Forum Dos Leitores

Fórum dos Leitores

Veja mais sobre quem faz

Fórum dos Leitores

Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

exclusivo para assinantes
Por Fórum dos Leitores
10 min de leitura

Discurso na ONU

Minas de popularidade

Concordo plenamente com o editorial Discurso na ONU

Minas de popularidade

Concordo plenamente com o editorial O Brasil voltou. Lula também (Estadão, 21/9, A3). É uma realidade: o presidente voltou no tempo e, como lhe é peculiar, o retrovisor foi acionado uma vez mais. A criação da ONU se deu em 24 de outubro de 1945 e a primeira Assembleia-Geral em janeiro de 1946, portanto há 77 anos, e desde então a fome e a miséria são exploradas por dirigentes demagogos que usam esses temas para outros fins que não para resolvê-los, porque lhes são interessantes politicamente. Lula não foge à regra. Por sete vezes ocupou o púlpito e, segundo levantamentos apurados na mídia, em todas abordou a promoção da paz, o combate à miséria e à fome. São temas importantíssimos, mas devem ser tratados com ações sinceras, objetivas e concretas, para serem solucionados, e não só com palavras ao vento, como vem ocorrendo ao longo desses anos. Basta de reminiscências e engodos. Infelizmente, este sermão tem rendido a muitos líderes popularidade, e isso explica o porquê dessas minas, fonte de poder, não se esgotarem nunca.

Sergio Dafré

Sergio_dafre@hotmail.com

Jundiaí

*

Contas públicas

Bomba-relógio

Governo arrecadou com impostos e contribuições federais R$ 172,785 bilhões em agosto, pior resultado para o mês desde 2021, segundo a Receita” (Estadão, 21/9). A notícia nos chega como uma bomba-relógio: vai explodir em breve. O governo é perdulário nos seus gastos e acredita em Papai Noel (que vai aumentar, gradativamente, a arrecadação). Não há solução enquanto não houver austeridade fiscal, gastar menos, com cortes de custos e transparência, o que nunca compôs o discurso do PT e de seu líder, Lula, nosso presidente viajante. Assim, vamos avançar no desequilíbrio econômico do País e colher uma situação grave de descontrole financeiro, falta de investimentos e o dragão da inflação voltará a cuspir fogo. Uma triste realidade a caminho.

Roberto Solano

robertossolano@gmail.com

Rio de Janeiro

*

Petróleo

Ainda uma necessidade

Causou-me perplexidade o artigo do sr. Haitham Al Ghais, secretário-geral da Opep (Por que o mundo precisa de mais, e não menos, petróleo, Estadão, 22/9, A4). Claro que, como executivo do gigantesco cartel, era de esperar que defendesse seus interesses. Mas vai na contramão de tudo o que a humanidade almeja. Para nós, seres que habitam esta crosta degradada, melhor que o petróleo fique cada vez mais lá embaixo, no miolo da Terra.

Roberto Szabunia

rszabunia@gmail.com

Joinville (SC)

*

Marco temporal no STF

Reparo

Nestes tempos de revisionismo histórico, o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou, pelo expressivo placar de 9 a 2, a tese do marco temporal, resultado que determinará o futuro de mais de 300 territórios ocupados por povos originários em todo o País. Resumo da ópera tupiniquim aos caras-pálidas: as terras são nossas e ninguém tasca. Por óbvio, cabe lembrar que os indígenas já habitavam este vasto território chamado Brasil muito antes de qualquer branco pisar nele e dele tomar posse. O reparo, ainda que tardio, será feito agora.

J. S. Decol

decoljs@gmail.com

São Paulo

*

Erro histórico

Acho um erro histórico a decisão do Supremo que derrubou o marco temporal. A continuar assim, se o território onde está o Brasil era originariamente ocupado apenas por indígenas, os demais habitantes hoje não indígenas terão de abandonar estas terras. Os limites são bem-vindos.

Sonia Szmid

soniaszm@hotmail.com

São Paulo

*

Augusto Aras

O último discurso

Enfim, o procurador-geral da República, Augusto Aras, contra sua vontade, vai entregar o cargo nos próximos dias. Isolado, colaborou freneticamente com o hoje inelegível Jair Bolsonaro, especialmente na questão do combate à pandemia. Com olhos marejados, em sua despedida discursando no STF, criticou as “falsas narrativas” sobre sua – péssima, diga-se – gestão e defendeu seu trabalho à frente do Ministério Público Federal nos últimos quatro anos. Neste momento, aquela senhorinha de Taubaté disse: “Já vai, graças a Deus?”.

Júlio Roberto Ayres Brisola

jrobrisola@uol.com.br

São Paulo

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

DELAÇÃO DE MAURO CID

Sobre a delação de Mauro Cid de que o ex-presidente Jair Bolsonaro teria se reunido com a cúpula das Forças Armadas para dar um golpe e impedir a posse de Lula da Silva, a primeira coisa é saber se Mauro Cid apresentou provas dessa reunião e do teor dessa reunião. Não estou querendo dizer que a reunião não existiu, mas custo a acreditar que um assunto tão confidencial e explosivo tivesse a presença de um ajudante de ordens. Mas, é claro, aqui é Brasil e tudo é possível. A acusação é grave e, uma vez provada a tentativa de golpe, é evidente que Bolsonaro terá que responder por esse crime – a tentativa de golpe já é crime. Também, segundo Mauro Cid, a Marinha teria aderido à ideia de golpe, enquanto que a Aeronáutica e o Exército, não. Isso também precisa ser provado e, uma vez comprovado, os envolvidos devem ser julgados e punidos exemplarmente. O fato é que, com a não adesão da Aeronáutica e do Exército, é possível dizer que não havia um golpe em andamento, seja em 1.º de janeiro – posse de Lula –, seja no 8 de Janeiro. E aí vem uma outra questão: como fica a condenação dos baderneiros do 8 de Janeiro que já estão pagando penas pesadíssimas por um crime que não ocorreu? Houve quebra-quebra, atentado às instituições, depredação de patrimônio público, mas, golpe, o próprio Mairo Cid, em delação homologada pelo ministro Alexandre de Moraes, diz que não houve. Por enquanto, a declaração mais sensata sobre as novas revelações são do ministro da Defesa, José Múcio. Segundo ele, a única “certeza cristalina” era de que um golpe contra a democracia não foi do interesse das Forças Armadas. “São atitudes isoladas, mas ao Exército, Marinha e Aeronáutica nós devemos a manutenção da nossa democracia.”

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

lgtsaraiva@gmail.com

Salvador

*

‘GOLPE REVERSO’

Os depoimentos do tenente-coronel Mauro Cid acrescentaram mais bizarrices em nossa capenga história. Por exemplo, que já não se formam revolucionários como antigamente, quando estes eram impulsionados por convicções autenticamente patriotas e defendiam suas posições políticas até o fim. No caso presente, os autodenominados revolucionários revelaram-se impulsionados por equivocada pretensão de direita, quando no fundo buscavam um pleno domínio populista-autoritário. Ao delatar que o presidente da República discutiu com as mais altas patentes militares a possibilidade de deflagrar um golpe institucional, sem que estes tempestivamente o denunciassem pelo descumprimento do tão clamado artigo 142 da Constituição, constatou-se o comportamento aventuresco, omissivo e de plena anomia que perpassou entre essas autoridades ditas republicanas. Assim, desanimadoramente, constatamos que, distante de servir ao povo brasileiro, esses pretensos revolucionários simplesmente buscam o poder pelo poder, seja pelo viés da direita, seja pelo da esquerda, porém sempre se utilizando da vil intenção de nos iludir politicamente. Dessa forma, frente às recorrentes negações após as tentativas golpistas frustradas, podemos denominar essa oportunista discordância como “o golpe reverso”.

Honyldo Roberto Pereira Pinto

honyldo@gmail.com

Ribeirão Preto

*

APOIO DA OAB

Já não me surpreendem certas atitudes do ministro Alexandre de Moraes. Como a evidente desconsideração a limites da liturgia do cargo no julgamento dos três primeiros réus do 8 de Janeiro expressa em comentários de todo inapropriados para a ocasião. O que me surpreendeu – na verdade, assustou-me – foi a nota de apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) logo em seguida ao julgamento, sem um pio de protesto sobre a forma indevida, humilhante e constrangedora como os advogados dos réus foram tratados na Suprema Corte. Penso que o incensamento irrestrito à atuação do ministro Alexandre de Moraes o está tirando do sério.

Patricia Porto da Silva

portodasilva@terra.com.br

Rio de Janeiro

*

JULGAMENTO ‘DO FIM DO MUNDO’

Realmente aquilo que desconfiávamos agora temos certeza, não existe mais uma corte constitucional no ex-STF, mas uma corte claramente política. No espetáculo a que assistimos em que foram condenados participantes da “invasão” dos Três Poderes vimos os julgamentos “do fim do mundo”. Fora das finalidades do Supremo, pois além de tomar a frente do Legislativo e passar por cima de todas as instâncias inferiores por direito obedecendo à Constituição, fazem julgamentos totalmente estapafúrdios tirando direitos fundamentais dos cidadãos. Ao último espetáculo a que assistimos foi patente o desrespeito aos advogados que tentaram defender seus clientes, esquecendo que todos eles são antes de tudo simples advogados. Tempos obscuros estamos assistindo em nosso Brasil.

Leila Elston

leilaelston@uol.com.br

São Paulo

*

A MENTE DE UM BOLSONARISTA

O artigo de Fabiano Lana (Estado, 20/9) é genial e certeiro ao criar um personagem fictício para explicar a mente de um bolsonarista convicto. Arrepiante realidade ilusória.

Elisabeth Migliavacca

São Paulo

*

GLEISI MINISTRA

Se a indicação da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, ao cargo de ministra da Justiça, em eventual substituição de Flávio Dino, já seria por si só uma aberração pelo seu histórico destemperado, as recentes declarações escabrosas contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tornam tal nomeação imperiosamente proibitiva. O sistema eleitoral brasileiro é confiável e eficaz justamente pelas ações do TSE que, entre diversas ações, garantem a confiabilidade das urnas eletrônicas, inviabilizam candidaturas “sujas” através da Lei da Ficha Limpa e aplicam punições a partidos irresponsáveis. Gleisi afirmou que as multas aplicadas a partidos são “inexequíveis”, inviabilizando a existência das siglas, e que a existência do tribunal é um “absurdo”. Ou seja, para ela, em vez de os partidos cumprirem as leis para evitar multas, é preciso acabar de vez com o tribunal. Que condições tem essa figura de ser ministra da Justiça?

Luciano Harary

lharary@hotmail.com

São Paulo

*

DISCURSO PRÓ-DEMOCRACIA

Como podemos ver pelas declarações da presidente do PT, esse partido é contra qualquer fiscalização. Faz um discurso pró-democracia, mas no fundo, no fundo, quer uma ditadura. É a favor da extinção da Justiça Eleitoral, a Polícia Federal está sempre investigando políticos da direita, o presidente quer que o País saia do Tribunal Penal Internacional (TPI), o dinheiro de Itaipu é usado para fazer política do partido, quer o fim do teto de gastos, pede liminar para não atender à Lei das Estatais, tem ministro que foi governador da Bahia e não aceita os dados de criminalidade do Estado de uma ONG internacional e respeitada. E muitos outros exemplos.

Vital Romaneli Penha

vitalromaneli@gmail.com

Jacareí

*

FORMAÇÃO CONTAMINADA

Não entendo este frenesi na escolha do ministro da Justiça, Flávio Dino, para um cargo de ministro do STF. É preciso de julgamentos absolutamente técnicos em causas constitucionais. E todos sabemos que Dino tem formação totalmente contaminada pela política, desde sempre. Não vai dar certo.

Luiz Frid

fridluiz@gmail.com

São Paulo

*

IMUNIDADE ÀS IGREJAS

Diante do princípio fundante e basilar do regime republicano sob o qual o País vive desde 1889, cabe comentar o editorial Avança a PEC da exploração da fé (21/9, A3), que tratou com propriedade da inconstitucional, descabida e antirrepublicana proposta do deputado Marcelo Crivella, notório bispo da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, que amplia a imunidade tributária às igrejas, partidos políticos, sindicatos e instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos para a aquisição de bens e serviços tidos como “necessários” à formação de patrimônio, à geração de renda e à prestação de serviços. Por oportuno, cabe reproduzir seu último parágrafo: ”A PEC 5/2023 não deve ir adiante porque estabelece ‘categorias’ distintas de cidadãos no que concerne às suas obrigações tributárias – como, por exemplo, a divisão entre leigos e religiosos. Ademais, a proposta é moralmente inaceitável, pois não se trata de outra coisa senão uma tentativa canhestra de monetizar a religiosidade do povo brasileiro, que deve ser respeitada e protegida, não explorada”. Conforme o caput do art. 5.º da Carta Magna do Brasil, ”todos são iguais perante a lei”, não justificando, portanto, nenhum privilégio ou exceção tributária a essas entidades que se declaram sem fins lucrativos, mas que vivem nababescamente da abjeta e deplorável exploração do dinheiro de seus fiéis seguidores. Não à PEC 5/2023.

J. S. Decol

decoljs@gmail.com

São Paulo

*

BANCADA EVANGÉLICA

É absurdo, nojento, sem cabimento estarem reunidos para votar pela ampliação da imunidade de impostos para igrejas, partidos políticos, etc., e, quando um idoso ou pessoa deficiente precisa de uma isenção de impostos para adquirir um carro para próprio uso, por necessidade, é uma longa peregrinação. Todos são iguais perante a lei. Todos têm que pagar impostos, água, luz, telefone. Por isso há vários pseudopastores ricos, com fazendas de gado, plantações, etc., e, entre seus seguidores, muitos passam fome, porque doam seus dinheiro para o dízimo da igreja. Senhores deputados e senadores, por favor pensem um pouco no povo e não só no seus bolsos. Vocês, da bancada evangélica, querem tudo para si, e na pregação do domingo dizem tudo ao contrário.

José Claudio Canato

jccanato@yahoo.com.br

Porto Ferreira

*

AUMENTO DE IMPOSTO

Por favor, avisem Romeu Zema que só votamos em políticos que querem diminuir o tamanho do Estado e que trabalham com eficiência o dinheiro arrecadado. Está difícil para a gente manter tudo isso sem retorno.

Marcos Ribeiro Jacob

marcosrjacob@hotmail.com

São Paulo

*

‘ENROLA BRASIL’

A cada dia que passa tomamos conhecimento de novos políticos, militares, juízes e seus parentes, assessores, amigos e chantagistas, com nome limpo, guardando milhões de reais em segredo e em silêncio em frente às câmeras. É o tradicional “Enrola Brasil” de centenas, enquanto o governo federal cria o “Desenrola Brasil” para atender a 40 milhões de brasileiros com o nome sujo, muitos por R$ 100.

Carlos Gaspar

carlos-gaspar@uol.com.br

São Paulo

*

REFORMA ELEITORAL NO SENADO

Aprovada pela Câmara dos Deputados, a minirreforma eleitoral passou para o Senado. Rodrigo Pacheco poderia usar sua habilidade política para convencer os demais senadores para retirar os pontos escandalosos dessa “reforma”, como a diminuição das punições para os infratores e a flexibilização das prestações de contas das campanhas eleitorais, além de avançar nos recursos para campanhas de mulheres e pessoas negras. Ficaremos agradecidos se ele fizer isso, e deixar a questão da maconha para a decisão do STF. Incriminar mais jovens, negros e pobres da periferia, vítimas do crime organizado, não resolve o problema, somente aumenta o sofrimento.

Omar El Seoud

elseoud.usp@gmail.com

São Paulo

*

O FUTURO DO TRABALHO

O professor Domenico de Masi, criador da expressão “ócio criativo”, falecido recentemente na Itália e que amava o Brasil, nos deixou uma mensagem muito interessante no seu livro enciclopédico sobre o futuro do trabalho. Diz ele que a covid provocou uma revolução ao levar milhões de pessoas a trabalhar em casa e a mostrar que essa alternativa melhorou a produtividade do trabalho e a qualidade de vida dos trabalhadores. Essa revolução poderia ser adotada em nosso país, começando pelo funcionalismo federal, estadual e municipal. Já imaginaram a melhoria da qualidade de vida com a redução do trânsito, a economia de tempo de vida da população que não precisaria ter esses deslocamentos morosos e que poderia ficar brincando com os filhos em vez de se aperrear no trânsito? Seria muito bom se nossos governantes se dedicassem a essa ideia com afinco.

Aldo Bertolucci

aldobertolucci@gmail.com

São Paulo

*

BARULHO PERTO DE ESTÁDIOS E CASAS DE SHOWS

O Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu, agora é definitivo: o máximo de barulho noturno permitido na cidade é 55 decibéis. No período da manhã o máximo é de 65 decibéis.

Arcangelo Sforcin Filho

arcangelosforcin@gmail.com

São Paulo