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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Por Fórum dos Leitores
9 min de leitura

Siafi

Alerta

Invasão a sistema tem R$ 14 milhões desviados para 17 contas correntes (Estadão, 25/4, B2). Há muitos anos, numa pesquisa de mestrado, entrei em contato com diversas áreas do governo em busca de informações. Uma surpresa agradável foram a disponibilidade e o interesse de muitos funcionários em ajudar na pesquisa. Porém já naquela época se percebia a má qualidade dos sistemas de informação, com muitos interlocutores se queixando amargamente deles. Portanto, a descoberta de fraudes e desvio de R$ 14 milhões não me surpreende, mas é um alerta para que seja feito um grande investimento no sentido de que todos os sistemas estejam conectados e protegidos de invasões. E a auditoria permanente desses sistemas deverá ser rotina de nossas autoridades.

Aldo Bertolucci

São Paulo

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PEC do Quinquênio

Escárnio

É imperioso recusar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 10/2023, a PEC do Quinquênio, que “altera a Constituição federal para instituir a parcela mensal de valorização por tempo de exercício dos magistrados e membros do Ministério Público”. Como bem classificou o Estadão no editorial Avança a PEC lesa-sociedade (19/4, A3), é uma excrescência, um privilégio absolutamente incompatível com a noção mais elementar que alguém possa ter de República, uma imoralidade, um deboche das carências de milhões de brasileiros privados de uma vida digna. Além do escárnio, do cinismo e da falácia dos argumentos em favor de mais um privilégio para uma casta de funcionários públicos, atente-se para o impacto fiscal da recriação deste remendo constitucional. Que a sociedade civil redobre a atenção sobre os seus representantes e pseudorrepresentantes no Congresso Nacional e o comportamento destes em relação ao Orçamento público, que, como afirma Gustavo Franco, “é o ponto de contato entre a cidadania e os Poderes que mandam no dinheiro público. É como se fosse um farol iluminando a intervenção do Estado no domínio econômico, ou o funcionamento da fábrica de linguiças”. Em seu texto O orçamento público e a democracia (Estadão, 28/11/2021), o economista e ex-presidente do Banco Central ressalta a necessidade de clareza sobre “de-onde-vem” e “para-onde-vai” o dinheiro público. Só assim serão respeitados os princípios de transparência e razoabilidade inexistentes na opaca e imoral PEC dos mais iguais que os outros, na expressão de George Orwell. Com mais força, vamos continuar cantando com Milton Nascimento, em Bola de Meia, Bola de Gude: “Não posso aceitar sossegado qualquer sacanagem ser coisa normal”.

João Pedro da Fonseca

São Paulo

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Bolsa Família

A desigualdade persiste

A opinião A ilusão do Bolsa Família (Estadão, 25/4, A3) me faz lembrar duas frases que mostram de forma incontestável o quanto este tipo de benefício é danoso, se usado com objetivo exclusivamente eleitoral. A primeira foi dita por Luiz Gonzaga em Vozes da seca: “Uma esmola a um homem que é são ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão”. A outra foi dita por Ronald Reagan “Não devemos julgar os programas sociais por quantas pessoas estão neles, mas quantas estão saindo”.

Luciano Nogueira Marmontel

Pouso Alegre (MG)

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Escravidão

Reparação

A escravidão foi uma das piores atrocidades cometidas pelo homem. Louvável, pois, a decisão do governo português de reconhecer a culpa e buscar alguma reparação para os mais de 6 milhões de pessoas que Portugal sequestrou e vendeu como escravos (Estadão, 25/4, A10). O Brasil foi um dos países que mais usaram esses escravos e um dos últimos a abolir essa prática nefasta. Assim, Portugal e Brasil deveriam se unir e fazer grandes obras na África: hospitais, escolas e obras de infraestrutura nos principais polos de embarque de escravos. Tudo como doação, para reparar o crime bárbaro cometido contra os povos africanos.

Mário Barilá Filho

São Paulo

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Eleição 2024

Disputa em São Paulo

É de espantar a propaganda política feita pelo candidato Ricardo Nunes, descaradamente, há alguns meses, antes do prazo legal da eleição municipal de outubro. A propaganda não menciona seu nome, mas as citações são muito claras. Onde está o TRE?

Roberto Teixeira França

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

DINHEIRO PÚBLICO

A matéria Invasão a sistema do governo: R$14 milhões de ministério e TSE foram desviados para outras contas (Estadão, 24/4, B8) mostra que nossos hackers estão fazendo uma farra com dinheiro público, invadindo o Sistema Integrado de Administração Financeira (SIafi), mesmo sabendo que poucas pessoas têm senhas de acesso e pouquíssimas têm acesso para efetuar ordens de pagamento. Isso é mesmo muito estranho. Afinal, na maioria dos casos similares, os hackers de algum modo contaram com as senhas.

José Elias Laier

São Carlos (SP)

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DESVIO DO TSE

Diante da informação do desvio de R$14 milhões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indaga-se o que o ministro Alexandre de Moraes fará? Para onde foi desviado o referido montante? Quem fará a investigação? Qual será a punição, a principiar pelo aludido ministro que é useiro e vezeiro de punir pessoas e entidades? O Brasil aguarda providências urgentes.

Fernando de Oliveira Geribello

São Paulo

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SUSPEITA DE ATAQUE HACKER

Barbaridade! Um golpe milionário desviou R$14 milhões do sistema de pagamento do governo e TSE para contas abertas em nome de empresas e pessoas físicas diferentes. Até tu Brutus... ops... TSE? Quem diria, hein. Ainda bem que as urnas eletrônicas são invioláveis e seguras. O que os hackers têm a dizer? Louvados sejam os profissionais de TI do TSE, por excelência, os que cuidam do nosso sistema eleitoral. Aleluia!

Celso David de Oliveira

Recreio (RJ)

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NAUFRÁGIO

Quem seria capaz de parar as asneiras de Lula da Silva? A última aconteceu quando, num indigesto café da manhã com jornalistas no Planalto, o presidente, na sina de sua incapacidade de contribuir com ideias produtivas, reverberou mais uma crítica aos que defendem a importância do superávit primário. Inconformado com o alerta de renomados especialistas em regras econômicas que criticam a falta de austeridade do governo, Lula diz agora que “tudo no Brasil é tratado como gasto”, até dinheiro para pobre é gasto, seguindo o que a ex-presidente Dilma Rousseff disse ao afirmar que “gasto é vida”. Agora, informou que vai dar reajuste para todos servidores federais. Com quais recursos? A realidade é diferente dos seus dois mandatos entre 2003 e 2010, em que a economia mundial estava bem alavancada e tinha recursos para gastar. Lula ainda não percebeu que a atividade econômica não vai bem e que estamos perigosamente longe do equilíbrio fiscal. E se nada e urgente for feito para estancar os ditos gastos, a economia e situação social vai naufragar. Assim como fez naufragar o País em profunda recessão na gestão de Dilma.

Paulo Panossian

São Carlos (SP)

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REGULAMENTAÇÃO DA REFORMA TRIBUTÁRIA

A reforma tributária proposta pelo governo cria uma cesta básica nacional e imposto médio de cerca de 26,5% para o País. Quais serão os efeitos na economia nacional só o futuro que está a nossa frente poderá apontar. Esperemos que tal reforma venha a melhorar a nossa economia como um todo, beneficiando a nossa imensa população. Que assim seja.

José de Anchieta Nobre de Almeida

Rio de Janeiro

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BOLSA FAMÍLIA

Se de um lado o auxílio do Bolsa Família serve e serviu para reduzir a desigualdade social, de outro estimulou a recusa ao trabalho. Quando questionados, os solicitados dizem que não precisam trabalhar porque recebem o Bolsa Família (R$600,00 por mês). Então, como bem salienta o Estadão no editorial intitulado A ilusão do Bolsa Família (25/4, A3), temos data de entrada no programa, mas não há data de saída. Os contemplados com o Bolsa Família deveriam ter, após data prefixada, um empurrãozinho para trabalhar e se abster da benevolência. Vale dizer, ademais, que o Brasil possui ainda muitos empregos e muitos desempregados preenchem estatísticas porque não querem trabalhar.

José Carlos de Carvalho Carneiro

Rio Claro (SP)

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CRÍTICA AO SUPERÁVIT

Li na manchete do Estadão de ontem, 24/4, intitulada Apesar de risco fiscal em alta, Lula critica foco em superávit (24/4, B1 a B3), que o presidente criticou a visão de que despesas com educação, saúde e programas sociais são “gastos”. E acrescenta que “a única coisa que parece investimento é o superávit primário”. Ora, todos sabemos que o superávit primário representa o resultado positivo das contas do governo sem os juros da dívida pública. O mesmo texto diz que em março a arrecadação federal atingiu recorde de R$190,6 bilhões, com alta acima da inflação de 7,22%. Então, eu devo dizer que concordo plenamente com o presidente Lula em seu anseio de investir nas áreas que os economistas consideram “risco de desequilíbrio das contas públicas”, que são educação, saúde e programas sociais. Faltou o senhor presidente dizer a eles que investir nessas áreas é o verdadeiro e necessário investimento que um país deve fazer se quiser atingir um desenvolvimento sustentável e duradouro. É redundância afirmar que o futuro de uma nação está no investimento feito em educação, saúde e condições melhores de vida plena para os seus cidadãos. Desnecessário também lembrar que não é o que vem acontecendo em nosso país, uma vez que sabemos a porcentagem de crianças fora da sala de aula, a quantidade de moradores de rua e a falência total em termos de habitação e atenção aos idosos, doentes e crianças abandonadas.

Nancy Castellano Margarido

São Paulo

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ANOMALIA

Mais uma vez, o colunista J. R. Guzzo, por quem nutro profundo respeito devido a sua postura honesta e inteligente, anuncia que há uma anomalia no país em que um político que leva multidão às ruas está inelegível sem condenação (Estadão, 24/4), fazendo minhas suas palavras ao enfatizar que “não é normal, não pode ser normal e fica mais anormal ainda quando o adversário político número 1 do candidato que não pode ser eleito é um presidente da República que não pode andar 50 metros em qualquer rua do país que preside”. Esse fato não pode ser considerado normal, muito pelo contrário, reflete uma situação real, mas anômala, originada principalmente de arbitrariedades produzidas pela Justiça brasileira: o sem condenação inelegível e o condenado presidindo o País.

Maurílio Polizello Junior

Ribeirão Preto (SP)

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FILHO DE MINISTRO

Em relação à matéria Filho de ministro do TCU é eleito para órgão que paga R$ 1 mi por ano (Estadão, 24/4), o pai cita formação. Precisa dizer mais alguma coisa?

Panayotis Poulis

Rio de Janeiro

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GEOPOLÍTICA PRAGMÁTICA

O governo dos Estados Unidos liberou US$61 bilhões de dólares para a Ucrânia, US$26 bilhões para Israel e US$8,12 bilhões para Taiwan. Joe Biden aposta alto nessa nova, pragmática e cara geopolítica americana.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre (RS)

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CRUELDADE

Em resposta à invasão de Hamas, em outubro de 2023, o governo israelense começou uma guerra declarada e outra não. A invasão de Gaza resultou em mais de 33.207 mortos, entre os quais 13.000 crianças e 10.000 mulheres que deixaram 19.000 órfãos (dados da UN Women das Nações Unidas). Muitos, entretanto, não perceberam que o objetivo da outra guerra é obstruir qualquer solução duradora para o problema palestino. As estratégias empregadas foram várias: desumanizar todos os palestinos, crianças inclusive, taxando-os como soldados do Hamas; pressionar os Estados Unidos para vetar resoluções de cessar fogo no Conselho de Segurança das Nações Unidas; acusar, sem provas, a neutralidade da Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (UNRWA), provocando cortes de verba; destruir os hospitais de Gaza, alegando que o Hamas opera dentro e debaixo das mesmas, e por aí vai. Parafraseando Albert Einstein: duas coisas são infinitas: o universo e a crueldade de Benjamin Netanyahu.

Omar El Seoud

São Paulo

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CRIAÇÃO DE UM ESTADO

A solução para o conflito no Oriente Médio passa pela criação de um Estado Palestino completamente livre e independente de Israel. Esse Estado deve ser construído no território de algum país muçulmano da região, como a Jordânia, por exemplo. O país que aceitasse ceder parte de seu território para a criação de um Estado Palestino seria regiamente recompensado com bilhões de dólares de ajuda internacional. A solução de um enclave palestino dentro do território de Israel nunca funcionou nem nunca irá funcionar. É uma sandice pensar em reconstruir a faixa de Gaza, que se transformou em um gueto Palestino, sem qualquer perspectiva de desenvolvimento. Com a criação de um Estado Palestino de verdade, Israel poderia ocupar a faixa de Gaza e a Cisjordânia, e os palestinos poderiam viver livres para sempre.

Mário Barilá Filho

São Paulo

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CASO CÃO JOCA

Nesta quarta-feira, 24/4, em um evento do governo, o presidente da República usou uma gravata em homenagem ao cão Joca, que morreu num transporte aéreo. Lula disse que “a Gol tem que prestar conta… a gente não pode permitir que isso aconteça no Brasil”. Ontem, 25/4, o Ministério da Justiça notificou a Gol e deu 48 horas para a empresa se manifestar. Que isso seja um marco para que, daqui para a frente, o governo e seus ministérios ajam com tal firmeza e tão rapidamente para resolver os grandes problemas do País.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador (BA)

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ERRO INDESCULPÁVEL

Quem tem animal de estimação em casa sabe que não há nenhum dinheiro no mundo capaz de reparar o inacreditável episódio ocorrido com a companhia aérea Gol, que causou a morte do cão Joca, um adorável Golden retriever de cinco anos vítima de um indesculpável (porém humano) erro de desvio de rota. A família tutora do pet, absolutamente inconsolável e devastada com a perda de seu fiel amigo, deverá ingressar com uma ação na Justiça por perdas e danos que são irreparáveis. Um gol contra da Gol. Triste.

J. S. Decol

São Paulo

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MORTE DO GOLDEN

Abominável o desdém e desprezo da companhia Gol Linhas Aéreas pela vida do próximo, que culminou na morte do cão Joca. A atitude me parece pífia, irresponsável e desumana.

Sérgio Eckermann Passos

Porto Feliz (SP)