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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Por Fórum dos Leitores
7 min de leitura

Salário mínimo 2024

R$ 1.412 mensais

Sobre o aumento de R$ 92 para o salário mínimo em 2024, não ouvi ninguém reclamar, por isso continua mínimo. Ocorre que o atual governo tem como política a conservação da pobreza: se acabar com ela, como sobreviverá? Por outro lado, se tivéssemos menos pessoas dependendo de benefícios governamentais, o salário de quem trabalhou duro e se aposentou pagando o INSS poderia ser bem mais justo. Uma coisa é você receber sem trabalhar e, por isso, não dar o devido valor ao que recebe; outra é ter trabalhado tanto e ter de viver com um salário que, na maioria das vezes, nem dá para pagar um convênio médico digno, além dos gastos com remédios. Nenhum governo dá nada a ninguém, antes, ele tira de quem tem – essa é a regra, que só mudaria se aqueles que tiram o nosso dinheiro ganhassem um salário mínimo. Sonhar ainda é de graça.

Izabel Avallone

izabelavallone@gmail.com

São Paulo

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Orçamento 2024

Gastamos mal

Duas matérias recentes do EstadãoOrçamento dá mais verba ao governo Lula, mas deixa o ‘filé’ com o Centrão e Senador envia R$ 38,2 mi para obra de construtora de sua família (23/12, A6 e A8) – dão uma mostra da incrível distorção qualitativa dos nossos gastos públicos. As consequências são as creches que faltam às crianças da periferia, o teto que falta aos moradores de rua, os médicos que faltam aos usuários do SUS, as escolas de qualidade que faltam aos nossos jovens, que amargam as últimas posições nos exames do Pisa, as tragédias diárias que acontecem por falta de segurança pública, etc., etc. Pobre Brasil, arrecadamos e gastamos muito, mas gastamos mal.

Francisco Soares

soares.fe@uol.com.br

Campinas

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Fundão eleitoral

Nós, brasileiros, não temos renda suficiente para manter uma democracia com este custo: serão quase R$ 5 bilhões para as eleições de 2024. Precisamos de uma democracia mais barata, mais eficiente e mais honesta.

Ronaldo Oliveira Garcia

ronaldo@malagone.com.br

São Paulo

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Um regime falido

A forma como o Orçamento foi distribuído no Congresso Nacional dá o tom para que a sociedade perceba que vivemos um regime presidencialista falido: quem manda são os que bancam estes deputados e senadores, conseguindo deles o que bem entendem. Bons tempos em que a peça orçamentária era feita ao longo de meses por especialistas da área de planejamento da Fazenda. Analisada, revisada e, depois, submetida para apreciação do Congresso. O que vimos neste fim de ano é uma esbórnia, uma pouca-vergonha, políticos destinando verbas parlamentares em profusão sem base econômico-financeira. Não importa que os eleitores tenham elegido o pior grupo de políticos de nossa história democrática, boa parte deles sem compromisso algum com a Nação, com a democracia e a economia do País. Ao mesmo tempo, gastam recursos públicos com futilidades, tempo perdido e viagens para representar a si mesmos no exterior. Não ajudam sequer suas bases eleitorais, mas destinam recursos aos seus financiadores e aliados políticos.

Rafael Moia Filho

rmoiaf@uol.com.br

Bauru

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Reeleição

‘Presente de grego’

Restaurar o mandato de cinco anos para presidente da República é como voltar à Constituição de 1946 e, pois, uma péssima ideia. O colunista Carlos Pereira tem toda razão em seu artigo Fim da reeleição é presente de grego (Estadão, 25/12, A7). A ideia do Senado é, simplesmente, poder legislar em causa própria e aumentar a duração do mandato dos senadores de oito para dez anos. Contariam com a cumplicidade dos deputados com mandato de quatro anos para aprovação da proposta, pois estes passariam a ter mandatos de cinco anos. A justificativa seria, obviamente, ajudar a garantir a governabilidade do País e evitar o descasamento das eleições, como ocorreu no período 1946-1964. Em 20 anos, em vez de cinco eleições para mandatos de quatro anos, haveria quatro eleições para mandatos de cinco anos (incluindo para o cargo de governador). O mesmo ocorreria no caso das eleições municipais para os cargos de prefeito e de vereador. Portanto, os políticos poderiam aumentar ainda mais os gastos de campanha ao economizar uma eleição e, além disso, ficariam mais tempo longe das urnas e da cobrança do eleitor.

Luiz Roberto da Costa Jr.

lrcostajr@uol.com.br

Campinas

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

FERNANDO HADDAD

Fernando Haddad a serviço do País. Lendo o editorial do Estadão Haddad e a quadratura do círculo (26/12, A3), fico convicto de que governos que se sucedem estão longe de ocupar o poder para servir a Nação. E, nesse sentido, é justa essa lembrança do jornal sobre a “façanha de articular uma agenda responsável” pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que enfrentou as retrógradas manifestações na área econômica de Lula de e membros do alto escalão do PT. Não fosse Haddad a buscar entendimentos de forma republicana com o Congresso, certamente a reforma tributária, mesmo com a surpreendente boa vontade da maioria dos membros do Parlamento, não teria sido aprovada. Graças à aprovação dessa reforma o Brasil poderá rumar para um futuro com robusto desenvolvimento econômico e social, o que já poderia ser alcançado se sucessivos governos (três do PT) se prestassem a servir à Nação. Oxalá o ministro Fernando Haddad continue nessa luta até contra seus opositores do próprio partido, na busca de dias melhores para o País.

Paulo Panossian

paulopanossian@hotmail.com

São Carlos

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PROTAGONISTA DA REFORMA

Conseguiram depois de anos promulgar a reforma tributária no Congresso. Comemorada pelos Três Poderes e ministros. Mas a verdade é que ela saiu graças a Arthur Lira, presidente da Câmara, desejar passar para a História como o protagonista que conseguiu com que ela fosse aceita e votada no Congresso.

Tania Tavares

taniatma@hotmail.com

São Paulo

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INFLAÇÃO

O que falta para este país avançar em termos de bem-estar populacional e crescimento? Era voz corrente na FEA-USP, no início da década de 1970, que, para enfrentar a inflação galopante, o professor Antônio Delfim Netto atacou o nível geral de preços em várias frentes. Desde adequada distribuição de renda a um crescimento econômico acentuado, que contou, ademais, com o mecanismo da correção monetária, responsável pela reposição das perdas inflacionárias aos ativos financeiros. Dado que o consumo é dependente da renda, medidas que possam promover o aumento da renda é prática insofismável do crescimento econômico, movido pelo aumento do consumo das famílias.

Fauzi Timaco Jorge

fauzijorge@gmail.com

São Paulo

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REAJUSTE DO SALÁRIO

Um governo dito progressista aumenta o salário mínimo minimamente. Obviamente, não faz alarde sobre o aumento pífio. Prefere tocar bumbo para desonerações e turbinamento de Bolsa Família. Quem consegue passar o mês com esse salário? Por isso a esmola sem compromisso. Por que não atrelar o Bolsa Família à obrigatoriedade de estudo ou outra atividade que signifique crescimento pessoal? Melhor se dizer bonzinho e oferecer 6 mil vagas de trabalho na Petrobras ou em outra estatal que se submeta ao progresso imposto.

Sergio Holl Lara

jrmholl.idt@terra.com.br

Indaiatuba

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TAPETE VERMELHO

Estou estarrecido com a notícia Governo gastou R$ 26 milhões com reformas e móveis para palácios (26/12, A8). Um tapete custou R$ 114 mil. Ninguém tem vergonha de informar isso como coisa banal? Onde estão os defensores do povo? Se escondem? Estamos parecendo governos comunistas com tapetes vermelhos. Aliás, já estamos copiando. Estou fervendo de raiva. Como somos nós, o povão, quem paga, que se lixem os de fora da mamata. Brasil sem solução. Só tem nossos soluços.

Nelson Augusto Rigobelli

nrigobelli@uol.com.br

São Paulo

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TROCA DE MÓVEIS

Esta troca de móveis no Palácio do Alvorada, Palácio do Planalto e Granja do Torto só mostra que Lula tem razão; qualquer pobre pode chegar a viver como “imperador” milionário. Basta entrar para o mundo da política. Esse é o Brasil que vivemos.

Luiz Frid

fridluiz@gmail.com

São Paulo

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MÁQUINA PÚBLICA INCHADA

O recém-eleito presidente da Argentina, Javier Milei, anulou o contrato de 7 mil funcionários contratados no início de 2023 com validade até o fim do ano. A medida faz parte da redução de custos dos cofres públicos e foi promessa de campanha. Se foi ou não promessa de campanha e se vai ou não reduzir custos não está em questão. Governo, seja ele municipal, estadual ou federal, não tem que ser cabide de emprego. Tem que ter os funcionários suficientes para funcionar, e não para atender pedidos deste ou daquele para empregar um apadrinhado, que quando aparece para trabalhar não tem nem lugar para sentar. Máquina pública inchada, quem paga a conta é a população. Com isso a verba do governo para melhorias é direcionada para uma folha de pagamento inchada, em razão desse pessoal contrato sem necessidade. É a nojenta política de favores.

Panayotis Poulis

ppoulis46@gmail.com

Rio de Janeiro

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TAMANHO DO ESTADO

A Argentina deu tudo o que podia e que não podia ao seu povo ao longo de décadas, acostumando-o mal. Eleito, Milei toma medidas para diminuir o tamanho do Estado, desmantela uma série de amarras que controlavam todos os setores do país, prepara empresas para serem privatizadas, corta todos os subsídios, libera a livre negociação e por último os preços explodem. A Argentina é um caso único no mundo. Não cabe nem no liberalismo, nem nos países da antiga “cortina de ferro” aliadas ao Bloco Soviético e nem na China. Trata-se de um país democrático politicamente e com regime comunista na economia (onde tudo é controlado pelo governo). Se vai dar certo? Impossível saber como se comportarão os juízes, os políticos e o seu povo.

Márcio Roberto Lopes da Silva

marcioped.itu@gmail.com

Itu

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MASSACRE EM PRAGA

O massacre em Praga, na República Checa, volta a colocar em questão o controle de armas. Outros países passaram por situação semelhante: Nova Zelândia (2019), Austrália (1996), Reino Unido (1996) e Canadá (1989). Os quatro países introduziram legislações restritivas após os eventos citados. Mas, neste último caso, um grande massacre e muito maior voltou a ocorrer em 2020. Portanto, apenas o controle de armas é uma condição necessária, mas não é suficiente para evitar massacres. A República Checa tem uma concepção liberal de permitir o registro de armas. As estatísticas mostram que 300 mil pessoas possuem legalmente um milhão de armas. O fato de um estudante universitário de 24 anos matar o pai, na cidade de Hostouň, e depois ir até a capital do país, para promover um massacre na universidade onde ele estudava, demonstra que havia informação (sobre provável suicídio) e tempo suficiente para a polícia montar uma operação de emergência. Ocorreu apenas a evacuação do prédio, onde ele compareceria a uma palestra às duas da tarde (hora local) no dia da matança, mas não houve um aviso geral para toda a universidade.

Luiz Roberto da Costa Jr.

lrcostajr@uol.com.br

Campinas

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SANEAMENTO BÁSICO

O PT gostaria muito que a economia tivesse um bom desempenho em 2024, mas nosso presidente atrapalha. A legislação relativa ao saneamento básico com qualidade surpreendente por ter nascido no governo Bolsonaro abriu esse setor ao capital privado e se estimava que haveria um investimento muito elevado. Um dos primeiros pronunciamentos de Lula mostrou que ele discorda dessa possível privatização e pretende reverter a legislação. A consequência foi interromper o investimento prejudicando o crescimento da economia e, pior de tudo, interrompendo o atendimento dos milhões de brasileiros que não têm água potável e esgoto. Dá para pedir para o nosso presidente não falar mais de improviso?

Aldo Bertolucci

aldobertolucci@gmail.com

São Paulo

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EXPECTATIVA PARA 2024

Mais uma vez um ano se aproxima, e com isso muitos sentimentos nos envolvem com a expectativa de um novo ano com novas possibilidades, pedidos, desejos, renovação, planos e metas. Diante disso, um momento de reflexão para acalmar o coração e harmonizar os pensamentos é uma boa opção.

José Ribamar Pinheiro Filho

pinheirinhoma@hotmail.com

Brasília