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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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7 min de leitura

Conta de luz

O ponto de vista do PT

Sobre o editorial Presente de grego na conta de luz (Estadão, 12/4, A3), do ponto de vista do PT, a manobra para baixar agora a conta de luz não é um erro. É um grande acerto. A reeleição de Dilma Rousseff em 2014 é prova incontestável disso. Quem não aprende com os próprios erros não é o PT, mas o eleitor brasileiro, que segue elegendo estas tranqueiras.

Luciano Nogueira Marmontel

Pouso Alegre (MG)

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Arroubos populistas

A popularidade do presidente Lula da Silva andou caindo nas pesquisas? Ora, isso é muito fácil de ser resolvido, basta baixar a conta de luz! O ex-presidente Jair Bolsonaro moveu montanhas para diminuir o preço dos combustíveis; a ex-presidente Dilma Rousseff quase quebrou a Eletrobras baixando a conta de luz na canetada; Lula já causou prejuízos gigantescos à Petrobras só com as ameaças de mudanças que ele andou fazendo. Em algum momento o Brasil terá de se dar conta de que o País não pode ser governado por pessoas completamente ignorantes como Lula, Bolsonaro e Dilma. É preciso impor critérios qualitativos para os postulantes a cargos públicos e impor limites aos arroubos populistas à custa da saúde das contas públicas.

Mário Barilá Filho

São Paulo

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Trabalho

‘Inflação de diplomas’

O excelente artigo de Simon Schwartzman em 12/4 (Inflação de diplomas, Estadão, A4) mostra o enorme desencontro entre o ensino e o trabalho no Brasil. Sem desconsiderar a importância da educação para a vida, ele registra que a grande maioria das ocupações não requer muita educação. São ocupações simples, rudimentares, de baixos salários e muita rotatividade: balconistas, ajudantes, garçons, domésticas, lavradores, etc. Está aí um grave determinante da informalidade no trabalho. A educação, que tem ajudado na redução desse problema, ajudaria muito mais se os empregos fossem de boa qualidade. Isso não mudará de repente porque é reflexo da nossa histórica estrutura de produção. Simon faz uma reflexão de grande profundidade que precisa ser levada a sério.

José Pastore

São Paulo

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Engenheiros e geólogos

Está em análise no Senado Federal o Projeto de Lei (PL) nº 435/2021, já aprovado na Câmara dos Deputados, que equipara geólogos a engenheiros de minas. Ora, a Geologia é uma ciência, afeta aos conhecimentos da formação da Terra e assaz importante para as atividades antrópicas, mas não é uma área de atuação técnica, como é a Engenharia. Criada nos primeiros anos da ditadura de 1964, a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) deveria ter a função de realizar o desenvolvimento do conhecimento dos solos e da crosta do continente Brasil, mas serviu, durante muitos anos, para ser concorrente com o setor privado na retenção de direitos minerários, conforme prevê a legislação mineral. Só após a redemocratização é que essa entidade veio para cumprir seu papel: o de dar impulso ao conhecimento geológico brasileiro, tornando-se um Serviço Geológico Nacional. Para ocupar a mão de obra da Geologia, é dever do Estado suprir este órgão de recursos para impulsioná-lo, e ao desenvolvimento do País, reservando à iniciativa privada sua exploração, por meio de técnicas de Engenharia. O conhecimento geológico é fundamental para obras civis, de infraestrutura, de exploração de jazidas minerais, principalmente em minas subterrâneas, em que conhecimentos de detonação de rocha, ventilação, iluminação, segurança, utilização de equipamentos específicos de grande porte de movimentação de materiais são fundamentais e afetos a técnicas de Engenharia. Espero que esta carta ajude a conscientizar os senhores senadores e demais políticos desta República contra a aberração da citada lei, fruto de comezinhos interesses financeiros.

Carlos Leonel Imenes, engenheiro de minas

São Paulo

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Absurdo

O PL 435/2021 é um desrespeito do Legislativo federal com os brasileiros de bem e, principalmente, com os engenheiros do Brasil. Este projeto, disfarçado com o princípio da equidade salarial, se aprovado, concederá o título de engenheiro aos geólogos que nunca cursaram uma escola de Engenharia. Trata-se de um clássico projeto kafkiano. Um absurdo.

Ciro Terêncio R. Ricciardi, engenheiro

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

SISTEMA PENITENCIÁRIO

É muita ingenuidade do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmar que detentos devem ter o direito às “saidinhas” dos presídios para visitar familiares pois a proibição seria um atentado à dignidade humana. Ora, na dignidade das vítimas ninguém se preocupa, e mais: por dignidade humana todos os presos deveriam ser libertados, pois o sistema penitenciário está falido há muito tempo e a ressocialização é fantasiosa.

Luiz Frid

São Paulo

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REVOGAÇÃO DA SAÍDA TEMPORÁRIA

A revogação da proibição de “saidinhas” de presos, decretada pelo ocupante da Presidência da República, confirma o que o inconteste extraordinário dr. Roberto Motta deixou assente: “Tudo, menos justiça: o crime compensa no Brasil”.

Fernando de Oliveira Geribello

São Paulo

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FUTURO DOS POLÍTICOS BRASILEIROS

Ao manter a “saidinha” de presidiários para visitar a família, o presidente Lula deve estar preocupado com o futuro dos políticos brasileiros.

Carlos Gaspar

São Paulo

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OS TRÊS PODERES

Para funcionamento da democracia brasileira são três os Poderes, com funções específicas e harmonia entre eles. Cada um no seu espaço, sem se intrometer e respeitando a função dos demais. O Poder Executivo faz as obras, o Judiciário é o guardião da Constituição e o Legislativo faz as leis e fiscaliza os outros dois. São as três máquinas que, quando bem cuidadas, transparentes, honestas e entrosadas, acionam o motor que faz o Brasil avançar. Caso um deles extrapole a sua área, compromete a harmonia, a máquina funciona mal ou emperra. Compete ao Legislativo, casa do povo, eleito pelo povo e com maior número de integrantes, corrigir, exigir tolerância zero e, se for preciso para que tudo funcione bem, punir rigorosamente os seus próprios componentes e também os dos outros dois Poderes. Cada Poder no seu quadrado, com liberdade e responsabilidade.

Humberto Schuwartz Soares

Vila Velha (ES)

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ALEXANDRE DE MORAES

Jornalistas anacrônicos, da direita fossilizada, chamarem o ministro Alexandre de Moraes de “macho alfa” é uma distinção e tanto numa terra de eunucos, servis dos “senhores do anel” da velha plutocracia oligarca do Brasil medieval. Que bom que o Supremo Tribunal Federal tem um juiz que sabe manejar a espada de Themis, a divindade da Justiça, entre os homens de boa vontade, num país cuja Justiça defende a democracia.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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‘MACHO ALFA’

Moraes comete delírios e busca se mostrar como ‘macho alfa’ da democracia em ações contra Musk (Estado, 10/4). Admiro profundamente J. R. Guzzo por sua postura, alinhada à minha, frente ao atual governo. Entendo, entretanto, que tenha cometido um equívoco nessa coluna. Macho alfa é o criador, protetor e provedor, destacando-se por ser o animal mais forte, inteligente e justo de sua família. Destaca-se por ser um grande caçador, estrategista e líder, tomando sempre a frente numa caçada ou embate com outros grupos rivais. Dada a sua nobreza, nunca trai e não aceita traições, punindo com a expulsão os que corromperem as regras impostas. Por isso, prezado Guzzo, Alexandre de Moraes e suas arbitrariedades estão muito longe de um digno e respeitável macho alfa.

Maurílio Polizello Junior

Ribeirão Preto

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INDICADO POR TEMER

Alexandre de Moraes recentemente elogiou Michel Temer, que o indicou para o Supremo. Todos nós somos humanos e, consequentemente, cometemos erros. Resta, pois, sabermos se Temer, que foi professor de Direito Constitucional, não estaria arrependido dessa indicação.

F. G. Salgado Cesar

Guarujá

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AUTORITARISMO E DEMOCRACIA

Poucas vezes li uma frase tão inteligente e lúcida, capaz de resumir com fidelidade a hipocrisia que permeia a política mundo afora – particularmente a que vige aqui em Pindorama –, como a publicada no Fórum dos Leitores da leitora Patrícia Porto da Silva (Estado, 11/4): “Não sei o que pode ser pior. O autoritarismo explícito da ditadura ou o autoritarismo disfarçado de democracia”. Assim, não é por acaso que figuras ocupando cargos importantes no atual governo, outrora ativos participantes da luta armada em busca da implantação do comunismo absoluto e autocrático, hoje, de cara lavada, falem abertamente em preservar os credos democráticos, agindo, entre outras ações, mediante o aparelhamento de setores estratégicos nacionais e influências decisivas na Justiça. Na verdade, cada uma pode ser associada a uma moeda de faces iguais. Todo lançamento sempre apresentará o mesmo resultado.

Paulo Roberto Gotaç

Rio de Janeiro

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CASO VAZA JATO

Ao comparar o tratamento recebido pela empresa multinacional sueca Trafigura por corrupção de um executivo da Petrobras nos EUA e no Brasil, o editorial Nos EUA, justiça; no Brasil, impunidade (Estado, 11/4, A3) deixa escancarado o imbróglio decorrente da Vaza Jato, fundamentada em pirataria levada a efeito em celulares, negligenciando-se toda a roubalheira de dinheiro público.

José Elias Laier

São Carlos

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PAÍS DA IMPUNIDADE

Disse o jornal que “nos EUA, justiça; no Brasil, impunidade”. Qual a surpresa? É o tal “Estado Democrático de Direito”.

A. Fernandes

São Paulo

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DECISÃO CORPORATIVISTA

O País poderia mergulhar no caos o Parlamento optasse por livrar o suspeito de ser mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco da cadeia em nome dos princípios mafiosos que regem a política no Brasil. O caso se arrasta há anos e houve uma inacreditável participação da polícia para acobertar o crime. Uma decisão corporativista em defesa do crime poderia ser o gatilho de uma convulsão social de consequências imprevisíveis.

Mário Barilá Filho

São Paulo

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CHIQUINHO BRAZÃO

Ao votar em peso a favor do colega Brazão, a bancada de extrema direita mudou seu lema de “bandido bom é bandido morto” para “bandido bom é bandido parceiro”. E parceiro não faz delação contra parceiro.

Sylvio Belém

Recife

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EMENDAS PARLAMENTARES

O deputado federal Chiquinho Brazão destinou R$ 11,6 milhões a ONGs suspeitas e para “capacitar mulheres”. Precisamos com urgência acabar com as “emendas parlamentares”.

Cleo Aidar

São Paulo

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UTILITARISMO DA EDUCAÇÃO

Simon Schwartzman defende explicitamente o utilitarismo da educação (Inflação de diplomas, 12/4, A4), ou seja, aprender apenas para produzir. Ele ameniza a questão no final do texto, mas como uma concessão: a educação servir também para adquirir cultura e entender melhor o mundo. Vindo de um sociólogo, é espantoso. O próprio estudo do Ipea mencionado pelo autor mostra que, se ainda há 20% de subqualificados, é por que o interesse do mercado não são competências, mas, sim, produtividade dentro da lógica capitalista. Por fim, se não investir no nível superior, como ele prega, quem serão os professores necessários para melhorar a educação básica?

Adilson Roberto Gonçalves

Campinas

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AVENIDA PAULISTA

Não é possível que o prefeito Ricardo Nunes acredite que pode ser reeleito diante do que está fazendo na cidade: começa inúmeras obras e não termina nenhuma. Na Av. Paulista, além das obras inacabadas, a situação é vergonhosa: imunda, cheia de camelôs e barracas na própria avenida, principalmente nas transversais. Na Min. Rocha Azevedo há uma nítida favela. Na esquina da Paulista, as grades do Parque Mario Covas servem de varal, há até cachorros, ou seja, na calçada não dá nem para andar, isso para não dizer da imundice e do cheiro. Agora a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) permitiu o estacionamento dos caminhões de maquinários nessa alameda, e não é possível transitar, tudo parado. Não é possível tão pouco caso, principalmente considerando ser a Paulista a avenida mais importante de São Paulo, quiçá do País!

Maria Hebe Pereira de Queiroz

São Paulo