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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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9 min de leitura

Oriente Médio

Uma imagem em Gaza

A trágica foto que foi premiada pela World Press Foto 2024, entre 61 mil fotos, retrata Inas Abu Maamar abraçando o corpo da sua sobrinha Saly, de apenas 5 anos, morta junto com sua mãe e sua irmã em Khan Yunis, depois de um míssil israelense atingir sua casa. O fotógrafo, Mohammed Salem, descreveu aquela cena como “um momento muito forte e triste”. Mesmo com toda a matança e destruição em Gaza, Benjamin Netanyahu e seu violento time ainda preparam a invasão a Rafah, apesar de todos os apelos em contrário, inclusive de Joe Biden. Horror? Vergonha? A foto fala por si.

Omar El Seoud

São Paulo

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Irã x Israel

Por que será que ninguém afirmou, até agora, que o Irã teve uma reação desproporcional no ataque a Israel?

Luiz Frid

São Paulo

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Congresso Nacional

Trabalho perdido

A PEC do Quinquênio, que pretende conceder um bônus de 5% no salário das carreiras da magistratura e do Ministério Público a cada cinco anos, é mais uma atrocidade tipicamente brasileira, e tende a acabar com um belíssimo trabalho iniciado pelo governo Fernando Henrique Cardoso no sentido de moralizar a folha de pagamento do funcionalismo público. É impensável e inaceitável que os profissionais mais bem pagos pelo Estado brasileiro, como são os integrantes do Poder Judiciário, recebam de bandeja um presente generoso, que tende a eliminar todo o esforço da equipe econômica em tornar as contas públicas nacionais mais saudáveis e sustentáveis. Os deputados e senadores deveriam se envergonhar de defender e votar algo dessa natureza. Vamos conceder um benefício imoral e financeiramente insustentável sem qualquer embasamento técnico, contrapartida ou duração ou alcance limitado. Estão analisando um texto que, na prática, abre as portas para a gastança. Estamos, literalmente, servindo de súditos aos funcionários públicos que se sentem, com razão, como reis, rainhas e imperadores.

Willian Martins

Guararema

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O Estado deles

Ao que tudo indica, o Senado admira muito o Judiciário brasileiro, como nos mostrou a matéria PEC do Quinquênio avança e é ampliada; governo estima impacto de R$ 42 bilhões/ano (Estadão, 18/4, A6). Afinal, serão novamente aumentados os vencimentos estratosféricos dos membros do nosso Judiciário, que já é de longe o mais caro do mundo. O Brasil não parece viver num Estado de Direito, mas no Estado do Direito.

José Elias Laier

São Carlos

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Igualdade

Um absurdo a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado ter aprovado a PEC do Quinquênio para uma casta já privilegiada com benefícios que nenhum outro brasileiro tem. Pela igualdade de direitos, proponho criar, sim, uma PEC do quinquênio para os aposentados, que a cada ano têm seus vencimentos dilapidados a ponto de mal conseguirem comprar remédios.

Sylvio Ferreira

São Paulo

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Elon Musk

Fino humor

Muito bom o artigo do jornalista Eugênio Bucci Um vilão de ‘James Bond’ estreia na política (Estadão, 18/4, A5). É a prova de que é possível manter o bom humor, mesmo em situação tão deprimente como a da política brasileira. Principalmente quando esse humor é fino e criativo.

Mário Marinho

São Paulo

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Trânsito

Impunidade

No Brasil, anualmente, mais de 30 mil vidas são ceifadas nos acidentes de trânsito. A maioria deles é causada por excesso de velocidade, embriaguez ou imprudência dos motoristas. Nesse sentido, se alguém, conduzindo um veículo com excesso de velocidade ou embriagado, matar alguém, mesmo processado, dificilmente cumprirá pena na cadeia. Muitos causadores desses acidentes, via de regra, não são presos em flagrante, eis que as mortes nos termos da lei penal são classificadas como homicídio culposo, e em muitos casos são aplicadas penas restritivas de direitos. Assim, para os parentes das vítimas, resta a sensação de impunidade, pois o que eles desejam é a justa punição do responsável pela morte e a devida indenização pelos danos causados.

J. Francelino do Nascimento

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

PEC LESA-SOCIEDADE

O País está numa situação econômica difícil, não podendo pagar suas contas e gastando mais do que recebe. Daí aparece o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, querendo instituir a volta do famigerado quinquênio para os juízes, uma classe que já está no topo salarial do Estado. É muita irresponsabilidade. O pior é que está virando uma bola de neve. Depois eles ficam indignados quando o povo se cansa dessa democracia de manutenção de privilégios e passa a falar na volta de um regime ditatorial. Se fosse um governante como Angela Merkel, ex-chanceler da Alemanha que ficou 16 anos no poder, seria uma maravilha. O problema é que poderia vir qualquer um. E Brasília está cheio deles. Realmente, é difícil.

Flávio Coutinho

Rio de Janeiro

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GRATIFICAÇÃO SALARIAL

Sem aquilatar o quanto pesará nos bolsos dos brasileiros, a PEC do quinquênio para os integrantes da magistratura, do Ministério Público e outras carreiras, está em andamento no Senado, já tendo transitado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Razão total está o Estadão (19/4/A3), com o editorial intitulado Avança a PEC lesa-sociedade, no qual o texto reitera que se trata de um verdadeiro deboche aos necessitados clamantes do Brasil. Com efeito, a benignidade acarretará a aplicação de bilhões de reais anualmente, afastando o montante requerido de inúmeras realizações em favor dos carentes. A cada cinco anos, cai nas contas dos contemplados 5% de seus salários para engordar, ainda mais, a remuneração privilegiada. Entretanto, enquanto a benesse acresce salários automaticamente, metade das crianças brasileiras vivem na pobreza e sem expectativas futuras e, ainda, metade da população brasileira não tem acesso ao saneamento básico, além de outras carências esperando soluções. Assim, o dispêndio vultoso não é justo e nem justificado, assinalando com marco de tristeza, o caminho da evolução do País rumo ao futuro final.

José Carlos de Carvalho Carneiro

Rio Claro

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PRIVILÉGIOS NAS CATEGORIAS

Não existe esperança de que esse nosso maltratado Brasil venha a dar certo ou se desenvolver econômica e socialmente. Já que, os que comandam as nossas instituições, como o Judiciário, o Planalto e o Congresso, lamentavelmente, não estão preocupados em respeitar os recursos dos contribuintes. E o nefasto exemplo está nessa “PEC do Quinquênio”, aprovado na CCJ e que alavanca ganho de juízes, procuradores, promotores e outras categorias do funcionalismo com o tal bônus de 5% a cada cinco anos. Se aprovado nos plenários do Senado e da Câmara dos Deputados, poderá custar anualmente aos cofres públicos a soma de R$ 42 bilhões. E esse dispêndio monumental de recursos dos contribuintes vai ter impacto preocupante também nos 26 estados e no Distrito Federal. Ora, enquanto os que comandam as nossas instituições pretendem colocar em prática mais essa orgia no uso de recursos públicos, como divulgou o IBGE, nós vamos continuar assistindo a tragédia de termos quase 50% das crianças de 0 a 14 anos na linha da pobreza e grande parte com insuficiência alimentar. E com tais R$ 42 bilhões que desejam sugar, certamente esses recursos poderiam minorar o flagelo da pobreza, envolto na falta de educação, saúde, saneamento básico, etc. Uma vergonha.

Paulo Panossian

São Carlos

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META FISCAL

Como se viu pelo noticiário desta semana, o prometido compromisso do governo Lula 3 de zerar o déficit fiscal vale nada mais do que zero. O arcabouço fiscal não passa de um teto furado de gastos. Pobre Brasil.

J. S. Decol

São Paulo

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ECONOMIA NO GOVERNO LULA

Em relação à coluna de Eliane Catanhêde, intitulada A economia, grande trunfo do governo Lula da Silva em 2023, parou e começa recuar (Estadão, 18/4), para que algo pare, parte-se do pressuposto que estava andando, fato que não ocorreu no atual governo. O governo Lula nasceu estagnado, e hoje, lamentavelmente recua, fruto de uma administração irresponsável. A economia seria um grande trunfo de Lula em 2023, mas nunca foi.

Maurílio Polizello Junior

Ribeirão Preto

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PEC DAS DROGAS

A velocidade com que a criminalização das drogas foi aprovada no Senado, a discussão sobre a extensão do foro privilegiado e outras questões legais e jurídicas mostram que não é o aprimoramento das relações sociais que está em tela. No embate entre o Supremo Tribunal Federal (STF) e Congresso Nacional, falam mais alto os egos pessoais e os interesses para as próximas eleições, apenas isso. Vamos aguardar quais serão as próximas pautas prementes desses Poderes.

Adilson Roberto Gonçalves

Campinas

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CUSTOS PERPÉTUOS

A pressa dos presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), em lançar pautas bombas com o objetivo de atingir o governo do presidente Lula, na verdade, acabam afetando o desenvolvimento futuro do País. Um dia, Lula sai do governo, mas os custos que eles provocaram se perpetuam, comprometendo os investimentos mais necessários.

Jorge de Jesus Longato

Mogi Mirim

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PIB BRASILEIRO

Enquanto o corporativismo estiver agindo nos Três Poderes, o maior PIB do Brasil acabará se concentrando em Brasília.

Luiz Frid

São Paulo

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CRIME ORGANIZADO

Em relação à matéria intitulada Nós somos o Estado e o PCC está nos desafiando (Estadão, 19/4, A8), gostaria de tecer os seguintes comentários: é sempre louvável a ação firme e consistente do Poder Público contra o crime organizado, porém não se deve ter a ingenuidade, como na época da Operação Lava Jato, de que realmente os resultados buscados serão atingidos. Muito pelo contrário, pois os criminosos e seus apoiadores têm dinheiro de sobra e são numerosos, organizados e muito bem conectados. A pergunta inconveniente que tem que ser feita é como o Estado permitiu que as coisas fugissem tanto ao controle? Por que não investiu mais para reduzir o verdadeiro apartheid social do País, ao invés de distribuir dinheiro a granel para setores escolhidos a dedo e que são cronicamente ineficientes, pouco produtivos e pouco competitivos internacionalmente? Por que escolheu singelamente aumentar em bilhões as suas próprias despesas, a exemplo do escandaloso novo quinquênio proposto ao Judiciário? O resultado desse descaso com os brasileiros e brasileiras comuns é uma economia estagnada e uma geração mais jovem sem grandes perspectivas de vida. O que o Estado fez concretamente, nas periferias, nos rincões e no próprio sistema prisional, para evitar a sedução pelo crime organizado? E, mais importante, o que pretende fazer concretamente agora que esse gravíssimo problema tomou essa proporção gigantesca? Um Estado policial, claramente, não é a solução que a sociedade espera num Estado Democrático de Direito. Infelizmente, com ou sem o uso da inteligência artificial, a conclusão óbvia é que o crime organizado está em grande vantagem e com francas condições de continuar a prosperar, eis que nos encontramos num país que se assemelha a uma nau desgovernada, com uma administração extremamente fraca no leme e, para piorar, nota-se claramente que há uma crescente infiltração de água pelos porões. Até quando? Tristes trópicos.

Fernando T.H.F. Machado

São Paulo

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DECISÃO DE NUNES MARQUES

No Brasil, o crime compensa. Ora, Sérgio Cabral condenado a 425 anos de reclusão, por desvio de recursos e recebimentos de propinas, ficou somente seis anos na cadeia e, agora, já está no seu apartamento em Copacabana. Também, o ministro do STF Nunes Marques, mandou retirar a tornozeleira eletrônica do carioca Rogério Andrade – mesmo com 11 anotações de crimes, como homicídio, organização criminosa, lavagem de dinheiro, entre outros - sob o argumento de que a tornezeleira prejudicava o seu honesto trabalho. Afinal, o crime compensa. Ou não?

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

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VOTO DISTRITAL

Vivemos em um país em que os representantes escolhidos nem sempre são aqueles que tiveram uma votação expressiva. Por uma manobra daqueles que não querem deixar seus assentos, há anos vale aquele que puxa votos. Nada mais injusto, principalmente porque não me sinto (como milhares de brasileiros) representada no que o Brasil precisa. E quando esses representantes tomam posse, não há nenhum comprometimento com eleitores e com o País. A única preocupação é ter dinheiro das emendas para perpetuação naquela cadeirinha que favorece uma montanha de benesses. Será que os brasileiros vão continuar votando em candidatos e partidos que não pensam neles? Será que nada aprendemos nessas décadas passadas? Está na hora de dar um basta. O voto distrital é aquele que representa, para quem você pode reclamar e exigir. Está na hora de lutarmos pelo voto distrital. Quando a maioria grita muito, eles têm que ouvir.

Lucia Helena Flaquer

São Paulo

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ATAQUE POR PITBULLS

O impressionante estoicismo da escritora Roseana Murray, que atacada por três cachorros da raça pitbull perdeu um braço, é de alto elogio. Ao ter alta nesta quinta-feira, 18/4, ela declarou que pretende escrever um novo livro infantil, onde dirá que uma pessoa terá um braço mágico no lugar do amputado, o que demonstra sua alta capacidade de superar a tragédia que sofreu.

José de Anchieta Nobre de Almeida

Rio de Janeiro

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REMUNERAÇÃO DE JOGARES

O mau desempenho dos jogadores em campo nunca é devidamente cobrado. A remuneração é fixada, e recebem a cada 30 dias, conforme cada contrato, independente se jogam bem ou não. O time perde, e o caminho é sempre o mesmo: demitir o técnico. Isso só vai mudar quando os jogadores ganharem um salário mensal fixo, e o restante por produtividade.

Arcangelo Sforcin Filho

São Paulo

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SOLIDÃO DE IDOSOS

A cena é tétrica: o falecido sentado em uma cadeira de rodas tenta assinar um documento para sacar um empréstimo em uma agência bancária. O terror ganha os noticiários, e por trás disso há uma realidade: os idosos solitários que são explorados pelos seus cuidadores. A solidão chama o ladrão, os tristes velhos abandonados são alvos dos aproveitadores e as famílias são cada vez menores e distantes. Essa realidade só aumenta. Sofreremos todos hoje e amanhã.

Roberto Solano

Rio de Janeiro

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64 ANOS DE BRASÍLIA

Um sonho de grandeza fez asas escoando emoções. Lapidou o pôr-do-sol do Paranoá. Plantou flores e ternuras nas praças. Deu braços de aço aos calejados pioneiros. Cobriu quadras com botões de rosas, colibris e sabiás. Dos cantos dos concretos nasceram álbuns de família. No caminho traçado pelo dedo da eternidade, ilusões criaram raízes e esperanças. Encantada e esculpida de arrojos. Aos 64 anos, Brasília tempera e energiza a vida dos que te amam.

Vicente Limongi Netto

Brasília