Economia
País à deriva
O artigo do professor José Márcio Camargo Um país à deriva (Estadão, 15/6, B2) sintetiza com precisão o momento atual do Brasil. O leilão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) destinado à compra de arroz importado é apenas um exemplo de um país sem rumo, desgovernado e literalmente sem âncoras (moral, fiscal e monetária). Para agravar, a percepção do investidor é de que as leis no Brasil só valem para os amigos do rei. As suspeitas decisões do ministro Dias Toffoli, relativas à Odebrecht, sem questionamentos do plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) ou do Senado Federal, completam o cenário e revelam ao investidor a integral deterioração do ambiente de negócios no Brasil. Consequências: o dólar sobe, a Bolsa cai e o dinheiro sai à procura de um país confiável.
Nilson Otávio de Oliveira
São Paulo
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Sem boia de salvação
Na verdade, o que temos é um (des)governo que sabe que pouco ou nada vai entregar para desenvolver concretamente o País e, pior, que parece nem se dar mais ao trabalho de tentar esconder isso. O modus operandi dessa administração federal é bem previsível: sempre falar como se não tivesse qualquer parcela de culpa na crise da vez, fazer ações de marketing cada vez mais vazias para tentar convencer a população de que algo está sendo realmente feito em prol do País e tentar tragicomicamente “ajudar” setores escolhidos a dedo com farto dinheiro público, isenções, benefícios, conteúdo local, protecionismo e crédito fácil. E, para finalizar, a cereja do bolo: gastar tudo o que puder para tentar inutilmente elevar a popularidade perdida para garantir a reeleição e, quando a realidade finalmente bater à porta, voltar a dizer que não tem nada a ver com isso, fazer mais promessas vazias e propor mais metas irrealizáveis, esperando que dê certo dessa vez. Enfim, esse é o horror que temos para hoje no nosso querido Brasil. Enquanto isso, o País afunda cada vez mais, como um náufrago que escolhe deliberadamente se afastar da boia de salvação representada pela estabilidade fiscal e monetária. Até quando? Tristes trópicos.
Fernando T. H. F. Machado
São Paulo
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Urbanismo
Prédios de 30 andares
Com as atuais autorizações de construções de diversos edifícios com 30 andares (Cotia permitirá prédios de 30 andares em corredor que vai até a Granja Viana, 5/6, A13), acima, portanto, da imensa maioria dos edifícios na capital paulistana, é bom lembrar que nada, absolutamente nada, tem sido feito para ampliar as galerias de águas pluviais e a rede de esgotos existentes.
Fernando Geribello
São Paulo
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Turismo histórico
Santos faz obras no centro histórico para criar a sua versão de Puerto Madero (Estadão, 15/6, A24). A revitalização de armazéns do Porto de Santos insere-se no movimento de valorização dos centros urbanos. A experiência no estrangeiro e no Brasil indica que parte do processo deve consistir em incluir as pessoas do entorno e da comunidade e visitantes na gestão e uso desse espaço. O turismo histórico e cultural parte do interesse das pessoas em interagir e aprender no convívio com os sabores, costumes e vivências locais e originais. Sem essa diversidade, corre-se o risco de perder-se o encanto, substituído por um espaço sem caráter próprio, um não lugar, como definiu o antropólogo francês Marc Augé.
Pedro Paulo A. Funari
Campinas
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Belezas antigas
Foi anunciada a revitalização do centro histórico da cidade de Santos. Lá está guardado um registro muito importante da história do Brasil, desde sua fundação, no século 16, até hoje. O Pantheon dos Andradas, com os restos mortais de José Bonifácio de Andrada e Silva, os imóveis tombados onde ocorreram fatos históricos, desde antes das capitanias hereditárias, passagens de d. Pedro I e de seu filho Pedro II, e recentemente o Museu Pelé e os trilhos e circuitos dos bondes das décadas passadas. No Monte Serrat com seu antigo cassino onde esteve Carmen Miranda. E no Museu do Café eram negociadas as sacas de café para o exterior. A revitalização é bem-vinda desde que não desfigure os valores históricos e não traga modernização de gosto duvidoso para os cidadãos que sabem apreciar as belezas antigas.
Mário Negrão Borgonovi
Petrópolis (RJ)
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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br
VOTAÇÕES NO CONGRESSO
Embaralha o estômago ver o nosso Congresso Nacional, e principalmente a Câmara dos Deputados, quando aprovam regime de urgência para votar o fim das delações premiadas para réus já presos. E também um projeto antiaborto no qual equipara o aborto ao homicídio, mesmo que a gestante tenha sido estuprada. Uma insanidade. Com o fim das delações premiadas e dependendo dos detalhes ou jabutis incluídos neste projeto, o tenente-coronel Mauro Cid, que delatou contra Jair Bolsonaro, e o ex-policial militar Ronnie Lessa, que disse ter matado a ex-vereadora Marielle Franco, podem ter as suas delações anuladas, assim como todas da Lava Jato em que os réus estavam presos. Ou seja, o Congresso, no caso das delações, deseja proteger corruptos e membros de facções criminosas. Querem transformar o País, que já um dos que mais crimes comete do mundo, num reino da impunidade. E no projeto do antiaborto, um golpe contra as mulheres que até são covardemente estupradas. Só falta em nome de Deus querer punir as mulheres com chibatadas e outras barbaridades como faz o Irã. Que sina de retrocesso que o Brasil tem vivido nestas últimas quase três décadas.
Paulo Panossian
São Paulo
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MANIFESTAÇÕES PELO BRASIL
O deputado e presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira, pode ser comparado a Dilma Rousseff, pois conseguiu por o povo nas ruas. Viva o povo brasileiro.
Cecilia Centurión
São Paulo
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DIREITO À VIDA
Maior crime. Penso que aceitar o aborto não significa progresso e sim uma violação do direito à vida, pois conforme a ciência diz, o novo ser já tem um código genético, ou seja, a vida consumada. Portanto, o que Papa Francisco disse é também uma questão religiosa, pois o código genético (a vida) não foi criado pela ciência e sim por Deus. O pontífice defende o que foi criado por Deus. Vida sempre.
José Ribamar Pinheiro Filho
Brasília
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PAUTAS PELO MUNDO
A finalidade dos participantes da reunião do G7 foi discutir o aborto? E o Papa discutir inteligência artificial?Tem alguma coisa errada nessas mentes.
Lourdes Migliavacca
São Paulo
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REAÇÃO POPULAR
A reação popular ao Projeto de Lei que equipara o aborto após a 22.ª semana de gravidez ao homicídio é impressionante. Em razão disso, o Congresso Nacional e entidades como a OAB, terão de fazer parecer sobre o tema, no sentido que tal PL seja devidamente equacionada para que no futuro que está a nossa frente, tal decisão ao ser concretizada, seja devidamente acolhida pela maioria de nossa população. Que assim seja.
José de Anchieta Nobre de Almeida
Rio de Janeiro
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DISCURSO DE LULA
No discurso que fez na sede da Organização Internacional do Trabalho (OIT) em Genebra, Lula cobrou a taxação dos super ricos alegando que a concentração de renda é tão absurda que alguns indivíduos possuem seus próprios programas espaciais, numa alusão indireta a Elon Musk, dono da rede X (antigo Twitter). Essa fala odiosa de Lula aos mais ricos contrasta com as políticas de seu governo que aportaram quantias vultuosas de recursos do BNDES em algumas poucas empresas. São as chamadas campeãs nacionais, designação dada àquelas financiadas com bilhões de dinheiro público para fazer investimentos no exterior, como JBS, Odebrecht, BRF, Marfrig, Oi, Fibria, Lácteos Brasil e até a OGX de Eike Batista. As relações espúrias dos governos petistas com essas empresas culminaram no maior escândalo de corrupção da história.
Deri Lemos Maia
Araçatuba
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JUSCELINO FILHO
O amor voltou. Retomando o braço internacional da lua de mel, a caminho da Suíça, a respeito do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, indiciado por envolvimento com organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção passiva, falsidade ideológica e fraude em licitação, disse o especialista da matéria, presidente, maridão da Janja: “Não significa que cometeu um erro!”. Pelas barbas do profeta, Lula. Igual libelo se aplica aos inúmeros patriotas, jovens, idosos, deficientes, religiosos, crentes, agnósticos, ateus, espíritas, ambulantes, crônicos doentes com comorbidades, entre tantos nacionalistas, injusta e covardemente presos no 8 de janeiro, condenados à socapa, sem manifestação do Ministério Público, sem provas, sem direito à defesa e ao contraditório, longe do devido processo legal? Que tal uma prosa com o cumpanhêro Xandão, que faltou a essa e tantas outras aulas de direito? Manda outra, presidente.
Celso David de Oliveira
Rio de Janeiro
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MINISTRO DAS COMUNICAÇÕES
Só falta o presidente Lula afirmar que o ministro Juscelino Filho será ministro até o fim do seu mandato e, se for reeleito, continuaR como ministro.
Vital Romaneli Penha
Jacareí
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8 DE JANEIRO
Muitas pessoas que, criminosamente, participaram dos atos terroristas de 8 de janeiro já foram julgadas, condenadas e cumprem pena de prisão. Enquanto isso, transcorrem com estranha lentidão os processos relativos aos financiadores e responsáveis maiores por tais atos. É a diferença entre peixe pequeno e peixe grande que dita o ritmo da Justiça?
Sylvio Belém
Recife
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LUIZ FUX
Confesso que fiquei feliz ao ler o título do artigo em que Fux repudia o uso promíscuo dos ‘amigos da corte’ e defende correção pelo STF (Estadão, 13/6, A7). Por um momento, achei que o ministro referia-se aos amigos da corte que vêm sendo sistematicamente anistiados pelo Supremo, e que ele, corajosamente, afrontaria seus pares, insurgindo-se contra as arbitrárias e imorais anistias. Ledo engano. Ao ler o artigo completo, constatei que os amigos da corte que Fux repudia, nada têm a ver com a mulambada indultada pelo STF, e minha felicidade virou tristeza.
Maurilio Polizello Junior
Ribeirão Preto
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DESONERAÇÃO DA FOLHA
Infelizmente, são falsos os embates e a polêmica entre o poder Executivo e o presidente do Congresso Nacional a respeito da prorrogação da desoneração da folha. Na verdade, há um interesse que une os atores dessa encenação política: arrecadar mais e não parar de gastar. Fosse diferente, lembrariam todos que a desoneração já é acompanhada de medida compensatória, desde a sua instituição, qual seja a cobrança do adicional de 1% da Cofins sobre uma série de produtos importados. Tanto assim que o PL 1874, apresentado em resposta à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) capitaneada pelo ministro Cristiano Zanin, propôs uma gradativa extinção da desoneração, mas acompanhada da extinção do adicional de 1%. O que se quer, portanto, é criar mais medidas compensatórias além daquela já prevista na lei. O que se quer é arrecadar. Pobres de nós.
José Luis Ribeiro Brazuna
São Paulo
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GUERRA NA UCRÂNIA
Mais uma do presidente que gosta de viajar e, nas viagens, principalmente, não perde a oportunidade de falar sobre o que não entende ou se faz de desentendido. Lula disse: “Se Zelensky diz que não tem conversa com o Putin, e Putin diz que não tem conversa com o Zelensky, ou seja, é porque eles estão gostando da guerra”. Pois é, presidente, e quem não está gostando nem um pouco dessas pérolas que você diz, algumas chegando ao nível da imbecilidade, é uma grande parte do povo brasileiro.
Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva
Salvador (BA)
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IGNORÂNCIA ARTIFICIAL
O artigo de Eugênio Bucci intitulado Sobre a ignorância artificial (Estadão, 13/6, A6) é brilhante. Algo para se emoldurar e colocar na parede. O professor e jornalista traduz com inteligência, lucidez e até de forma elegante como uma boa parte da humanidade conseguiu se beneficiar da tecnologia para se tornar ainda mais superficial, fútil e vazia. Eugênio Bucci felizmente é inteligente e pensa. Meus cumprimentos ao jornal por tê-lo entre seus colaboradores.
Paulo Andreoli
São Paulo
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ESTRADA VELHA EM SÃO BERNARDO DO CAMPO
Gostaria de manifestar minha indignação e preocupação com a recente instalação de uma cancela na Estrada Velha, em São Bernardo do Campo. Essa medida tem prejudicado diretamente diversos atletas que utilizam essa via para seus treinos matinais, antes das 8h. Triatletas, ciclistas, corredores e outros esportistas frequentemente começam suas atividades por volta das 6h, horário em que a cancela ainda está fechada, impedindo o acesso ao local. É importante destacar que a prática de esportes ao ar livre, além de promover a saúde e o bem-estar, contribui para a formação de uma comunidade mais ativa e saudável. A falta de espaços adequados para a prática de atividades físicas já é um problema recorrente em nossa cidade, e a instalação desta cancela só agrava essa situação, limitando ainda mais as opções dos atletas. A Estrada Velha é um dos poucos locais disponíveis e seguros para a prática desses esportes, e sua interdição parcial está prejudicando um grande número de pessoas que dependem desse espaço para manter sua rotina de treinos. A prática regular de esportes é essencial não só para a saúde física, mas também para o bem-estar mental de muitos cidadãos. Gostaria de solicitar que a prefeitura de São Bernardo do Campo reavalie essa decisão, considerando os benefícios que a liberação da Estrada Velha para atividades esportivas traz para a comunidade. Acredito que é possível encontrar uma solução que atenda tanto às necessidades de segurança e organização da cidade quanto aos direitos dos atletas que utilizam esse espaço. Agradeço a atenção e espero que essa situação possa ser resolvida em breve, em prol da saúde e do bem-estar de todos.
Kelly Pereira
São Paulo
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PICHAÇÕES EM CURITIBA
Quem anda pelo centro de Curitiba se depara com portas e fachadas de lojas e construções históricas todas pichadas. São edificações tomadas pela arte dos vândalos de plantão. Até prédios inteiros são alvo dos criminosos de spray. Poluição visual que emporcalha a cidade.
Célio Borba
Curitiba