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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Por Fórum dos Leitores
9 min de leitura

Planos de saúde

Sustentabilidade

A saúde não tem preço, mas tem custo. Essa a dura realidade da vida que precisamos encarar com seriedade e responsabilidade. O artigo de Claudio Lottenberg, médico e autoridade reconhecida em gestão na área de saúde (Estadão, 25/5, A4), chama a atenção para a necessidade urgente de buscarmos a sustentabilidade na saúde suplementar, um setor que cuida da saúde de 51 milhões de brasileiros e vem sofrendo prejuízos insustentáveis. A saúde suplementar está ameaçada por fatores que vão de causas naturais, como o envelhecimento da população, passando pela elevada inflação médica (14,1% ao ano, para uma inflação medida pelo IPCA em 2023 de 4,62%), pela judicialização descontrolada e pelo alto número de fraudes, resultando em que a sinistralidade (a diferença entre a receita e o custo dos atendimentos) foi de 88,6%. A diferença, 11,4%, é insuficiente para cobrir os demais custos administrativos, financeiros, depreciação e outros, sem nem de longe cogitar em lucro. Como conclui o artigo, “em jogo está um setor cuja importância está além da qualquer disputa”.

Celso Skrabe

São Paulo

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A tragédia no RS

Comportas fechadas

É óbvio que diques e bombas não conseguirão se sobrepor à natureza. Onde está o Ferdinand de Lesseps (construtor dos canais de Suez e do Panamá) brasileiro, capaz de projetar vertedouros para o Guaíba e para a Lagoa dos Patos, sempre que estes ultrapassarem a sua altura natural de 10 metros e 5 metros, respectivamente, acima do nível do mar?

José Guilherme Beccari

São Paulo

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O futuro e o presente

Infelizmente, a politização de cunho curtoprazista está arraigada em todas as esferas da vida pública brasileira. Em várias agendas também. A questão ambiental é relegada a segundo plano na esfera federal porque é uma agenda com nenhuma tangibilidade ao eleitor. Já nos acostumamos a ver uma atuação no sentido remediativo, como no caso das enchentes do Rio Grande do Sul, ao invés do encaminhamento de uma solução de longo prazo. Na esfera estadual não é diferente, como mostram os resultados do Saresp em São Paulo. A educação básica no motor econômico do Brasil segue piorando porque o curto prazo, em linha com o ciclo eleitoral, sobrepuja um planejamento capaz de mudar definitivamente o atual quadro. O desenvolvimento do Brasil, necessariamente, envolve o sacrifício do presente em nome do futuro, não o contrário.

Roger Costa Gouveia

São Paulo

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Educação básica

Resultados do Saresp

Piora resultado das escolas estaduais de SP em Português e Matemática (Estadão, 25/5, A19). Sou professor e posso garantir que algumas simples mudanças, como redução de alunos em sala, valorização dos professores – que nem o piso salarial recebem –, aulas de reforço, etc., mudariam o quadro. Mas a preocupação do secretário de Educação é com extinguir o livro didático e implementar o estudo em plataformas 100% digitais numa rede sem internet de qualidade. Só rindo.

Luiz Antonio Amaro da Silva

Guarulhos

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Dinheiro público

Pacote para prefeitos

Uma sórdida prática dos políticos brasileiros está nos levando para o buraco. De olho na reeleição, Jair Bolsonaro interferiu nos Estados limitando o ICMS dos combustíveis e deu calote nos precatórios, entre outras péssimas medidas. Agora, Lula da Silva repete a dose: visando a evitar as críticas de prefeitos em ano de eleição municipal, aproveitou a Marcha dos Prefeitos em Brasília, na semana passada, para anunciar um prêmio à ineficácia desses gestores. Na área previdenciária, prometeu renegociação das dívidas dos municípios e propor projeto de lei (PL) para estender as regras de aposentadoria aos servidores municipais. Apresentará outro PL permitindo a venda de créditos não pagos e pendentes há anos, nos três níveis de governo, premiando e endossando as incompetentes, omissas e caríssimas estruturas jurídicas do setor público. No primeiro dia do evento, 20/5, liberou R$ 1,2 bilhão em emendas parlamentares, recorde para um único dia no ano. Por fim, comunicou a adoção de um novo modelo de repasse de verbas para obras, com pagamento antes do início das obras, sem análise prévia dos projetos. Isso mostra claramente que, enquanto nos iludimos com embates de polarização, estes gestores enterram nossas esperanças de um futuro melhor.

Honyldo Roberto Pereira Pinto

Ribeirão Preto

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

ESCOLA CÍVICO-MILITAR

Respeitosamente, como sempre, discordo da abordagem de Heitor Vianna P. Filho (Fórum dos Leitores - 24/5) sobre as escolas cívico-militares, e para tanto, exponho um trecho da PL Complementar 9/2024, que cria o Programa Escola Cívico-Militar. “A proposta tem como objetivos a melhoria da qualidade do ensino com aferição do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), o enfrentamento à violência e a promoção da cultura de paz no ambiente escolar”. A implantação do programa passará pela votação de pais de alunos e professores. A proposta é interessante, sua implementação, ao que tudo indica, será democrática, e certamente diminuirá, consideravelmente, afrontamentos, constrangimentos, agressões físicas e morais de alunos a professores, e vice-versa, situações muito comuns hoje em dia.

Maurílio Polizello Junior

Ribeirão Preto

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APROVADO NA ASSEMBLEIA

São Paulo teve o desprazer de assistir jovens que se dizem secundaristas invadir o plenário da Assembleia Legislativa e parar a sessão com o propósito de impedir a votação do projeto que institui a escola cívico-militar. A escola desse padrão, apesar do incidente, foi aprovada por 54 votos favoráveis e 21 contrários. Agora compete ao governo instalá-las conforme a demanda da comunidade. Em 1954, entrei para o então jardim da infância. Naquele tempo, as escolas serviam-se de estrutura derivada do militarismo. Antes de entrar na sala de aula, os alunos eram enfileirados no pátio, ouviam o Hino Nacional e seguiam, como numa marcha ao local de estudo. Em sala, só se sentavam depois da ordem do professor e se levantavam sempre chegava algum visitante. Desfilavam nas datas cívicas e eram ensinados a reverenciar a bandeira e demais símbolos nacionais. Respeito e hierarquia eram pontos de honra, nos mesmos moldes cultivados no militarismo. Havia, inclusive, escolas onde os alunos dos diferentes níveis levavam em seus uniformes pequenas faixas à semelhança das divisas militares. Enganam-se os que pensam que a escola cívico-militar vai transformar-se num quartel ou ensinar militarismo. O que vai ocorrer é apenar a cultura do civismo, da hierarquia e do respeito entre os membros da comunidade escolar. Nela não haverá professor agredido por alunos e nem alunos por professor. Também não se ensinará militância político-ideológica. E, por uma questão de disponibilidade, militares, desde que sejam professores e com tempo, poderão ser admitidos para funções estruturais e disciplinares. Afora esse aspecto organizacional, todo o currículo de ensino será o mesmo das demais escolas, mesmo as que não aderirem ao sistema. Do episódio na Assembleia Legislativa, resta-nos apenas uma singela reflexão. Que reprimenda mereceriam os que invadiram a sede do Poder e atrapalharam a atividade dos representantes do povo? Arroubos dessa natureza tornaram-se cada dia mais arriscados, principalmente depois dos episódios do 8 de janeiro em Brasilia, cujos invasores dos Palácios dos Três Poderes, que nem estavam em funcionamento, pois era um domingo, estão recebendo condenações a penas que vão até 17 anos de prisão. Acautelem-se, jovens e incentivadores, pois impedir o trabalho da Assembleia ainda poderá vir a ser classificado como ato antidemocrático.

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves

São Paulo

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‘JUSTIÇA PARA PENALIZAR POBRES’

Eliane Cantanhêde, em mais uma didática coluna intitulada Quem tramou, e como, a anistia geral e irrestrita da Lava Jato? O motivo, todos sabemos (Estadão, 24/5, A7), esclareceu os desdobramentos do acordão geral que livrou corruptos e corruptores da Lava Jato de todas as penas e lembranças de suas grandes trapaças, com um final feliz para eles e um incentivo à corrupção no Brasil. Roubem a vontade que não vai dar em nada. A Justiça é só para penalizar pobres.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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PARÓDIA

Parodiando a célebre frase do ditador Getúlio Vargas: “A lei, ora a lei!”, o Supremo Tribunal Federal (STF) parece dizer: “A Lava Jato, ora a Lava Jato!”. Pobre Brasil.

J. S. Decol

São Paulo

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MESMO DISCURSO

Os discursos do Lula da Silva de hoje são semelhantes em substância aos de mais de 20 atrás, quando se elegeu pela primeira vez. Ex-líder sindical, foi enaltecido à época pela comunidade global por ter sido eleito democraticamente ao cargo máximo de um país importante como o Brasil. Pouco após, porém, envolveu-se em atos de corrupção que lhe renderam condenação e até prisão em processos posteriormente anulados por obra e (des)graça da Corte Suprema, o que lhe permitiu ser guindado de novo à presidência. Agora, no entanto, não está sendo capaz de constatar que o Brasil mudou e o mundo é outro. Com os mesmos rompantes de outrora, vem disparando posicionamentos equivocados tanto no âmbito interno como no externo que o colocam em posição severamente criticada por setores importantes da sociedade e por líderes de países historicamente aliados. Enquanto isso, a marcha da economia preocupa e, na falta de plano de correção, aproveita situações de emergência, como a que está acometendo o Rio Grande do Sul, para praticar política de segunda categoria.

Paulo Roberto Gotaç

Rio de Janeiro

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SEM COMPOSTURA

A TV brasileira já teve melhores dias e uso mais adequado para uma rede pública de televisão. A gente chora com a malversação do dinheiro público e não com os improvisos dos discursos públicos do nosso presidente. Sem censura e sem compostura.

Vital Romaneli Penha

Jacareí

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DEFINIÇÕES

Moro: Lava Jato; Walter Delgatti: Vaza Jato; STF: Suja Jato.

César F. M. Garcia

São Paulo

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FORTE RESILIÊNCIA

A piora das inundações no Rio Grande do Sul, provocando novo colapso na região Sul do País, é uma situação calamitosa que atinge toda a população local, mas igualmente a nós todos nós do Brasil. Precisamos ter uma forte resiliência para ajudar as lideranças sulistas para que possam, num tempo mínimo possível, dar soluções às tragédias que estão vivendo com as chuvas que voltaram por lá.

José de Anchieta Nobre de Almeida

Rio de Janeiro

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DESASTRE NO RS

A linguagem das águas flutua no vazio do silêncio. Rio e lagoa viraram barro. Perderam o mistério dos peixes. Barcos e lanchas são desalentos das margens tristes. Casas e móveis boiando na frieza da desesperança. A avalanche de lama conta mortos. Desabrigados gaúchos são reféns do desalento. O canto das águas perdeu a ternura. As enxurradas provocam vento e frio no varal da agonia.

Vicente Limongi Netto

Brasília

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RECURSOS

Independentemente do papel do Estado e das sociedade civil na prevenção e atendimento frente as catástrofes que nos assolam cada vez mais, creio que falta a nós brasileiros uma cultura do que cada um deve fazer para proteger a si e a sua família. Existem eventos catastróficos de diversas intensidades, sendo que alguns recursos que cada um possa dispor minimize o sofrimento. Cito alguns exemplos (de uma lista bem simples): Ter um rádio de pilha, que permita ouvir notícias; ter lanterna com pilhas adequadas; ter um estoque mínimo de água, alimentos não perecíveis e remédios de uso habitual; apito; abridor de latas; velas e fósforos; sacos plásticos; curativos; e material de entretenimento (jogos).

Jairo T. Hidal

São Paulo

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LUTO POR BRASILEIRO

O corpo do refém brasileiro Michel Nisenbaum foi resgatado resgatado pelas tropas de Israel da mão dos terroristas do Hamas na última sexta-feira, 24/5, e o mesmo poderá ao menos ser enterrado de forma digna. Os sentimentos dos brasileiros estão com sua família que sofreu tanto por tantos meses. Como Nação lamentamos não termos ajudado mais, a fim de conseguir evitar esse desfecho trágico.

Jorge Alberto Nurkin

São Paulo

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‘NÃO HAVERÁ PAZ’

Benjamin Netanyahu é parte do problema e não parte da solução na guerra em Gaza. O governo israelense está ciente que deverá responder pelas ações e omissões que permitiram que terroristas entrassem em Israel, matassem e sequestrassem cidadãos israelenses e voltassem para Gaza sem serem incomodados pela defesa do país. Não haverá paz enquanto Netanyahu estiver no poder.

Mário Barilá Filho

São Paulo

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HAMAS

O grupo terrorista Hamas é um movimento islâmico palestino. Israel encontrou o corpo do refém brasileiro Michel Nisenbaum, morto pelo Hamas. Espanha, Irlanda e Noruega resolveram reconhecer o Estado Palestino. Ficou claro ou preciso desenhar?

Sérgio Eckermann Passos

Porto Feliz

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GOLPE

Os brasileiros estão recebendo ligações com mensagens eletrônicas informam que tal banco está analisando sua compra de tal loja, sempre com valores significativos, e perguntam: “para confirmar a compra digite 1” ou “se não reconhece a compra digite 2”, para falar com o agente bancário. A vítima, desesperada e iludida, resolve falar com o agente bancário. Aí, o golpe se inicia. O que chama atenção é que os golpistas têm números iniciais com 9-7762, alterando somente os quatro últimos números, como 1480, 3121, 7692, e assim sucessivamente. Já bloqueei mais de 30 números com esse prefixo, mas sempre aparece um novo. Na verdade, se o celular mostra o número do criminoso, deveria a Polícia requisitar às operadoras os dados desses criminosos e acabar com mais esse crime.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

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CRIME EM PERNAMBUCO

Mãe é presa. Mas onde está o pai? Para gerar um embrião e/ou um bebê, é necessário um óvulo e um esperma. Cadê o pai? Enquanto apenas as mulheres forem condenadas por eliminar fetos e/ou bebês, os homens continuarão livres, leves e soltos esparramando seus espermas de forma livre (seduzindo as mulheres com mentiras), induzida (com ajuda do boa noite, cinderela) ou literalmente forçada (estupro). Será que apenas as mulheres devem tomar anticoncepcionais? Por que os homens não devem usar camisinhas? Vamos conversar sobre descriminalização do aborto? Ou vamos simplesmente continuar culpando as mulheres?

Maria Carmen Del Bel Tunes

Americana