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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Por Fórum dos Leitores
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Dengue

Dia D

Os brasileiros estão convocados a participar, hoje, do Dia D de Combate à Dengue, formatado pelo Ministério da Saúde. Sob o tema Dez Minutos Contra a Dengue, todos devem esvaziar garrafas e mantê-las de boca para baixo, limpar calhas, colocar areia nos pratos de vasos de plantas, tampar tonéis, lixeiras e caixas d’água e, ainda, colocar ao abrigo da chuva objetos como pneus, lonas e outros materiais que possam represar água e funcionar como criadouro do mosquito. Se todos fizerem sua parte, estará eliminada a transmissão da doença nos níveis atuais. O Ministério da Saúde divulgou que na quinta-feira passada o País ultrapassou a marca de 1 milhão de casos prováveis de dengue em 2024, com 214 mortes. Outros 687 óbitos estão em investigação. Estima-se que neste ano o Brasil possa ter o dobro do 1.658.816 casos de dengue registrados em 2023.

Dirceu Cardoso Gonçalves

tenentedirceu@terra.com.br

São Paulo

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30 anos do Plano Real

Saudades de FHC

Sobre o artigo Saudades do que vivi, de Elena Landau (Estadão, 1/3, B4), analisando os presidentes posteriores a ele, FHC foi o melhor de todos. Pegou um Brasil argentinizado e o colocou nos eixos, sem a arrogância da extrema direita ou a heterodoxia econômica burra da esquerda. Quando Lula, eleito, falava de uma “herança maldita”, isso soava incompreensível, uma agressão à inteligência econômica do Plano Real. Era a má-fé petista, a falta do reconhecimento da qualidade do adversário. Felizmente, nem a “nova matriz econômica”, política expansionista idealizada por Guido Mantega, nem o golpismo de Bolsonaro conseguiram destruí-lo. Parabéns, FHC.

José Eduardo Zambon Elias

zambonelias@hotmail.com

Marília

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Vale

Donos do Brasil

O presidente Lula da Silva disse que a Vale “não pode pensar que é dona do Brasil”. Faltou completar: e muito menos o PT.

Mario Miguel

mmlimpeza@terra.com.br

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Jundiaí

Depois de privatizada, a Vale se tornou uma das três maiores empresas de mineração do mundo. Um sucesso para o Brasil. Ela não é dona do País, mas deveria poder ser dona do próprio nariz. O governo atual também não é dono do Brasil, está ali de passagem. Se a Vale, a cada novo governo, tiver de se adequar ao tal “entendimento de desenvolvimento” de cada um deles, vai ficar difícil de fazer o seu planejamento estratégico para os anos seguintes. O exemplo da Petrobras serve bem para explicar, pois uma hora ela quer construir as refinarias, outra hora quer vendê-las; uma hora o preço é calculado assim, outra hora é assado. O governo tem muitos outros problemas a serem resolvidos, e até mais urgentes, do que se envolver em empresas que estão dando certo.

Nelson Falseti

falsetini@gmail.com

São Paulo

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Trem SP-Campinas

Nova linha

Anunciada a nova ligação São Paulo-Campinas, com tempo de viagem previsto de até 1h15, vale lembrar que de 1974 a 1978 circulava o trem húngaro entre as cidades, com tempo máximo de 1h45 de viagem. Eu o usei diversas vezes, pela pontualidade. Quando for concluída esta linha, já terão se passado 50 anos desde o fim do trem húngaro, mostrando o quanto regredimos no transporte ferroviário e ainda dependemos de soluções ultrapassadas em termos de velocidade.

Manuel Pires Monteiro

manuel.pires1954@hotmail.com

São Paulo

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STF

Desserviço ao Brasil

Sobre a entrevista do ministro Gilmar Mendes (Estadão, 29/2, A10) em que ele se refere ao discurso de Jair Bolsonaro na manifestação de 25/2, é no mínimo estranha e juridicamente indevida a declaração de que o discurso do ex-presidente “parece” confissão sobre a minuta do golpe. O ministro se comporta como um cidadão comum dando palpites sobre assuntos de política, quando na verdade ele é o decano do Supremo Tribunal Federal (STF), o que afronta a Lei Orgânica da Magistratura e a própria Constituição, falando fora dos autos. O ministro há muito pensa que está ajudando o Brasil intrometendo-se em assuntos de política, mas, na verdade, faz com que o cidadão perca ainda mais o respeito pelo Poder Judiciário. Um mau exemplo.

Paulo Chiecco Toledo

pct@aasp.org.br

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

TRINTA ANOS DO PLANO REAL

O Plano Real está completando 30 anos e vale lembrar que ele teve e ainda tem um outro nome dado pelo lulopetismo: herança maldita. No seu editorial Democracia, o esteio da economia (29/2, A3), o Estadão não deixou por menos: “Lideranças lulopetistas de memória curta volta e meia tentam desacreditar essa conquista – não custa lembrar que, de olho nas eleições (daquela época), apenas Lula e o PT foram contra o Plano Real”. O que significa que, caso o PT e Lula tivessem vencido a batalha que irresponsavelmente empreenderam contra o real, podemos até não conseguir imaginar o que teria acontecido com o Brasil nesses 30 anos, mas dá para afirmar sem grandes chances de erro que hoje poderíamos estar vivendo uma situação muito semelhante à da Argentina. Ainda bem que nem Lula nem o PT estavam no poder em 1994. Mas agora estão. Portanto, é fundamental que a sociedade brasileira fique atenta 24 horas, sete dias por semana, para não permitir que nenhuma ideologia retrógrada venha a colocar em risco essa conquista do povo brasileiro.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

lgtsaraiva@gmail.com

Salvador

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UNIDADE REAL DE VALOR (URV)

Há 30 anos, em 1.º de março de 1994, num país em que a inflação rondava os inacreditáveis 3 mil por cento ao ano, passou a valer no Brasil a Unidade Real de Valor (URV), uma quase moeda transformada no atual real quatro meses depois graças ao talento da engenharia monetária dos economistas André Lara Resende e Persio Arida. O nome do credor dessa dívida impagável do Brasil é o ex-ministro da Fazenda do então governo Itamar Franco, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que soube reunir uma equipe de notáveis criadora da nova moeda responsável pela navegação do País em águas calmas e tranquilas numa inflação de Primeiro Mundo. Por oportuno, cabe lembrar que o PT do presidente Lula da Silva fez de tudo para boicotar o Plano Real, divulgando fake news entre a população, dizendo que “não passava de um mero golpe tecnocrático que viraria fumaça em questão de meses”. Passadas três décadas, enquanto a vizinha Argentina enfrenta uma hiperinflação de exorbitantes 254% ao ano, o Brasil tem em meta para este ano apenas 3%. Viva FHC e o Plano Real!

J. S. Decol

decoljs@gmail.com

São Paulo

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PRESIDENTE ESTADISTA

Subscrevo integralmente o que disse Raquel Landau em sua coluna Quanto mais o tempo passa, mais tenho saudades de FHC na Presidência (Estado, 29/2). Realmente foi uma exceção, um ponto fora da curva; um estadista. Perguntado certa vez por um repórter por que era de esquerda, um socialista, mas estava fazendo políticas públicas da direita, a resposta foi: “Eu tive a grandeza de mudar”. O governo FHC (1995 a 2002) executou as maiores privatizações da história do Brasil. Quebrou o monopólio de várias empresas públicas como as de petróleo e de telecomunicações. E foi rotulado de “neoliberal”.

Deri Lemos Maia

derimaia@yahoo.com.br

Araçatuba

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PAÍS SÉRIO

Lula fora do Brasil dá uma estadista, mas mais parece um encantador de bêbados, porque no Brasil, onde a violência e a matança imperam, ele nada faz. E, pior, ainda divide mais o Brasil e cria ódio. O que fala na verdade é uma piada de mau gosto. O Brasil nunca será sério. Como diz a música, a gente vai levando.

Marieta Barugo

mbarugo@bol.com.br

São Paulo

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DONO DO BRASIL

Concordo com o presidente Lula da Silva. A Vale não é dona do Brasil. Só que ele, apesar de achar, também não o é.

Carlos Gaspar

carlos-gaspar@uol.com.br

São Paulo

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PAÍS É DOS BRASILEIROS

O Brasil é dos brasileiros, e não de um ex-presidiário.

Robert Haller

São Paulo

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VOTO DISTRITAL

O atual sistema de entrega de verbas federais aos parlamentares, para distribuição não controlada a Estados e municípios, está levando a que alguns dos recebedores das verbas recebam muito e outros nada. Os exemplos são inúmeros. Com isso, tem havido perda de eficiência na distribuição, com queda de eficiência dos atendimentos de saúde, educação, segurança, saneamento e outros serviços de governo. Considerando que os atuais Congresso e governo consideram que esse sistema está aí para ficar, é adequado instituir logo o voto distrital, para que cada distrito do País tenha um só representante selecionado por seus eleitores, os quais poderão dele cobrar os investimentos requeridos por todos. Aí os parlamentares poderão mostrar o grau de eficiência de seus trabalhos.

Wilson Scarpelli

wiscar@terra.com.br

Cotia

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SOBRAS ELEITORAIS

Uma vergonha, essa jogada dos deputados interessados nas chamadas sobras eleitorais. Esse sistema eleitoral é muito cruel. Os eleitores votam em um candidato mas os eleitos são outros. Além do quociente eleitoral, agora tem as sobras. Todo esse interesse em se tornar deputado sem ter votos nos dá o tom do quanto é conveniente permanecer nesse sistema. E o voto distrital, que eliminaria toda essa confusão, não deveria ser do interesse da Câmara? Já passou no Senado, falta a Câmara resolver. Não perceberam ainda que ter um deputado na região para chamar de seu é muito melhor do que votar em A e eleger B que não tem nenhum compromisso com a região? É preciso algum deputado levar adiante o voto distrital, mas parece cômodo ficar escondido na legenda sem ter que dar satisfações.

Izabel Avallone

izabelavallone@gmail.com

São Paulo

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SENADO VITALÍCIO

Os eleitores comparecem demais às urnas, atrapalham os políticos que são obrigados a gastar muito dinheiro público em campanhas em vários pleitos e, depois, os eleitos ficam sendo cobrados excessivamente durante todo o mandato. A solução é uma reforma política que elimine esse excesso de participação e de democracia. Portanto, o projeto no Senado Federal quer propor a realização de eleições gerais, a cada cinco anos, com votação para vereador, prefeito, deputado estadual, deputado federal, senador, governador e presidente. Mandatos de cinco anos para as três esferas do Executivo e do Legislativo, com exceção dos senadores, que seriam agraciados com um mandato de dez anos (ao legislar em causa própria). Maior do que o mandato de nove anos, com renovação pelo terço a cada três anos, como ocorreu durante o período da República Velha (1889-1930). Só não estão propondo a volta do Senado vitalício dos tempos imperiais.

Luiz Roberto da Costa Jr.

da_costa_junior@hotmail.com

Campinas

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INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NAS ELEIÇÕES

Nas próximas eleições que teremos, a Justiça Eleitoral terá de ter nesses pleitos muito cuidado diante da tecnologia que atualmente tem capacidade de alterar a veracidade das campanhas. Com esse controle, vai ocorrer o grande desafio que os especialistas em tais tecnologias terão de criar, para termos as mais corretas eleições nesse futuro que está a nossa frente.

José de Anchieta Nobre de Almeida

josenobredalmeida@gmail.com

Rio de Janeiro

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SAÍDA TEMPORÁRIA

A discussão sobre saídas de presos em ocasiões como Natal e Ano-Novo deveria contemplar, também, a questão da confiabilidade na aplicação dos critérios estabelecidos. Além da definição de parâmetros que habilitariam o detento a passar uns dias com a família sem pôr em risco a segurança pública, caberia avaliar como vem sendo feita a referida avaliação. Ora, se dois detentos vinculados ao Comando Vermelho conseguiram escapar de uma prisão de segurança máxima por, no mínimo, omissão de agentes responsáveis, é de se presumir que fatores análogos possam interferir na identificação de detentos com direito de fato ao benefício da saída temporária e ocasionar, “por engano”, a liberação de presos não habilitados. Poderia estar aí, quem sabe, a raiz de decorrências não desejadas, com frequência alegadas para desqualificar um instrumento que é parte indissociável do necessário processo de ressocialização de apenados disposto na Constituição federal de 1988, e que seria um retrocesso inadmissível extinguir.

Patricia Porto da Silva

portodasilvapat@gmail.com

Rio de Janeiro

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DEMANDAS DA SEGURANÇA PÚBLICA

O levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública – que conclui terem as Polícias Militares brasileiras perdido 30 mil policiais nos últimos dez anos (Estado, 28/2, A13 e A14) – é uma importante testemunha dos maus tratos sofridos pelo setor por falta de investimentos e de políticas capazes de manter o equilíbrio e atender as necessidades do crescimento vegetativo da sociedade e as demandas da segurança pública. É grave e merece sérias reflexões. Governos e autoridades, infelizmente mais preocupados com ideologias e lucro eleitoral, relegaram as corporações à própria sorte e pouco ou nada fizeram para proteger seus integrantes dos ataques e ardis perpetrados pelo crime organizado e até pelos que utilizaram a população periférica como massa de manobra para acusar os policiais de truculência e prejudicar suas carreiras. Isso levou boa parte dos 30 mil homens e mulheres que hoje faltam aos quadros das instituições a pedir baixa e fazer a vida em setores menos problemáticos e perigosos. As polícias e os Estados ficaram apenas com o prejuízo dos gastos em treinamento dos profissionais que, em vez de 30 anos, vão embora com dois, cinco, dez anos. E os Estados, pela política praticada, não conseguiram mais preencher os batalhões e suas repartições. São Paulo – e todo os Estados – precisa romper com as políticas de favorecimento ao criminoso. Em vez de esvaziar as cadeias – como pregam os políticos temerários –, é preciso mantê-las ativas e cumpridoras de suas obrigações para com a sociedade e para com os próprios apenados.

Dirceu Cardoso Gonçalves,

tenente da Polícia Militar

tenentedirceu@terra.com.br

São Paulo

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NÚMEROS DESCONHECIDOS

Os usuários dos sistemas de telefonia celular recebem, várias vezes ao dia, pelo menos três ligações de números desconhecidos que visam, uma vez entrando na ligação atendida pelo usuário incauto, “hackear” todos os dados privados do dono do celular chamado, principalmente os dados bancários, conseguindo acessar contas bancárias da vítima e fazer transferências de valores para suas próprias contas. A única solução até agora apresentada para os clientes dos planos de celulares é “a recomendação de não atender números desconhecidos”. Ora, isso é palhaçada da parte das operadoras e da própria Anatel, que não fazem nada para acabar com essa pouca-vergonha. Os planos só se interessam em aumentar sua clientela e o número de linhas vendidas, mesmo que sejam para um “call center” de marginais que se dedica ao roubo de outros usuários através do “hackeamento”. As operadoras e a Anatel alegam que não têm como controlar e/ou identificar esses bandidos. Balela! Engodo! Como não podem identificar se algumas das ligações vêm com uma advertência da operadora que avisa “spam suspeito”? Se é suspeito, investiguem o proprietário da linha. Enfim, façam alguma coisa.

José Claudio Marmo Rizzo

jcmrizzo@uol.com.br

São Paulo

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A BARBÁRIE NA CIDADE

A violência que assola diariamente a cidade do Rio de Janeiro é fruto dos péssimos governos anteriores, juntamente com políticos que mantêm uma relação espúria com os banqueiros do jogo do bicho e dos cassinos clandestinos, além do “vazamento” das operações por parte de bandidos infiltrados nos órgãos de segurança e da ineficácia das leis penais e processuais penais. Enquanto esses fatores perdurarem, as polícias continuarão “enxugando gelo” e muitos perderão as suas vidas, nessa luta interminável.

Luiz Felipe Schittini

fschittini@gmail.com

Rio de Janeiro

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ANIVERSÁRIO DO RIO

São 459 anos. O Rio de Janeiro continua lindo (Gilberto Gil) e Copacabana me engana (Caetano Veloso). Sim, o Rio de hoje requer certa “malandragem” para driblar a insegurança e as maldades que o poder público plantou na cidade. Mas vamos falar do lado bom, esquecer os problemas e mergulhar no mar, beber um chopp no bar da esquina, de calção de banho festejar o aniversário da cidade pedindo a São Sebastião e São Jorge guerreiro “um pouco de malandragem” (Cassia Eller) para viver aqui, mais feliz.

Roberto Solano

robertossolano@gmail.com

Rio de Janeiro