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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Por Fórum dos Leitores
7 min de leitura

Jair Bolsonaro

Destroços da República

Surpresa zero ver os protagonistas e seu líder, Jair Bolsonaro, articulando o golpe antes das eleições de 2022. Isso era feito à luz do dia até em reuniões ministeriais. E, seguros da impunidade, gravaram as imagens para a posteridade. Mas falta alguém em Nuremberg, falta ver o papel das igrejas que mobilizaram seus fiéis para os acampamentos nas portas dos quartéis. Eram os mais fanatizados, aqueles que destruíam as sedes dos Poderes e depois se reuniam em oração sobre os destroços da República.

José Tadeu Gobbi

tadgobbi@uol.com.br

São Paulo

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Exército de Brancaleone

Desde que Bolsonaro lançou-se na vida política, julgava-o limitado intelectual, cultural e socialmente. Com seu comportamento tosco, surpreendeu-me quando foi eleito para a Presidência. Quando seu filho Carlos Bolsonaro aboletou-se no carro presidencial durante a posse, tive a certeza de que o País atravessaria tempos tenebrosos. A partir daí, foi uma avalanche de incompetência e comportamentos reprováveis. Agora, ao assistir às “reuniões ministeriais” recheadas de palavrões, asneiras sem limites e, o pior, declarações óbvias de intenções golpistas, certifiquei-me do acerto de minhas primeiras impressões. A burrice e a incompetência desse ex-governo não tinham limites. Bolsonaro e “seus militares” lembraram-me demais do exército de Brancaleone misturado a episódio de Os Trapalhões.

Heleo Pohlmann Braga

heleo.braga@hotmail.com

Ribeirão Preto

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Mau militar

Quem se dispuser a assistir ao vídeo publicado da fatídica e incrível reunião ministerial do dia 5 de julho de 2022, além de ficar pasmo com tanta besteira e palavrões ali proferidos, vai entender que o golpe só não foi colocado na rua porque a maior parte das Forças Armadas não aderiu às manobras ali engendradas. Mas a decisão era fácil de ser tomada. A ditadura, assim implantada, seria comandada por um mau militar, tosco e incompetente, Jair Messias Bolsonaro.

Abel Pires Rodrigues

abel@knn.com.br

Rio de Janeiro

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Reforma administrativa

A não reforma

O que se tem chamado de reforma administrativa é, infelizmente, uma reforma de RH que não alcança as necessidades em eficiência e custos para os cidadãos. Uma verdadeira reforma administrativa deveria começar pela reformulação dos atuais processos administrativos, desenhados numa época analógica pré-computacional, privilegiando a atividade-meio em detrimento da atividade-fim, e que consomem toneladas de papel e horas de trabalho apenas para saturar arquivos mortos. A nova arquitetura deveria se basear na atividade-fim, minimizando a atividade-meio com o uso intensivo de sistemas digitais capazes de administrar o fluxo de trabalho, a fiscalização efetiva e o gerenciamento de custos com eficácia e um mínimo de intervenção humana. Para desenvolver esse sistema existem várias instituições, como a FGV, a Fundação Dom Cabral e outras perfeitamente capacitadas que, adicionalmente, desenvolveriam as matrizes salariais com definição do pessoal necessário e as habilidades requeridas. No mesmo sentido, seria desenvolvido o sistema operacional destinado aos mais de 5.500 municípios, quase todos carentes de ferramentas eficazes.

Alberto Mac Dowell Figueiredo

amdfigueiredo@terra.com.br

São Carlos

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CNBB

Campanha da Fraternidade

Muito bom o artigo de dom Odilo Pedro Scherer de sábado (10/2, A5). Entretanto, como ocorre há 60 anos, a Campanha da Fraternidade vai continuar promovendo mais a boa vontade dos bispos do Brasil, porque os resultados ficarão aquém das expectativas. Prova é que pouca coisa a campanha conseguiu mudar no coração das pessoas ao longo de seis décadas, porque o egoísmo humano e “a tendência destrutiva do outro, impossibilitando um convívio humano saudável e pacífico”, parecem insuperáveis, incontornáveis, inquebrantáveis. Esse tema “pode suscitar debate, reflexões e ações interessantes para o convívio social”, mas na prática pouco muda a nossa realidade. Sugiro que o autor envie o artigo a todos os políticos do Brasil, e reze para que eles, primeiro, o leiam e, depois, se sensibilizem e assim busquem diminuir a destrutiva polarização política e ideológica que eles mesmos parecem alimentar.

João Manuel Maio

clinicamaio@terra.com.br

São José dos Campos

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

REUNIÃO MINISTERIAL

Quem ficou indignado com o conselho de Ricardo Salles para aproveitar a pandemia de covid-19 para “passar a boiada” deve ter ficado horrorizado pela frieza da discussão na reunião ministerial de 5 de julho de 2022, recentemente divulgada. Palavrões e linguagem de baixo calão à parte, tratava-se das “providências” a serem tomadas caso Jair Bolsonaro não fosse reeleito como presidente. Valeu de tudo, inclusive usar a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) paralela, questionar a legitimidade das urnas, atacar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Polícia Federal. Ou seja, a democracia só serviria se ele ganhasse. Se perdesse, optaria pela “solução final”, ou seja, o golpe militar. É revoltante e apavorante, para dizer o mínimo.

Omar El Seoud

elseoud.usp@gmail.com

São Paulo

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JAIR BOLSONARO

Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer estão livres, leves e soltos, depois de tudo o que fizeram. Lula é o presidente da República, Dilma preside um grande banco internacional e Temer é tido como um grande intelectual. Jair Bolsonaro vai tomar uma canseira, mas é praticamente impossível que ele receba a mitológica sentença condenatória transitada em julgado, basta os bolsonaristas do STF pedirem vista do processo, ou mandarem o caso para a primeira instância e, pronto, o mito estará salvo. Quem viver bastante verá como vai terminar mais essa novela.

Mário Barilá Filho

mariobarila@yahoo.com.br

São Paulo

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MINISTROS INDICADOS POR BOLSONARO

De tudo o que está vindo à luz, uma dúvida me atormenta: dá para confiar nos dois elementos infiltrados no STF pelo golpista fracassado? Eles continuam por lá.

Carlos Alberto Roxo

roxo.sete@gmail.com

São Paulo

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PROTESTO NÃO ORGANIZADO

A união, a formação e o respeito à Constituição da República impediram e impedem que alas singulares das três Forças, mesmo que aglutinadas, cometam um golpe de Estado com apoio do Exército, Marinha e Aeronáutica. Então, o que vimos? Notamos, só e simplesmente, centenas de cidadãos e cidadãs invadindo as áreas restritas aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, exercendo o quebra-quebra e a agressão patrimonial, mas tudo sem comando anunciado e sem plano estabelecido com o intento mesmo de derrubar o governo eleito. Os brasileiros viram um protesto agressivo e não organizado e que não pode nunca ser chamado de movimento golpista comandado e direcionado. No entanto, merecem os bagunceiros a devida punição, mas que nunca poderia atingir 17 anos de reclusão, exceto com muita boa vontade de punir, relembrando-se de movimentos de protesto realizados em governos anteriores e comandados por conhecidos partidos políticos e que nem punição receberam.

José Carlos de Carvalho Carneiro

carneirojcc@uol.com.br

Rio Claro

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INTEGRIDADE DAS FORÇAS ARMADAS

Para o bem do Brasil, os militares efetivamente condutores das Forças Armadas não se dobraram aos objetivos delirantes de Jair Bolsonaro e seus ministros, alguns militares de alta patente e da ativa. Viu-se da reunião estressada dos donos do poder de então que todos eram favoráveis a um golpe de Estado. O argumento que simplesmente ocultava o objetivo de permanência no poder: a vitória de Lula levaria ao caos. Muito ao contrário, os fatos estão aí, a demonstrar, decorrido um ano de governo do temido leão das montanhas, que a democracia não foi sequer ligeiramente tisnada. O caos decorreria do “murro na mesa” que os ensandecidos pretendiam e que levariam nosso país a uma inédita e sangrenta guerra civil. O povo brasileiro deve reconhecer que os militares detentores de autoridade suprema na esfera das respectivas instituições cumpriram e devem permanecer firmes na observância de suas atribuições constitucionais.

Amadeu Roberto Garrido de Paula

amadeugarridoadv@uol.com.br

São Paulo

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JUÍZO FORÇADO

Assusta um pouco um movimento grande para condenar quem chegou ao poder como presidente no Brasil. Acho que na Lava Jato não faltaram evidências, que para ganharem autenticidade tiveram e foram provadas; isso acabou afetando o presidente Lula, que inclusive entrou e se envolveu de modo concreto recebendo benefícios em forma de propina. Agora estão falando em conspiração no poder, sendo que não houve nenhuma resistência concreta de movimentos de forças militares e políticas para fazer qualquer tentativa de golpe de Estado; se assim fosse seriam apreendidos perto da transição de poder, o que não aconteceu. Chamar vândalos num movimento desordenado e sem nenhum poder político de aviltar contra o Congresso vazio de tentativa de golpe de Estado é de uma incoerência muito forte. Que evidências tivemos de tentativa de golpe de Estado? Mas de corrupção a afetar empresas como a Petrobras e um envolvimento muito forte, isso não falta no então presidente da época, que foi julgado e preso por isso, e hoje é o atual presidente do Brasil.

Fernando Vieira de Carvalho Campos Salles

fvccs@uol.com.br

Espírito Santo do Pinhal

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MORAES E TOFFOLI

Alexandre de Moraes e Dias Toffoli são os dois únicos ministros do STF que aparecem na mídia quase que diariamente e que tomam decisões pessoais arbitrárias e questionáveis. O primeiro é o nervosinho que manda prender Deus e todo o mundo, o segundo é o benevolente que perdoa dívidas de bilhões. O circo vai pegar fogo quando Alexandre de Moraes determinar a prisão de militares de alta patente.

J. A. Muller

josealcidesmuller@hotmail.com

Avaré

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CREDENCIAL DE TOFFOLI

Primeiro, ele foi reprovado duas vezes seguidas no concurso para juiz de Direito, e isso lhe rendeu muitos pontos para chegar na Suprema Corte. Segundo, ele foi advogado do Partido dos Trabalhadores, e essa sua passagem pelo PT foi uma credencial fundamental para chegar ao topo da magistratura tupiniquim. Foi assim que ele chegou aonde chegou. Dias Toffoli, ministro do Supremo Tribunal Federal. Tomara que com dias contados.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

lgtsaraiva@gmail.com

Salvador

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ÓDIO POLÍTICO

Muito boa a coluna de Daniel Martins de Barros em relação ao que ocorre hoje com o povo brasileiro em relação ao ódio político (Estado, 10/2), que acredito que nunca mais acabará. As atitudes do ser mais honesto do Brasil, mesmo tendo sido condenado em três instâncias, até no STF, e agora falando contra Bolsonaro dia sim, dia também nos garante anos de ódio e, claro, por tabela, violência. O colunista deveria ter direcionado seu ótimo comentário ao sr. Lula, afinal ele criou o famigerado “nós contra eles” anos atrás e continua o alimentando.

Antônio José Gomes Marques

ajgmescalhao@gmail.com

São Paulo

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ELEIÇÕES MUNICIPAIS

A intenção dos paulistanos é postular “eleições mensais” para a Prefeitura de São Paulo. A necessidade é de interesse de toda a cidade. Afinal, sempre às vésperas das eleições candidatos à reeleição saem a campo para realizar as obras que desdenharam durante toda sua estada no cargo. A cidade de São Paulo está, literalmente, de ponta cabeça, com obras por todos os cantos, atrapalhando ainda mais o caótico trânsito. Para evitar essa avalanche de obras feitas a toque de caixa – e nem sempre com a qualidade necessária –, o prefeito coloca a cidade em polvorosa. Para evitar esse sério problema, seria interessante haver “eleições mensais”, obrigando que o prefeito gestor não deixe para a última hora suas obrigações e as faça com a logística obrigatória. O sofrido paulistano agradece.

Júlio Roberto Ayres Brisola

jrobrisola@uol.com.br

São Paulo