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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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9 min de leitura

Brasil

Que país é este?

Há alguns dias soubemos que o Brasil exibe a triste marca de 9,3 milhões de analfabetos. As contas públicas estão desorientadas, com grupos da equipe governamental agindo anarquicamente e sem harmonia, tensionando cada um para seu lado, de modo a obter benefícios imediatos e conquistar poder e influência, um ambiente econômico sem estímulo a investidores. Os Estados da Federação estão de pires na mão. A política externa é randômica, muda de rumo após manifestações públicas do chefe de Estado, evidenciando o bypass no Ministério das Relações Exteriores, e essas manifestações são emitidas sem o mínimo de sabedoria e ideologicamente orientadas. A desordem política e administrativa parece difícil de corrigir. E, por fim, atuando como um guarda-chuva protetor, o País tem uma Corte Suprema que aos poucos livra da justiça corruptos históricos, como agora ocorreu inacreditavelmente com a anulação de penas impostas a José Dirceu, que, então, já mira em candidatura nas próximas eleições. Diante de um cenário tão insólito, só resta repetir a pergunta de Renato Russo: que país é este?

Paulo Roberto Gotaç

Rio de Janeiro

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Governo de SP

Contas públicas

A decisão do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, de cortar R$ 20 bilhões em benefícios fiscais, além de extinguir cargos, vender imóveis e cortar gastos como passagens aéreas, pagamento de diárias e aluguéis de carros, é um exemplo para o governo federal, para governadores e prefeitos que, com certeza, trará benefícios para toda a população e o desenvolvimento do Estado. Meus cumprimentos ao governador.

Antonio Moreno Neto

São Paulo

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É de atitudes como a do governador de São Paulo que o Brasil tanto precisa. O presidente poderia se espelhar em Tarcísio.

Cleo Aidar

São Paulo

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Seriedade

Tarcísio de Freitas, que pode ser candidato à Presidência em 2026, já está sinalizando quais seriam seus atos quando em Brasília. Será que falta pouco para o Brasil voltar a ser um país sério?

Werner Sönksen

São Paulo

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Epidemia de dengue

5 milhões de casos

Enquanto nossos corações e olhos estão voltados para a tragédia que se abateu sobre nossos irmãos gaúchos, outra tragédia está acontecendo diariamente, em todo o Brasil: mais de 5 milhões de casos de dengue, hospitais lotados, óbitos. A omissão do governo federal é criminosa, e agora, com todas as atenções voltadas para o Rio Grande do Sul, simplesmente abandonou a população à própria sorte – ou azar. Onde está o Ministério da Saúde? Onde estão as vacinas e as campanhas de alerta à população? E aqueles que gritavam “genocida!” contra o governo anterior? Neste governo, diante do avanço da dengue no País, os “companheiros” preferem o silêncio.

Nick Dagn

São Paulo

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Guerra em Gaza

Prêmio ao terrorismo

Irlanda, Espanha e Noruega são os primeiros países da União Europeia a reconhecer o Estado Palestino. Ao assim proceder, estão cometendo um erro terrível em sinalizar que o terrorismo do Hamas deve ser premiado. Esperaram o morticínio provocado no dia 7 de outubro de 2023 e a consequente reação israelense para definir uma posição que não pode ser criada senão por acordos e compromissos. Qual governo palestino prevalecerá: a moderada Organização para a Libertação da Palestina (OLP) ou o terrorista Hamas? Ambos não se entendem nem se aceitam. Seriam, então, dois Estados palestinos a existir?

Simão Korn

São Paulo

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Duro teste

Aparentemente, tudo o que Benjamin Netanyahu quer é continuar a guerra, para se livrar das acusações contra ele na Corte Internacional de Justiça e no Tribunal Penal Internacional. Mesmo depois de tantas mortes e feridos palestinos e da destruição de Gaza, Israel não está vencendo a guerra, não conseguiu libertar os reféns e o número de países que reconhecem o Estado da Palestina aumentou – além de Espanha Irlanda e Noruega, 143 membros da ONU reconhecem a existência do Estado Palestino. É um duro teste para a democracia israelense, pois Netanyahu está destruindo a credibilidade do país em benefício próprio.

Omar El Seoud

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

CARTÃO VERMELHO

Quem sabe se fizermos uma pequena alteração no nome do Supremo Tribunal Federal (STF), que passaria a ser Supremos Tribunais Federais, os seus integrantes se recordem de que eles são 11 e não 1. Decisões monocráticas deveriam ser abolidas e, mais do que isso, deveriam ser rejeitadas pelo colegiado quando algum ministro sofresse de amnésia profunda. O ministro Dias Toffoli já levou vários cartões amarelos, está na hora do vermelho. O STF não é a casa da mãe Joana e muito menos do pai Toffoli.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador (BA)

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ATENTADOS AO ESTADO

Se condenados da Lava Jato estão sendo absolvidos, por que não absolver também os condenados por causa das manifestações do 8 de janeiro? O que é pior? Uma fracassada tentativa de golpe ou um bem sucedido assalto ao erário, cuja exata dimensão jamais será de fato conhecida, não somente em termos de prejuízo financeiro causado ao Estado, mas também quanto aos efeitos morais na população, ao semear descrédito com relação a instituições que representam o Estado brasileiro. Descrédito ora redobrado ante a declarada nulidade dos atos da Lava Jato. Ou seja, a Lava Jato, consumindo anos de trabalho de servidores públicos, denunciou e condenou o vício do patrimonialismo, a corrupção incidente nas relações espúrias entre o Estado e setores da iniciativa privada, as fraudes e favorecimentos em licitações públicas. Mas agora se conclui que não foi nada, não foi nada mesmo. Ambos os casos portanto, cada um à sua moda, constituem atentados ao Estado democrático de direito.

Patricia Porto da Silva

Rio de Janeiro

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‘ABRIU A PORTEIRA’

Depois que o ministro do STF Edson Fachin abriu a porteira e anulou todas as condenações do inocente e honesto Lula da Silva, sepultando todas as robustas provas da operação Lava Jato, que revelou o maior esquema de corrupção da história brasileira, era natural que outros envolvidos fossem também inocentados. Dias Toffoli, o ministro com o menor currículo da história da Suprema Corte, perdoou dívidas bilionárias de empresas envolvidas no petrolão e limpou a barra do príncipe, comprovando aquele velho dito popular: onde passa um boi, passa uma boiada.

Jose Alcides Muller

Avaré

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‘NOTÁVEL SABER JURÍDICO’

Dias Toffoli acentua revisionismo da Lava Jato e livra Marcelo Odebrecht (Estadão, 22/5, A8). Parece que, finalmente, o ministro Toffoli assim procedendo, pode mostrar todo seu notável saber jurídico, o que, por razões que não conhecemos, não o fez quando sabatinado pelos senadores por ocasião de sua indicação para ministro do STF. Suas últimas decisões, envolvendo réus confessos da Lava Jato, servem para mostrar de maneira insofismável para todo Brasil e também para o resto do mundo que sim, aqui temos justiça!

Mario Miguel

Jundiaí

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T DE TOFFOLI

Diante dos fatos noticiados cabe, por oportuno, perguntar se o T do STF é de Tribunal ou de Toffoli. Francamente!

J. S. Decol

São Paulo

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DECISÃO MONOCRÁTICA

Como tantos outros milhões de brasileiros, pudemos sentir a alma lavada ao ver ressurgir a esperança de sermos uma nação que repudia a corrupção e os corruptos, e poder ver que era sim possível que a justiça pudesse alcançar os poderosos. Acompanhei com real interesse os desdobramentos da operação Lava Jato e, de tempos para cá, quem sabe por filigranas jurídicas e brechas interpretativas, sensível parte daquela triste história passou a ser vista com outros olhos. Estupefatos ficamos todos, mas sem termos voz restou-nos tentar entender a difícil lógica do que vem ocorrendo. Eis que o editorial, certamente histórico, A realidade alternativa do sr. Dias Toffoli (Estadão, 23/5, A3) expôs, sem meias palavras, as entranhas do escandaloso e rumoroso caso de corrupção, que teve novo desfecho em decisão monocrática. O texto repercutindo, certamente, o desejo de milhões de brasileiros, clama pelo posicionamento dos demais integrantes da Corte, para quem sabe assim possa ser revertida a decisão e a história seja novamente recontada tal e qual. Parabéns ao Estadão por ser a voz de todos nós.

Paulo Tarso J Santos

São Paulo

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NOVAS BRECHAS

Decisão do ministro Dias Toffoli sobre empreiteiros e outros condenados na Lava Jato abre uma nova situação para figuras de lideranças políticas e empresariais que foram expressões expoentes nos últimos anos entre nós. Quais os efeitos no desenvolvimento da nossa situação econômica daqui em diante, face a essa decisão da nossa Justiça? Somente o futuro que está a nossa frente poderá apontar tais brechas para tal revisão.

José de Anchieta Nobre de Almeida

Rio de Janeiro

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QUESTÃO DE LÓGICA

Para responder ao questionamento sobre quem matou a Lava Jato e como uma ação de Lula livrou Marcelo Odebrecht, ‘príncipe das empreiteiras’ (Estadão, 22/5) a resposta é simples e, para tanto, façamos mais uma vez um exercício de lógica. Segundo a Justiça da época, foi montada uma quadrilha composta por empreiteiros e diretores da Petrobras e, segundo os próprios, chefiada por Lula, maior beneficiário do esquema de desvio de verbas. Lula foi anistiado e se tornou presidente. Logo, por uma questão de lógica, os demais integrantes do esquema criminoso foram, ou serão também, anistiados, particularmente Marcelo Odebrecht, filho de Emílio Odebrecht, amigo íntimo de Luiz Inácio. A Lava Jato foi morta por pessoas que não têm nenhum interesse em combater a corrupção e a impunidade no País.

Maurílio Polizello Junior

Ribeirão Preto

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‘NÃO ME REPRESENTA’

As narrativas criadas pelo sr. Dias Toffoli para inocentar quem confessou pagar propinas, que bancos no exterior devolveram e até hoje devolvem, é de nos envergonhar aqui e em Tribunais de Justiça mundo afora. Esse Superior Tribunal Federal não me representa e tenho certeza que tampouco outros brasileiros. Avacalhou, destitui ou fecha.

Tania Tavares

São Paulo

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IMPEACHMENT

Até quando o Senado Federal vai se omitir em deflagrar um processo de impeachment contra Dias Toffoli?

Albino Bonomi

Ribeirão Preto

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‘TERRA BRASILIS’

Durante altercação com o deputado Abilio Brunini (PL-MT), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao ser chamado de negacionista da economia, disse que “a Terra é redonda o tempo todo”. Sim, a afirmação é verdadeira. Tão verdadeira quanto os fundamentos da economia que ditam, entre outras coisas, como: gastar mais do que se arrecada provoca déficit fiscal – o que impede o crescimento econômico sustentável – e controlar a inflação através da taxa de juros mantém o valor do dinheiro e mitiga a pobreza. Entra governo, sai governo, a Terra será sempre redonda. Entretanto, dependendo do grau de negacionismo de certos governos aos principais econômicos mais lógicos, a terra brasilis nunca sairá da pobreza.

Luciano Harary

São Paulo

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LÍDERES RETRÓGRADOS

Li a entrevista com Luiz Felipe D’Avila, intitulada ‘A direita sensata tem de se unir para tirar o PT do poder em 2026′, diz Luiz Felipe D’Avila (Estadão, 22/5, A10), no qual ele sugere despolarizar a política atual brasileira. Despolarizar com novos candidatos paus-mandados de Lula ou Jair Bolsonaro não vai mudar a crise que estamos vivendo com esses líderes retrógrados. É preciso despolarizar com ácido sulfúrico e creolina.

Valdir Ferraz de Oliveira

Santana de Parnaiba

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MALES QUE AFETAM O PAÍS

Quem vê o cientista político Felipe D’Avila falando não entende por que um homem com tanta bagagem não se elegeu. Infelizmente, num País polarizado era impossível que isso ocorresse nas eleições de 2022. Passados quase dois anos é possível ver agora que o governo que aí está não cumpriu nada do que prometeu, a não ser gastar, arrecadar e deixar o pobre cada vez mais dependente de ajuda. É flagrante a compra de votos. Caberá à direita sensata combater os males que afetam o País: o populismo, o nacional estatismo e o Estado ineficiente. E ter como pauta fazer o Brasil acreditar no mercado, a economia voltar a crescer e reduzir a pobreza com políticas que realmente convençam o cidadão de que só se sai da pobreza com trabalho e não com benefícios. É um grande desafio pela frente, pois na cabeça dos pobres a narrativa é de que se o PT sair acabam os benefícios, o que não é verdade.

Izabel Avallone

São Paulo

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ESCOLAS AO AVESSO

Sempre busquei para meus filhos uma escola onde eles pudessem desenvolver a capacidade de pensar com criatividade e independência, em que brincar também fosse tido como importante. E, sobretudo onde valores como respeito ao outro e disciplina fossem introjetados como parte da forma como cada um se relacionaria com o mundo de forma geral. Enfim, uma escola onde se sentissem bem e felizes. O que menos me preocupava era a quantidade de informações. Encontrei. Não era uma escola de elite. E como foi bom! Aprenderam o mais importante: o gosto pelo conhecimento. E assim todos se formaram nas melhores universidades até a pós-graduação. As escolas cívico-militares são o avesso disso tudo que meus filhos vivenciaram em seu percurso educacional. Prova disso é o próprio governador de SP, Tarcísio de Freitas, que fez escola militar e se tornou incapaz de entender que, muito melhor do que investir em escolas desse tipo, seria investir no aperfeiçoamento pedagógico de professores, na valorização dessa nobre missão de educadores e em boas equipes gestoras que busquem entender o que é melhor para suas crianças e adolescentes dentro do contexto onde se situam, sobretudo com muito amor pelo que fazem. Não sou de esquerda nem de direita, mas fui criada por uma mãe que realmente, lá atrás, já entendia o que era ser uma educadora de verdade.

Eliana França Leme

Campinas

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ESCOLAS CÍVICO-MILITARES

As chamadas escolas cívico-militares são despropositais, não podendo haver enquadramento militar ou mesmo quase militar, junto a estabelecimentos de ensino tradicionais; mesmo os alunos de colégios militares do Exército são civis, não enquadrados em normas militares. Para impor disciplina não se pode militarizar setores da sociedade, pois se assim fosse, a solução seria militarizar todos os setores. É inconstitucional contratar militares inativos da Polícia Militar e Forças Armadas para trabalharem nessas escolas, pois, exceto em duas situações, não é permitida a acumulação de cargos públicos, mesmo para inativos do setor público, igualmente em relação às empresas estatais.

Heitor Vianna P. Filho

Araruama (RJ)