa, é pouco. O Orçamento está falho, será que o teto atende ao mínimo necessário? Quanto foi repassado para os outros Estados? Quantos reais por cidadão foram repassados para o município de São Paulo? Qual a UBS que os deputados federais fazem seus atendimentos? Já na notícia Saúde destina verba só no fim de 2023 e deixa R$ 4 bi para última semana (5/4), questiono: onde está o respeito a nós, cidadãos brasileiros, que precisamos de verba justa para a saúde pública, independentemente de partido político e livre da politicagem que estamos vivendo?

Regina Helena Vieira Santos

São Paulo

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PRESIDÊNCIA DA PETROBRAS

Como conseguir governar um país assim? Rui Costa e Alexandre Silveira, ministros da Casa Civil e de Minas e Energia, respectivamente, fazem fogo amigo para a queda do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. Quando sabem que o provável substituto pode ser o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, um petista de longa data com estatura e acesso direto a Lula da Silva, recuam, pois não teriam como bater de frente com ele, e preferem que o atual presidente da petroleira fique desde que cumpra determinadas condições. Puro suco de Brasil.

Vital Romaneli Penha

Jacareí

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POBREZA ENERGÉTICA

O elucidativo texto de Jorge J. Okubaro (Estado, 9/4, A4) nos apresenta dados e fatos que merecem a atenção de todas as esferas de governo – União, Estados e municípios – relativos a um problema cuja solução compete a toda a sociedade. Citando dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia, o articulista faz uma comparação entre o consumo de lenha e carvão em boa parte das residências e a energia hidráulica, com elementos indiscutíveis sobre a baixa eficiência do uso de lenha e carvão vegetal em substituição ao fogão a gás, além de aspectos relacionados à poluição ambiental. Atenta, ainda, para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU e conclama a sociedade para o enfrentamento da chamada “pobreza energética”, que “refere-se à ausência acesso aos serviços energéticos modernos por pessoas ou grupos”. Que o levantamento dos dados a cargo desses entes e mais o Banco Interamericano de Desenvolvimento, o BID, atualmente presidido por um brasileiro, possibilite uma ação direta governamental para a redução desse tipo de pobreza, um dos males da péssima distribuição de renda que assola o País há décadas.

Fauzi Timaco Jorge

São Paulo

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ALEXANDRE DE MORAES

“Juizite” é uma inflamação do ego, conhecida no mundo forense, que pode acometer magistrados voluntariosos, deslumbrados com o poder que o cargo lhes põe no colo. Geralmente, entretanto, infecta juízes de primeira instância, sendo mais rara a patologia junto aos tribunais (onde poderia se denominar “desembargadorzite”). Entretanto, para nossa preocupação, na corrente sanguínea de um ministro do Supremo Tribunal Federal esse desequilíbrio se configura uma ameaça à Nação inteira. E a História está repleta de “heróis da democracia” que apelaram para terrorismo oficial.

Jorge João Burunzuzian

São Paulo

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STF X MUSK

Absolutamente ridículo e patético o confronto entre o STF e o senhor Elon Musk. A postura boçal do senhor Alexandre de Moraes contra uma simples crítica aos desmandos do STF retrata de forma cabal a falta de seriedade dessa Corte integrada por falsos reis da Babilônia e que deveria fazer parte de algum circo mambembe de quinta categoria. Ninguém no Brasil hoje leva esses juízes caricatos a sério, apenas parte, quem sabe, dessa esquerda tão idiotizada quanto obtusa.

Paulo Alves

Rio de Janeiro

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‘A RAINHA DE COPAS DO STF’

A Rainha de Copas do STF (9/4, A3) mostra que ainda restam baluartes da imprensa livre e imparcial no cenário atual brasileiro. Parabéns ao Estadão pela corajosa e objetiva análise da situação da Justiça e da democracia no Brasil. Infelizmente, desde que o lulopetismo assumiu o Executivo e, em conluio com o Legislativo (Centrão), passou a dominar a cena política do País, com o apoio cooptado de grande parte da mídia, vemos uma escalada do STF, capitaneada pela “Rainha de Copas” com a vergonhosa omissão dos demais ministros, para a implantação de uma “democracia” ao estilo venezuelano ou russo. Atualmente, com a omissão de alguns ministros e a conivência de outros nomeados pelo PT, pouco podemos esperar do STF. O Senado, que seria a instância que poderia colocar um freio na “Rainha de Copas”, parece estar acovardado, pois muitos senadores têm processos no STF. O posicionamento do Estadão nos mostra que ainda resta uma esperança na luta pela sobrevivência da verdadeira democracia.

Francisco Paulo Uras

São Paulo

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REDES SOCIAIS

“As redes sociais não são terra sem leis, nem terra de ninguém”, afirmou o ministro do STF Alexandre de Moraes. Espero que essa terra de alguém não seja só do Supremo Tribunal Federal .

Luiz Frid

São Paulo

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USUÁRIOS DO X

Não tinha ideia da grandeza da rede social X (antigo Twitter), de Elon Musk, até ver a sua classificação entre as dez redes sociais mais utilizadas no Brasil em 2023: WhatsApp (169 milhões de usuários), YouTube (142 milhões de usuários), Instagram (113 milhões de usuários), Facebook (109 milhões de usuários), TikTok (82 milhões de usuários), LinkedIn (63 milhões de usuários), Messenger (62 milhões de usuários), Kwai (48 milhões de usuários), Pinterest (28 milhões de usuários) e, por último, X (24 milhões de usuários). Não deve fazer muita falta, no caso de suspensão aqui no Brasil.

Jorge de Jesus Longato

Mogi Mirim

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LEIS MAIORES DE UMA NAÇÃO

O X da questão “Alexandre de Morais X Elon Musk” é uma questão moral e cultural. Dinheiro e domínio tecnológico não pressupõem isenção de obediência às leis maiores de uma nação. Liberdade não é o direito de fazer o que quiser, mas fazer o que pode ser feito, sem infringir as leis e a Constituição numa democracia do Estado de Direito.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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ACESSO A UNIVERSIDADES

Todos os cidadãos brasileiros deveriam ter acesso à educação. A existência de um sistema de cotas significa que alguns vão receber educação e outros não. O Brasil erra muito, há muito tempo, com o acesso à educação: filhos de milionários estudam de graça nas melhores universidades públicas, quem estuda nos colégios públicos tem muito menos chances de frequentar uma universidade pública. Em vez de investir para aumentar o número de vagas, o governo insiste em um sistema de cotas para dar um verniz de oportunidade para os menos favorecidos.

Mário Barilá Filho

São Paulo

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LIVRO-TEXTO

Com referência à entrevista da jornalista Giovanna Castro com a doutora Guiomar Namo de Mello (Estado, 31/3, A18), gostaria de contribuir com a seguinte ideia, fruto de meus dez anos vivendo e estudando nos Estados Unidos da América (de 1948 a 1954 e de 1958 a 1962). Creio que o ensino no Brasil está muito centrado no professor e sua capacidade didática e faz pouco ou nenhum proveito do livro-texto na sua concepção moderna e abrangente. Este engloba a matéria em si didaticamente apresentada e dosada para cada período, assim como testes e materiais audiovisuais para reforçar o processo de aprendizagem. A confecção desse material seria realizada pelos professores didaticamente mais competentes nas respectivas matérias, e os professores das escolas seriam treinados para seu uso correto. Os livros-texto, cientificamente elaborados, não só reforçam a competência didática da classe docente como também servem de ponte em eventual substituição do titular (por doença por exemplo). Tendo estudado com o intensivo e correto uso de livro-texto muitos anos, acredito que valeria a pena estudarmos a possibilidade de sua introdução no Brasil.

Silvano Corrêa

São Paulo

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EQUAÇÃO DO MEC

No artigo A equação do MEC não fecha (7/4, A6), Claudio de Moura Castro defende o princípio pelo qual o governo central deveria induzir as instituições de ensino a buscarem melhores resultados, aumentando ou diminuindo os repasses, condicionando-os aos primeiros. No entanto, ao citar exemplos de repasses, cita transporte escolar, merenda, livro didático, dinheiro direto nas escolas e bolsas. Qual deve diminuir com baixo desempenho? Espero oferecer uma oportunidade para o autor detalhar sua proposta.

Marcelo Kawatoko

São Paulo

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RECONHECIMENTO EM VIDA

Ziraldo começou como um defensor da democracia e crítico da ditadura e terminou feito um menino feliz. De O Pasquim à Turma do Pererê, muito temos a agradecer. Ao menos, como queria, foi devidamente lembrado e reconhecido em vida.

Adilson Roberto Gonçalves

Campinas