Ditadura venezuelana
Tempo ao ditador
A demora proposital do governo brasileiro em adotar uma posição clara e definitiva contra a evidente fraude eleitoral na Venezuela, ao que tudo indica, tem por objetivo conceder um tempo maior para permitir a falsificação, inclusive, das atas eleitorais, e desta forma reconhecer a reeleição de Nicolás Maduro, acompanhando as lideranças do Partido dos Trabalhadores (PT), que já se manifestaram publicamente em favor do ditador. É um verdadeiro cinismo disfarçado de precaução. Lula da Silva considera as democracias relativas, mas sempre apoia as ditaduras absolutas.
José Paulo Cipullo
São José do Rio Preto
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O insulto do presidente
Perfeito o editorial Lula insulta democratas e envergonha o Brasil (Estadão, 1º/8, A3). Eu acrescentaria que insulta também a inteligência de qualquer pessoa honesta intelectualmente. Foram inúmeros os sinais dados de que Nicolás Maduro não respeitaria o resultado das eleições de domingo na Venezuela: a expulsão de observadores internacionais, as dificuldades colocadas para impedir o voto de venezuelanos fora do país, etc. O sr. Lula da Silva tem um ego grande e gostaria de ser visto como um grande estadista, coisa que está longe de ser. Se deixasse ideologias retrógradas e burras de lado, estaria neste momento se colocando ao lado da maioria da sociedade brasileira, que certamente enxerga que democracia não é “relativa” e que existe uma ditadura sangrenta na Venezuela.
Mário Corrêa da Fonseca Filho
São Paulo
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Ontem e hoje
“Senhor presidente, o senhor sabe o número de mortos pela covid hoje no Brasil?” Resposta: “Não sou coveiro”. “Senhor presidente, o que o senhor acha da atual eleição na Venezuela?” Resposta: “Estou convencido de que é um processo normal, tranquilo. (...) Não tem nada de anormal”.
José Roberto dos Santos Vieira
São Paulo
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Nada de normal
É no mínimo lamentável que as falas do presidente Lula sobre as eleições na Venezuela tenham transcorrido na mais absoluta paz e normalidade. Suas palavras ferem o povo brasileiro e mais ainda os venezuelanos, que estão sendo submetidos a prisões, sequestros e mortes em razão dos protestos contra a fraude nas eleições de domingo. Mas, sob a ótica do maior estadista da América Latina, são consequências naturais do processo democrático. Isso nos envergonha como brasileiros e nos faz recordar os anos do regime militar no Brasil. “Normal, faz parte do jogo”, diria o estadista-mor da América Latina? É uma pena que, ao longo de sua carreira, o grande estadista, no final, se torne mero peão do tabuleiro político global e nos exponha ao ridículo.
Ralpho Teixeira de Camargo
São Paulo
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Eletrobras
A pressão do governo
Pressão desabrida sobre a Eletrobras foi o título, mais que adequado, de editorial do Estadão de 30/7 (A3). Como se trata de uma atividade monopolística em que o dinheiro que entra e sai do caixa da empresa depende, via tarifária, de uma agência reguladora sem independência, subordinada ao Executivo, com certeza foi aí que se deu a pressão. Por sinal grosseira, pois atinge os rendimentos do próprio Estado, detentor da maioria das ações. Como nessa questão governo e empresa – sob as bênçãos do Supremo Tribunal Federal – se juntaram para mudar e descaracterizar os alcances de uma legítima lei que tornaria a Eletrobras uma corporation, cabe ao Congresso Nacional dar a resposta. Atendendo às teses do governo petista, daria ao Estado representação plena no Conselho de Administração, proporcional à sua participação acionária, mas caracterizando o Executivo como detentor do direito de indicar somente 1/3 dos seus membros. A representação complementar, correspondente aos 2/3 faltantes, seria ocupada por representantes da sociedade, com interesse no fortalecimento e na perpetuidade da empresa. Tais membros natos – definidos em lei – poderiam ser, a título de exemplo, os presidentes das seguintes entidades: do Instituto de Engenharia, representando a engenharia nacional; da Abrace, representando os consumidores de energia elétrica; da Fiesp, representando a indústria nacional, etc. Destaque-se que a inclusão de “membros natos” na composição de Conselho de Administração de órgãos públicos não é algo inédito. Consta na lei de criação da Fundação Padre Anchieta, aqui em São Paulo, como na da Electricité de France (EDF), a grande estatal francesa na área de eletricidade e gás.
Nilson Otávio de Oliveira
São Paulo
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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br
‘VIROU ROTINA’
Os massacres continuam. Virou rotina: o exército israelense bombardeia um hospital, uma escola ou um grupo de civis palestinos que não tem para onde se esconder. Quando o mundo condena, a resposta está pronta: bombardeamos um local onde membros do grupo terrorista Hamas estavam escondidos, ou o exército vai investigar este erro? Para minar mais qualquer chance de paz, Israel matou Ismail Haniya, que estava negociando um acordo de paz junto com os Estados Unidos, Egito e o Qatar. Tudo isso é para continuar a guerra até as eleições americanas de novembro, na esperança de que Trump vai ganhar. Com dois truculentos no poder, um deles Netanyahu, e com problemas na justiça internacional, o mundo está ficando um lugar perigoso para viver. Triste, revoltante e apavorante.
Omar El Seoud
São Paulo
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CONFLITO NO ORIENTE MÉDIO
Por que o assassinato de Haniya, líder do Hamas, ocorreu em Teerã e não no Catar, onde ele estava baseado? Isso aconteceu porque o Catar tem sido um importante mediador nas negociações para a libertação dos reféns. Além disso, a operação em Teerã serviu para demonstrar ao regime iraniano o quão profundamente a inteligência israelense consegue penetrar no país, similar ao ataque preciso de um míssil israelense que destruiu muita coisa na principal base iraniana e que veio em resposta às centenas de mísseis do Irã que não atingiram seus alvos. A ausência de uma reivindicação de responsabilidade visa evitar uma escalada significativa do conflito. O Irã alega não ter escolha a não ser retaliar para preservar sua credibilidade e liderança no eixo contra os EUA e Israel, o que poderia levar a uma resposta israelense ainda maior, algo contido há muito tempo. Dessa forma, a necessidade do Irã de reafirmar sua masculinidade e seu poderio deve ser equilibrada com a perspectiva de novos danos à essa mesma imagem. Uma guerra regional não interessa nem ao Irã, nem a Israel, nem a ninguém. Diante disso, a principal preocupação e foco de Israel na situação atual deve continuar sendo Yahya Sinwar, o destino dos reféns ainda vivos após 300 dias no inferno e as negociações para sua libertação. Talvez as novas amizades de Geraldo Alckmin possam ajudar alguma coisa nisso tudo.
Jorge A. Nurkin
São Paulo
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GUERRA QUE NINGUÉM QUER
A situação no Oriente Médio volta ao cenário dos anos 1980, em que, motivados pelo petróleo e pela ascensão econômica de Israel, a região era sinônimo de conflito bélico. Com o verniz da questão religiosa, grupos se matam com o argumento da necessidade do espaço vital ditada por Maomé, Jeová, Jesus ou sei lá mais quem. Em Paris, pelo menos, puseram todos os deuses em uma festa. Não deixou de gerar descontentamento, mas este foi por ignorância histórica e artística. Será que Marte e Ares, os equivalentes deuses da guerra, também entrariam em conflito caso ocupassem a mesma região?
Adilson Roberto Gonçalves
Campinas
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AUMENTO DAS CRISES
A morte de mais um líder político do Hamas, além de piorar a tensão no Oriente Médio, produz um agravamento na região, o que determina o aumento das crises, de certa forma, em todo o planeta. EsTa dura realidade precisa ser contida o mais rapidamente possível para que possamos ter uma qualidade de vida no futuro a todos.
José de Anchieta Nobre de Almeida
Rio de Janeiro
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ELEIÇÕES VENEZUELANAS
“Se a ata tiver dúvida entre a oposição e a situação, a oposição entra com recurso e vai esperar na Justiça”. Sentada num banquinho por cem anos de solidão. Eis a solução politico-jurídica sugerida pelo jurista Lula para tirar dúvidas sobre a eleição presidencial na bolivariana Venezuela de Nicolás Maduro, que já apodreceu de tão madura e totalitária. Só rindo para não chorar.
Paulo Sergio Arisi
Porto Alegre
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POSICIONAMENTO DE LULA
Será que Lula vai esperar a falsificação das Atas pela corja do Maduro para dizer que foram limpas as eleições na Venezuela? Nos poupe, não somos seus fanáticos e acéfalos passadores de panos.
Tania Tavares
São Paulo
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DESFAÇATEZ
Em nada surpreende a desfaçatez do presidente Lula em apoio às eleições da Venezuela, onde nem Maria Antonieta apostaria nas intensões democráticas de Maduro e curriola. A simples negativa ou a demora em divulgar as atas do processo e os mapas de votação que as embasam já seria motivo suficiente para justificar suspeitas, servindo apenas de desculpa para os ávidos em endossar a lisura do processo. Este amor venezuelano de Lula é apenas um passo no sonhado projeto megalômano do Sul Global em conjunto com a Nova Rota da China de Xi Jinping, que pretende se opor ao Ocidente, e para o qual precisa da adesão da América Latina para melhorar seu cacife. Ocorre que a jogada já foi percebida por nossos vizinhos que caminham independentes por seus próprios interesses, restando a Lula a Venezuela, Bolívia, Nicarágua e Cuba, pois nem Colômbia e México, com fortes vínculos com os EUA, rezam muito por sua cartilha ou teriam razões para confiar muito nele.
Alberto Mac Dowell Figueiredo
São Carlos
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DEMOCRACIA
A democracia, pelo fato de facilitar a alternância de poder, é a melhor forma de governo. Se está ruim, pacificamente, em periódico processo eleitoral, é só eleger outro. Errar é humano, mas persistir no erro é burrice. Daí a eleição honesta, transparente e que permite auditoria é uma importante base democrática para confirmar que “todo poder emana do povo”. Segundo Lula, a exemplo da Venezuela, democracia relativa é sinônimo de regime totalitário.
Humberto Schuwartz Soares
Vila Velha (ES)
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ATENÇÃO EXTERNA
Com tantos problemas no Brasil, país tão rico em recursos naturais e humanos, mas que figura entre os campeões de homicídios, desafiado por crescimento de facções criminosas, descontrole de atividades de garimpo e desmatamento, incêndios florestais, desemprego, precariedade de atendimento à saúde, falta de educação de qualidade, por que raios temos que nos preocupar tanto com o que acontece na Venezuela? Não seria melhor olhar nosso próprio umbigo e buscar soluções para nossos próprios males?
Patricia Porto da Silva
Rio de Janeiro
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‘LÍDERES SEM POVO’
Lula fica isolado e solidário a Maduro. Afinal, ambos são presidentes sem povo.
Arcangelo Sforcin Filho
São Paulo
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‘SÓ RESTA CHORAR’
Lula da Silva prepara o terreno para reconhecer a reeleição do companheiro Nicolás Maduro, declarando que o pleito foi normal e nada assustador, e que a oposição que não concorda com o resultado deve recorrer a justiça. O ditador Maduro controla plenamente o judiciário, legislativo e tem o apoio das forças armadas, portanto, aos opositores só resta chorar de raiva.
Jose Alcides Muller
Avaré
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APOIO POLÍTICO
Para o presidente Nicolás Maduro, um ditador cheio da soberba, não existe nada além da presidência da Venezuela. Apesar de causar sofrimento com empobrecimento da sua população, com apoio de Lula e do PT, claro.
Luiz Frid
São Paulo
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OLIMPÍADAS
O judô virou campeonato de pegadinhas. Não há luta, e sim punições. Triste isso.
Roberto Solano
Rio de Janeiro
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AUSÊNCIA DE BOM SENSO
Marta é expulsa e chora; Brasil perde, mas se classifica (Estadão, 1/8, A23). Vi o lance, em tempo real, que determinou a expulsão da Marta, e posso afirmar, sem medo de errar, que o árbitro equivocou-se. Para mim, do pouco que entendo de futebol, não houve “pé alto” da Marta, e sim, cabeça baixa da jogadora espanhola. Num jogo tão importante, faltou bom senso ao árbitro, que poderia contemplar o lance apenas com o cartão amarelo.
Maurilio Polizello Junior
Ribeirão Preto
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‘APOLOGIA AO BARULHO’
A reportagem de ontem sobre a venda de pamonhas em carros equipados com alto-falante e caixas de som, intitulado Jeeps novos no lugar de Kombis vendem pamonha em bairros nobres de SP (Estadão, 31/7, B10), nos remete ao artigo da lavra de José Renato Nalini, sob o título Que tal cumprir a lei? (Estadão, 22/7, A4). Com efeito, a propaganda em carros de som na área urbana é proibida por leis municipal e estadual. Sem embargo, a perturbação do sossego público é crime previsto em Lei Federal (lei penal). Infelizmente, estes vendedores não respeitam o sossego alheio, pois o som é regulado nas alturas, podendo ser escutado numa área de cinco quarteirões. Coisa de terceiro mundo. Nem sequer a área hospitalar é respeitada. Em países de primeiro mundo, valoriza-se muito o silêncio. Aqui, faz-se apologia do barulho. Triste realidade deste pobre país.
Alvaro Augusto Fonseca de Arruda
São Paulo