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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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9 min de leitura

Petrobras

Tempestade à vista

A forte queda das ações da Petrobras ontem, após notícia da demissão de Jean Paul Prates, reflete muito bem o que pensa o mercado sobre as intervenções de Lula subsidiadas pela ex-presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente da empresa José Sergio Gabrielli. Não pode uma empresa como a Petrobras ter 8 presidentes em 8 anos. O governo do “gasto é vida”, do populismo desenfreado e do anacronismo, combinados com as tragédias ambientais e o despreparo dos técnicos do governo sobre o que deve ser feito antecipadamente para evitar desastres, é a marca peremptória de Lula. A queda de Prates da petroleira abre um horizonte de tempestade na economia do País. Lula deveria ler mais livros e recolher-se à sua ignorância generalizada para não atrapalhar o que há de bom no País.

Mário Negrão Borgonovi

Petrópolis (RJ)

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Tragédia no RS

O Brasil está em choque

Sou cético a discursos simplistas e soluções singelas para problemas sistêmicos e extremos em complexidade. Um típico evento caótico com características bem definidas: inesperado, impactante e com explicações retroativas. O famoso Cisne Negro de Nassim Taleb. O Rio Grande do Sul e o Brasil estão confusos, foram pegos de surpresa. A verdade é que o País está em choque e os governos, desorientados. Dados errados, comunicação deficiente, sem água, energia, internet, estradas, pontes, aeroportos e meios logísticos de acesso e com milhares de desabrigados, entre outros desastres. Enfim, no caos econômico e social, o RS está tendo muitas dificuldades para coordenar algo melhor em níveis estadual e municipal. E o pior: a natureza e o clima fustigando e agravando a situação. Fora do RS, a contribuição da desinformação e uma enxurrada de fake news agravam a situação, terreno fértil para ataques infundados e dirigidos, um terrorismo informacional. É difícil entender o fato e a extensão da tragédia para articular rápida e eficientemente as providências, mas é fácil criticar e apontar culpados em detrimento do efetivo espírito cooperativo e humano.

Luiz A. Bernardi

São Paulo

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Quando baixam as águas?

Segundo informações, a enchente de 1941 em Porto Alegre demorou mais de um mês para escoar toda a água acumulada na cidade, e tempo semelhante poderá durar a enchente de agora. As explicações para essa demora são até simples. A altitude de Porto Alegre em relação ao nível do mar é de 10 metros, e algumas áreas estão a 6 metros. Isso torna a velocidade do fluxo da água muito baixa, já que depende da inclinação do terreno. No Rio Grande do Sul, os rios do Estado correm de suas nascentes para o leste, no sentido do mar, diferente, por exemplo, do Estado do Paraná, onde muitos rios correm para o oeste, até atingir o Rio Paraná. A situação de Porto Alegre e de outras cidades, com cursos de rios para o leste, favorece enchentes em cidades com baixa altitude. Mas isso tem solução? Se considerarmos que a Holanda, um país bem organizado e com uma agricultura evoluída, tomou do mar terras para aumentar sua área e praticar sobre elas a agricultura e pecuária, também o Brasil pode amenizar os efeitos negativos dessas catástrofes. No Brasil temos ensino superior dirigido à Hidrologia e temos engenheiros hidrólogos com capacidade de equacionar problemas originários por falta ou excesso de água. Então, falta o que para ao menos amenizar essas desastrosas ocorrências?

Áureo Francisco Lantmann

Londrina

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O entardecer do RS

À memória das tristezas imensas, a ninguém dado contornar, a destruição de Porto Alegre pelas águas desprezíveis não nos permite esquecer o terremoto de Lisboa em 1755. O homem tecnológico não tem como inadmitir seu fracasso ético. A má política que, por anos a fio, desprezou a previsão da catástrofe. Mas os estremecimentos geológicos são menos enfrentáveis. A crueldade das águas poderia ser contida ou minimizada. A Cidade Baixa foi reconstruída sob o estímulo de seus poetas. Na lenta recuperação de Porto Alegre, se os corações falassem, só ouviríamos as lamentações dos entardeceres de uma democracia que parece composta somente de urnas.

Amadeu R. Garrido de Paula

São Paulo

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Campeonato Brasileiro

Liga Forte pede paralisação do futebol até o dia 31 (Estadão, 14/5, A19). É justa e necessária a paralisação do futebol no País, diante das dores dos nossos irmãos do Rio Grande do Sul. É uma medida humanitária e de respeito.

Arcangelo Sforcin Filho

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

DEMISSÃO NA PETROBRAS

Em relação ao artigo intitulado Saída de Prates da Petrobras confirma Costa e Silveira como os maus conselheiros de Lula na economia (Estadão, 14/5, XX) o presidente Lula da Silva não vai descansar enquanto não retomar o controle da Petrobras. Lula acha um absurdo não poder colocar os companheiros nas empresas públicas para fazer o que sempre fizeram: roubar. Dilma Rousseff foi ungida por Lula à presidência da República por ter montado um formidável esquema de desvio de dinheiro público na Petrobras. Vários diretores indicados por Dilma foram presos, confessaram os crimes e devolveram parte do dinheiro roubado. Tudo isso é fato, está nos livros de história. Lula quer reviver esse passado glorioso, quer a Petrobras, a Vale e a Eletrobras servindo aos interesses do PT. Essa roubalheira toda está acontecendo à luz do dia, todo mundo está assistindo ao vivo, ninguém move uma palha. O judiciário não age se não for provocado e ninguém vai provocar ninguém. O Brasil precisa de uma revolução que jogue no lixo seu sistema político partidário e reconstrua a Nação em outras bases.

Mário Barilá Filho

São Paulo

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QUEDA NA GESTÃO

Como se viu pela condenável e despropositada intervenção política do governo Lula 3 na substituição do presidente da Petrobras, a maior empresa do País de capital misto virou um novo ministério do governo Federal: a PeTrobras. Pobre Brasil!

J. S. Decol

São Paulo

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TROCA NO COMANDO

Lula trocou o comando da Petrobras. No passado, ele e seus amigos quase quebraram a empresa que era orgulho do Brasil e uma das maiores do mundo. Por que não coloca de uma vez o José Dirceu na presidência da estatal, já que é ele que manda no País mesmo?

Moyses Cheid Junior

São Paulo

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REFLEXO NA BOLSA

A indicação da engenheira e ex-diretora da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Brasil (ANP), Magda Chambriard, para presidente da Petrobras provoca queda das suas ações na bolsa de valores. É a percepção de risco de ingerência política na petroleira.

Deri Lemos Maia

Araçatuba

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SOB ATAQUE

A demissão de Jean Paul Prates do comando da Petrobras evidencia a política perniciosa e os verdadeiros interesses do País promovidos pelo lulismo. Ainda faltam dois anos e sete meses e Lula tem muito a contribuir com o retrocesso. Uma pesquisa recentíssima mostra que 55% dos brasileiros rejeitam um novo mandato para o atual presidente. É pouco. Depois que ele parou de viajar e envergonhar o País lá fora, agora está na sua saga para destruir o que puder: já colocou amigos no Supremo Tribunal Federal, vive atentando contra a autonomia do Banco Central, sonha todo dia em desprivatizar a Eletrobras, colocou paus-mandados em estatais com a ajuda do seu ministro da Justiça, e está se aproveitando da tragédia no Rio Grande do Sul para fazer sórdida campanha eleitoral. A Petrobras, que quase foi ao fundo do poço e da indecência com a sua cria, agora está de novo sob ataque. Resta aos brasileiros de bem ficarem atentos para impedir que o desastre se repita.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador (BA)

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TROCA DE CADEIRAS

Mais um presidente da Petrobras é demitido. Acho que quem deveria ser demitido é o presidente da República. Não sabe escolher. Todos os que foram demitidos tinham em comum o seguinte: não entendiam nada de petróleo. Seus conhecimentos se limitam a mandar encher o tanque dos carros. E a conta quem paga sempre é o povo. Magda Chambriard, a nova eleita ,que não durará muito, lembra muito a ex-diretora executiva da Petrobras, Graça (sem) Forster. Foi ela quem presidiu a Petrobras quando comprou a refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, que deu um prejuízo de R$1 bilhão. Que Deus proteja seus acionistas.

Paulo Henrique Coimbra de Oliveira

Rio de Janeiro

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NOVA TEMPORADA

Estamos vendo uma nova edição da novela Petrobras. O presidente Lula não perde a oportunidade de intervir na empresa.

José Milton Glezer

São Paulo

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‘O QUE MAIS?’

Agora chegou a vez de tentar destruir a Petrobras. Nos próximos dois anos de governo o que mais Lula conseguirá destruir? Pobre Brasil.

Luiz Frid

São Paulo

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RESPONSABILIDADE FISCAL

Não há como querer algo diferente: populismo não combina com responsabilidade fiscal porque se caracteriza pelo adimplemento bastante difícil das obrigações fiscais, e que vão desde as normas orçamentárias até verbas menores para satisfação de desejos políticos e eleitorais. Certo é, no entanto, como está no editorial intitulado Resistir ao populismo dá bons frutos (Estadão, 15/5, A3), que embora poucos governos assim procedam, Lula, desde o início de seu governo enveredou para o populismo nas políticas internas econômicas e nas manifestações globais, visando sempre seus propósitos e menos os do Brasil. O governo não populista aceita a flutuação do câmbio, cumpre as metas de inflação e age sempre com responsabilidade fiscal, deixando de lado as tentações e convites para gastar mais que as receitas podem ofertar. Aliás, o nosso arcabouço fiscal serve de exemplo: o déficit zero jamais será alcançado porque a irresponsabilidade fiscal assim não permite.

José Carlos de Carvalho Carneiro

Rio Claro

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INFLAÇÃO

A esperada ata do Copom divulgada nesta terça-feira, 14/5, demonstra que o colegiado, de forma unânime, está preocupado com o possível aumento da inflação. E advertem o governo da necessidade imperiosa de uma política monetária contracionista a fim de se evitar a alta de inflação. Lógico que, com olhar também para os Estados Unidos, onde a atividade produtiva continua alta, que ameaça o aumento da inflação e distancia o tão desejado corte dos juros pelo mercado. Ou seja, se Lula continuar com sua gastança sem vistas para o equilíbrio fiscal, é capaz de o banco Central, nas próximas reuniões do Copom, frustrando o mercado, deixe de reduzir a taxa básica hoje em 10,5% ao ano. O que seria danoso e custoso para o setor produtivo e consumidores no País devido ao alto custo financeiro. Pelo jeito, o Planalto não está preocupado com a boa governança e regras de mercado.

Paulo Panossian

São Carlos

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AMADORISMO DA CLASSE POLÍTICA

Todos os anos as tragédias se repetem e nos deixam lições. Somos testemunhas do sofrimento das pessoas que perdem suas casas, seus pertences e até sua identidade, como é o caso do Rio Grande do Sul. Do outro lado, vemos o improviso dos governos. As pessoas são recolhidas aos montes e colocadas em lugares inapropriados, porque nenhum governante pensou que seria necessário abrigar tanta gente. Desta vez os prejuízos são incalculáveis. Cidades inteiras desapareceram, assim como muitos morreram e outros tantos continuam sem ter para onde ir. Não bastasse o sofrimento dessas pessoas, somos informados que os ladrões aparecem para levar o pouco que restou. Quanta tristeza. E as eleições? Ah, os candidatos estão em busca de votos. Para acabar com o populismo, os mandatos deveriam ser prorrogados para mais dois anos, tempo suficiente para ver quem será capaz de reconstruir a cidade e abrigar seus habitantes. A situação é triste, quiçá desesperadora. Não há clima para se pensar em eleições. Antes disso, as pessoas precisam voltar para suas casas, as crianças retomarem as aulas e o comércio abrir suas portas. Tudo muito difícil. Mas o povo brasileiro é solidário, acolhedor e tem dado mostras do quanto está preparado para enfrentar problemas. Já os governos ficam discutindo quanto de dinheiro deverão distribuir, quem deve levar mais, qual partido, etc. O lado bom da tragédia expõe o amadorismo da classe política, e a solidariedade do povo que surpreende.

Izabel Avallone

São Paulo

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COMPARAÇÃO

As postagens nas redes sociais feitas pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), como a que compara a condução de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro na pandemia com a de Lula na tragédia do Rio Grande do Sul, lembra a personagem Ofélia do extinto programa Zorra Total, que dizia o bordão: “só abro a boca quando tenho certeza”.

Jorge de Jesus Longato

Mogi Mirim

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POUCOS LÍDERES

Mais uma lição que a tragédia do RS está nos dando: O governo arrecada muito, investe pouco, tem estrutura inchada, cara e desnorteada. Age quando não tem mais jeito e se os holofotes e microfones estiverem ligados. Pobre País, com muitos slogans e poucos líderes

Carlos Gaspar

São Paulo

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MELHOR RESULTADO

O Corinthians conseguiu golear o Argentinos Jrs. por 4x0, o que levou a crítica a considerar o melhor resultado neste ano para o time alvinegro. Não é. O melhor resultado foi os 3x0 contra o time do Fluminense. Esse time argentino tomou de 3x0 em casa contra um time paraguaio, portanto, golear em casa foi apenas obrigação do Corinthians para com a sua torcida.

Laércio Zanini

Garça

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PARALISAÇÃO DO CAMPEONATO

Embora vários times de futebol já se posicionaram a favor da interrupção temporária do Campeonato Brasileiro por causa das enchentes no Rio Grande do Sul, alegando razões fundamentalmente humanitárias e também solidárias em relação aos times gaúchos, tal paralisação seguramente vai agregar transtornos indesejáveis. Não é somente a questão do calendário ou do entretenimento. O campeonato movimenta direta e indiretamente grandes somas de dinheiro, desde os direitos de transmissão por TV, rádio, etc., até o comércio local que acontece no entorno dos estádios e que conta com esses eventos para equilibrar sua saúde financeira. Há várias formas pelas quais os clubes podem ajudar o Sul sem que o campeonato tenha de ser interrompido. Parar pura e simplesmente, causando prejuízo a outros, não faz sentido.

Luciano Harary

São Paulo