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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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8 min de leitura

Judiciário

Operação Lava Jato

Apesar de o juiz Eduardo Appio, novo titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, dizer ao Estadão que não será o coveiro da Lava Jato (25/2, A14), fica difícil acreditar que quem assina “LUL22″ no sistema eletrônico de Justiça tenha isenção para julgar os processos da operação. O juiz é apresentado como garantista e crítico de Sergio Moro e Deltan Dallagnol. Injustiça é aplicar regras diferentes para uma mesma situação dependendo de quem esteja nela. Já vimos esse filme muitas vezes. O que esperar, justiça?

Luciana Lins

lucianavlins@gmail.com

Campinas

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Insegurança jurídica

Pode até ser que o número de juízes que exercem atividades político-partidárias seja muito pequeno, como bem registrado no editorial Juízes militantes, juízes fora da lei (24/2, A9), mas a insegurança jurídica que provocam é um mal insanável. Por essa razão, eles devem ser sumariamente excluídos da função. Todavia, essa tentação é alimentada pelo fato de a indicação para as Cortes superiores recair, infelizmente, sobre nomes que circulam com desenvoltura no universo dos políticos.

José Elias Laier

joseeliaslaier@gmail.com

São Carlos

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Ambiente

Policiamento na Amazônia

A reportagem de André Borges Amazônia já tem maior desmate para o mês de fevereiro desde 2015 (25/2, A20) causa enorme surpresa, pois se esperava que o governo Lula, tendo Flávio Dino à frente do Ministério da Justiça, já tivesse acionado a Polícia Federal de imediato, reforçando o policiamento naquele bioma, inclusive com o apoio do Exército. O desmatamento na floresta durante o governo Bolsonaro, somado à mineração liberada do ouro por quadrilhas organizadas, foi um crime de lesa-pátria. Ademais, um crime contra a humanidade, vitimando os Yanomamis e outros indígenas. O que ocorreu ali, que é o nosso maior tesouro, foi de uma vilania tal que não pode ficar impune. Jair Bolsonaro e seus ministros devem pagar muito caro.

Gilberto Pacini

pacini0253@gmail.com

São Paulo

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Desmatamento zero

Em duas semanas de fevereiro o desmatamento na Amazônia já bate o recorde para o mês desde 2015. Sai a turma da motosserra e entra a turma do workshop. Vejo enaltecerem quando a taxa de desmatamento cai de 80% para 40%, uma tremenda falsidade, porque o desmate continua, só que em velocidade menor. Desmatamento tem de ser zero.

Vital Romaneli Penha

vitalromaneli@gmail.com

Jacareí

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Conversa fiada

Este governo, que execrou o anterior e exacerbou críticas por não proibir ou reduzir o desmatamento, pode comemorar a maldita marca do maior desmate para fevereiro desde 2015. O governo atual traz o PT dominante e a seu vigoroso estilo: populismo e conversa fiada.

Jose Perin Garcia

jperin@uol.com.br

Santo André

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Sistemas agroflorestais

A propósito da coluna Uma nova revolução no campo, de João Gabriel de Lima (25/2, A14), a revolução já começou: são os chamados sistemas agroflorestais (SAF), um consórcio de agricultura e floresta no seu mais amplo sentido, porém hoje restritos a pequenos agricultores, à agricultura familiar, em contraste com as grandes monoculturas dos agronegócios. Inclusive já existem modelos apropriados de SAFs para a Amazônia, mas, para que eles passem a ter impacto econômico, além do social, é preciso transformá-los em grande escala. Com a palavra, os especialistas.

Guenji Yamazoe

guenji@yamazoe.com.br

São Paulo

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Drenagem e realocação

Como geógrafo, percebo que as vias antigas do litoral paulista carecem há muito de mais tubos de drenagem eficazes por debaixo das pistas de rolagem nos locais onde ocorrem os deslizamentos de terra, rochas enormes e vegetação. Quanto aos sítios urbanos litorâneos, a solução é relocá-los. A reconstrução, com o apoio dos bancos internacionais de fomento ao saneamento ambiental, será fonte de empregos e aquecimento da economia. Eia, pois, empresários. Não podemos ficar à mercê do Congresso, Assembleias Legislativas e milhares de Câmaras Municipais funcionando como sirenes que avisam, mas não lutam pelas obras necessárias. Construção civil, Lula!

Herbert Pinho Halbsgut

h.halbsgut@hotmail.com

Rio Claro

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

EXPECTATIVAS DE DIAS MELHORES

Desde a indefinição do segundo turno das eleições presidenciais até hoje, a Bolsa apresenta uma queda de quase 20 pontos porcentuais, o que é bastante expressivo. Mais de 5 milhões de pequenos investidores colocaram no investimento a esperança de uma Previdência complementar. Com as mazelas de empresas, falta definição de sólida âncora fiscal. Os players dos grandes negócios ficam comprometidos com a concorrência e contratação, causando mais e mais desemprego. Tudo isso colide com as expectativas de termos dias melhores.

Carlos Henrique Abrão

abraoc@uol.com.br

São Paulo

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A ÂNCORA AFUNDOU

A equipe econômica de Lula da Silva está batendo cabeça para implantar a nova âncora fiscal, que substituirá o atual teto de gastos. A ideia é de que seja aprovada pelo Congresso Nacional, até abril. Na verdade, a nova âncora fiscal já foi “pro brejo” ou, melhor, “já afundou” antes mesmo de ser debatida. Afinal, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco já rejeitaram a possibilidade de uma análise apressada pela Casa e foi engavetada. Estranho, nem nasceu e já morreu?

Júlio Roberto Ayres Brisola

jrobrisola@uol.com.br

São Paulo

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INFLAÇÃO

Sim, urge uma ancoragem fiscal crível; a inflação só prejudica os pobres. Mas o Estadão se equivoca ao levar um susto com os 0,76% do IPCA-15, enquanto eram esperados 0,72%. Nem sei se a econometria tem precisão suficiente. Há fatores sazonais em fevereiro, como volta às aulas. Não se pode comparar com janeiro.

Cassio Mascarenhas de Rezende Camargos

cassiocam@terra.com.br

São Paulo

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EFEITO CASCATA

Lula 3, da boca para fora, diz defender os pobres, mas na realidade faz o contrário. Baixar inflação requer sobriedade nos gastos, que é incompatível com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Gastança de R$ 145 bilhões, aumento salarial para os Três Poderes, elevação de 24 para 37 ministérios e, para março, reajuste nos combustíveis. O preço dos combustíveis, em efeito cascata, reflete diretamente nos preços dos fretes e de todos os produtos ao consumidor, ou seja, a classe humilde é a mais afetada. O lucro da Petrobras no terceiro trimestre de 2022 foi de R$ 46,096 bilhões, e em 1.º de março divulgará o lucro do quarto trimestre. Será uma bruta traição aos pobres subir os preços do diesel e da gasolina, que vai aumentar a inflação enquanto Lula 3 reclama com o Banco Central os 13,75% da Selic – que é o termômetro da inflação.

Humberto Schuwartz Soares

hs-soares@uol.com.br

Vila Velha (ES)

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MEDIAÇÃO DE LULA

Com Lula mediando Vladimir Putin e Volodmir Zelenski para acabar com a guerra, vai ser preciso muita cerveja e barris de vodca para ter êxito sua empreitada. Até o Corinthians vai entrar na proposta, como exemplo de “clube da paz”.

Adriles Ulhoa Filho

adriles@uai.com.br

Belo Horizonte

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IMPUNIDADE DE PUTIN

Terá Vladimir Putin uma justificativa plausível para a morte de milhares de jovens soldados russos e o luto de suas famílias por invadir a Ucrânia, que não representa nenhum perigo à Rússia? Com certeza a população russa não o deixará impune pela tragédia praticada. Assim seja!

Luiz Frid

fridluiz@gmail.com

São Paulo

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A FESTA CONTINUA

Que tal ter estabilidade até os 75 anos e ganhar R$ 35,4 mil por mês, além do prestígio de ser conselheira do Tribunal de Contas? Então vá se casar com um ministro do governo Lula e ser feliz, pois a festa continua.

Roberto Solano

robertossolano@gmail.com

Rio de Janeiro

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O PECADO

Ao falar em um culto evangélico na igreja New Hope Church, na Flórida (EUA), Jair Bolsonaro, além de reclamar do salário de presidente de R$ 33 mil, disse: “Deus, qual foi o meu pecado para estar sentado na cadeira de presidente? Só problemas”. Diante de suas palavras, só cabe perguntar qual foi o gravíssimo pecado cometido pelo Brasil para ter alguém como ele na Presidência.

J. S. Decol

decoljs@gmail.com

São Paulo

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CAMINHO DA CIVILIDADE

Para quem às vezes se ilude tentando acreditar que a civilidade já venceu a barbárie e a utopia superou a distopia, o editorial O País vive uma crise civilizacional (24/2, A3) é um convite para que paremos e pensemos que talvez não seja bem assim. Brutos infensos à civilidade, supostos “democratas” e gente supostamente esclarecida ainda encontram campo para atos de selvageria explícita. Como o mencionado por Eugênio Bucci, em seu artigo ‘Comunista e esquerdista’ (23/2, A6), que ele qualifica como “acontecimento inacreditável, ultrajante, absurdo e, a despeito disso tudo, real”. Somos então levados a concluir que extenso caminho ainda precisaremos percorrer e avanços teremos que realizar até a conquista de um verdadeiro Estado Democrático de Direito e uma sociedade justa, pacífica, unida, plural, ordeira, fraterna, solidária e civilizada. Para que isso ocorra é preciso superar o binarismo, a polarização e a rachadura expressa no “nós contra eles”, acabar com a ilusão de “ser superior a quem está imediatamente abaixo”, extinguir a fé nos privilégios e instalar uma sociedade de direitos e deveres. Para todos e todas.

João Pedro da Fonseca

fonsecaj@usp.br

São Paulo

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INFLUÊNCIA BOLSONARISTA

O ataque aos jornalistas do Estadão por moradores de um condomínio de luxo em Maresias, por serem repórteres de um jornal “esquerdista e comunista”, “o que seria risível, não fosse trágico”, como ironizou editorial, é só mais um capítulo da influência nefasta do vírus bolsonarista que atacou as mentes fascistas da burguesia nacional, em transe psicopata. O discurso de um fascista miliciano e ressentido reacendeu a fúria dessa claque obtusa, que desconhece o que é civilização.

Paulo Sergio Arisi

paulo.arisi@gmail.com

Porto Alegre

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MARIELLE E OUTROS

A mídia informa, sistematicamente, que o ministro da Justiça, Flávio Dino, vai se empenhar em descobrir quem matou Marielle e quem mandou matar. Aconteceu em 2018. Coincidentemente no mesmo ano que tentaram matar Bolsonaro. Assim, para se fazer justiça, penso que isso deve ser esclarecido. E, para agradar a Lula, descobrir também quem matou Celso Daniel e Toninho, ambos do partido do presidente. Crimes não devem ficar impunes.

Paulo Henrique Coimbra de Oliveira

ph.coimbraoliveira@gmail.com

Rio de Janeiro

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CUMPRIMENTO DE PENAS

Se é que o ministro Flávio Dino não sabe, alguém deveria avisá-lo de que tão grave quanto tramar um golpe, que pelo Código Penal é crime, é o não cumprimento das penas por condenados por corrupção nos casos do mensalão e petrolão, não é mesmo, ministro?

Ely Weinstein

elyw@terra.com.br

São Paulo

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RESPONSABILIDADE DAS PLATAFORMAS

As plataformas tecnológicas e suas redes sociais são, em essência, veículos de comunicação e, como eles, devem responder pelos conteúdos que veiculam como qualquer emissora de TV ou jornal. O modelo de negócios das redes utiliza algoritmos que impulsionam as publicações, aumentando o alcance e o engajamento. Lucram com isso mesmo que o usuário esteja veiculando conteúdo tóxico, fake news, discursos de ódio ou ataque aos fundamentos da democracia. Têm, sim, que responder civil e criminalmente por isso.

José Tadeu Gobbi

tadgobbi@uol.com.br

São Paulo

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DESCONSIDERAÇÃO HUMANITÁRIA

Mais um artigo civilizado de Bolívar Lamounier (Queremos mesmo ser um país civilizado?, 25/2, A4). Os casos considerados civilizados, sem o serem, no Brasil, podem ser contados às dezenas. São situações que nem chegam a chamar a atenção por serem “normais”, existentes desde sempre e raramente contestadas. Bolívar mencionou algumas como a universidade gratuita para os ricos que nela conseguem ingressar graças a dispendiosos cursos secundários e preparatórios particulares (quase exclusivos para quem pode pagá-los e têm tempo livre para frequentá-los). Eu mencionaria o direito à saúde privada (ou, sejamos claros, à vida) com grandes redes de hospitais para os ricos em que se incluem a apropriação de partes dos hospitais públicos também para eles com a chamada porta dupla reservada a quem tem tais planos privados. Poderia mencionar a segurança privada a quem pode pagá-la, e situações de remunerações públicas estapafúrdias obtidas graças a situações legais totalmente imorais. E sobretudo a absoluta desconsideração humanitária aos que nada têm por parte de quem tudo tem.

Ademir Valezi

valezi@uol.com.br

São Paulo

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PAÍS CARNAVALESCO

O carnaval acabou, mas não terminou. Ou terminou, mas não acabou. No último fim de semana dezenas de blocos voltaram às ruas de São Paulo, Rio e outras cidades. Em Salvador, a folia começa, oficialmente, na quinta-feira e vai até a quarta-feira de cinzas com o encontro dos trios elétricos. Portanto, sete dias. Fora os eventos de pré-carnaval, que acontecem em várias cidades pelo País, em três ou quatro fins de semana antes do carnaval oficial. Pensa você que acabou? Não. Agora, na Bahia, começam as micaretas, carnaval em cidades pelo interior que fugiram da concorrência com o megaevento que é o carnaval de Salvador. Talvez devêssemos instituir logo carnaval todos os 28 ou 29 dias de fevereiro. Seria uma celebração anual do pujante país que somos, uma potência industrial e tecnológica, com IDH altíssimo, alto poder aquisitivo de seu povo e onde nossas escolas – as de samba – são um exemplo para o mundo.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

lgtsaraiva@gmail.com

Salvador