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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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9 min de leitura

‘Arroz do Lula’

Populismo

Não há desabastecimento de arroz no País, porque a safra gaúcha já havia sido 85% colhida antes da tragédia das chuvas. Há uma previsão de que as estradas estarão liberadas em 20 dias, resolvendo o problema de logística. Mas o governo federal decidiu importar arroz, e vai vendê-lo no varejo com o carimbo de “arroz adquirido pelo governo federal”, mas poderia ser “arroz do Lula”. Os empresários do setor falam que essa atitude é intervencionista. E é mesmo. Intervencionista e populista. O governo quer fazer da tragédia o seu cabo eleitoral para as eleições de 2024 e 2026. De governo Lula da Silva para governo Lula do Sul. Até já colocou seu candidato ao governo gaúcho, Paulo Pimenta, em posto de xerife federal da crise, um preposto de Lula. O governo vai gastar R$ 7,2 bilhões com a medida e é impressionante observar como aparece dinheiro às pencas quando o objetivo é fazer o que o governo sabe fazer de melhor: subir no palanque.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

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Propaganda

Enquanto o País busca ajudar o Rio Grande do Sul para se recuperar da tragédia, o governo Lula se aproveita da desgraça para vender arroz com preço subsidiado e fazendo propaganda no rótulo, prejudicando, ademais, o agricultor daquele Estado. Deveríamos boicotar este arroz como forma de apoio ao rizicultor do RS.

Martinho Isnard R. de Almeida

São Paulo

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A tragédia no RS

Empreiteiras

Como afirmou Machado de Assis, “o modo de compensar uma janela fechada é abrir outra, a fim de que a moral possa arejar continuamente a consciência”. Neste ambiente de reflexão, a pergunta que me finca na mente é onde estão as grandes construtoras de obras públicas deste país, diante de atitudes solidárias na tragédia que assola o RS. Grandes empresas nascidas em solo brasileiro e com operações transnacionais, que silenciam em meio à misericórdia com o povo rio-grandense, para quem sua ajuda à reconstrução do Estado pode ser vital. Ajuda como teria sido necessária por ocasião de Brumadinho e Mariana. É momento de essas empreiteiras se reavaliarem perante os olhos da plateia carente e desesperada. Atenderem a população submersa, na procura de seus Golias, em busca da cicatrização da ferida. Faltam mais do que doações pessoais. Falta socorro a quem não tem mais casa para morar nem meios para se locomover. Discurso não cria teto, não mata a fome, não atende o enfermo que nem sequer pode sair de onde está no mais das vezes por falta de ruas e estradas. Know-how e capacitação técnica essas construtoras têm. E vontade cívica?

Celso Alves Feitosa

São Paulo

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Crise climática

Drama mundial

A catástrofe do Rio Grande do Sul certamente é devida, em grande parte, à nossa (como sempre) política que não considera os interesses massivos do povo, em ordem a revelar culpa ou dolo de nossos governantes. Todavia, ela não pode deixar de ser considerada um capítulo do drama mundial, resultado dos mesmos vícios, em escala ampla, posto que a crise climática não tem fronteiras e se espraia por mais de um ponto do orbe, como se verifica em desastres semelhantes e concomitantes em outros países. Tudo resulta da retórica que supera a prática, dos programas descumpridos para erradicar, na medida de todo o possível, o aquecimento global, que lembra um lobo da floresta atacando e atemorizando camponeses incapazes de defender-se.

Amadeu R. Garrido de Paula

São Paulo

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Verão no Hemisfério Norte

Este verão no Hemisfério Norte promete ser o armagedon. Preocupa a situação de metrópoles costeiras, como Lagos, na Nigéria. Casos como o do RS, onde metade do Estado está debaixo d’água, tendem a se agravar. Estamos alertando sobre isso há uns 40 anos e repetindo o alerta ano após ano – assim como a respeito de novas pandemias.

Júlio Zavack

São José dos Campos

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Epidemia de dengue

Boas-vindas ao frio

No Brasil, em geral, as coisas não são levadas muito a sério. Espero que nossos mosquitos não saibam disso e respeitem a chegada do frio e do inverno. Disso depende a tão esperada salvação contra a progressão geométrica da dengue. Até o calor voltar, espero que já tenhamos mais vacinas e um plano efetivo e coerente de combate ao avanço da doença.

Jorge A. Nurkin

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

IMPUNIDADE

No meio do desgosto que me fica a alma ao ler o editorial O STF está exportando impunidade (Estadão, 28/5, A3), me veio à lembrança a precisa definição do pai do direito penal, o genial Cesare Beccaria: “alguns tribunais oferecem a impunidade àquele que praticou delito grave. Assim, a vileza é mais comum e contagiosa, e sempre se propaga mais. Ademais, o tribunal revela a sua própria incerteza, a fraqueza da aplicação da lei”. Outrossim, já que o governo federal está importando arroz, cuja safra brasileira já havia sido colhida antes da tragédia do Rio Grande do Sul, poderia importar também as corretas e lídimas punições aos sem número de criminosos em livre circulação em nosso querido País.

Fernando de Oliveira Geribello

São Paulo

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NÃO ESQUECER

O atual presidente Lula da Silva teve sua condenação transferida para a primeira instância (ele não foi absolvido), por uma questão de endereço (sic). Em que tribunal está correndo esse novo julgamento?Gostaria de saber e pedir à justiça para, por favor, não esquecer.

Roberto Solano

Rio de Janeiro

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CUSTO ESTRATOSFÉRICO

O custo do Judiciário, de R$132,8 bilhões em 2023, tem que ser estratosférico, já que o pagamento de somente diárias ao segurança do ministro Dias Toffoli para acompanhá-lo em viagem – de não mais que dez dias para Londres e Madrid (viagem não oficial) – foi de R$99,6 mil.

Vital Romaneli Penha

Jacareí

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SENTIDO DE JUSTIÇA

É surreal o que está acontecendo no Brasil em termos das decisões inusitadas do Supremo Tribunal Federal (STF). Um escândalo. O senado precisa urgentemente entrar nessa matéria sob pena de também perder a sua já pouca credibilidade. É preciso uma mudança radical no processo de escolha dos ministros. É preciso mudar também o tempo de permanência no cargo. Não podemos mais aceitar essa barbaridade. Como procuradores e juízes se sentirão ao investigar casos de corrupção? Com medo? Sem vontade? Qual será o sentido de justiça no Brasil? Como podemos aceitar que os responsáveis pela lava jato estejam sendo perseguidos por terem feito seu trabalho? Uma completa inversão de fatos e valores. O sistema detesta quem se coloca no meio do seu caminho e está sob proteção para executar a sua vingança. Não sei se seria válido um plebiscito popular para mudar o estado atual do STF tal como aconteceu com a lei da ficha limpa.

Nelson Falseti

São Paulo

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VOOS DANOSOS

Na verdade, os maus exemplos de Dias Toffoli, em suas atuações monocráticas, consubstanciam as suas canetadas com a finalidade de livrar das condenações e dos pagamentos de verbas confessadas e declaradas espontaneamente, em delações devidamente homologadas, seus reclamantes. Livrar, aliás, devedores conhecidos do globo, do planeta, como: Odebrecht e outros mais. Essas atuações monocráticas de Dias Toffoli precisam ser contidas pelo plenário do STF porque elas estão a criar verdadeiros gritos de protesto contra a Suprema Corte. Melhor que deixar os absurdos vagarem é impedir que eles alcem voos danosos. Mas como? Pelo veto dos remanescentes da Corte.

José Carlos de Carvalho Carneiro

Rio Claro

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CANONIZAÇÃO

Quando o PT vai pedir a canonização do ministro do STF, Dias Toffoli pelos milagres conquistados?

Luiz Frid

São Paulo

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AÇÃO MAIS INSTIGANTE

As escolas cívico-militares devem ser a salvação da qualidade de ensino no Brasil. A vergonhosa classificação internacional dos resultados dos nossos estudantes é prova de que necessitamos de alguma ação mais instigante para enfrentar a desqualificação da educação no País. A indisciplina, falta de civismo, falta de ordem, de respeito aos professores, bem como os baixos salários dos mestres devem ser modificados com as escolas implementadas do Estado de São Paulo. O exemplo paulista deveria ser seguido por todo País.

Mário Negrão Borgonovi

Petrópolis (RJ)

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DUPLA QUE ENVERGONHA

Com a calamidade pública em se instalou no Rio Grande de Sul, o presidente Lula se superou com as suas gafes. Demorou para se solidarizar com o povo gaúcho, pois estava ressentido com os poucos votos que obteve daquele Estado. Percebendo que os resgates e ajudas dos voluntários estavam tomando vulto no salvamento dos vulneráveis, resolveu agir, mas já era tarde. Perdido e com cara de paisagem disse desconhecer que haviam tantos negros no RS. Mas as ratas não pararam por aí. Agora, foi a vez da primeira-dama, Janja, postando fotos de kits sobrevivência, colocados um a um em cada assento dos aviões da Força Aérea Brasileira (FAB), e sempre sorrindo para sair bem na foto. O próximo passo da dupla foi, sem se referir aos desalojados, pedir agilidade no salvamento do cavalo Caramelo, símbolo da tragédia no RS. Essa dupla continua envergonhando os brasileiros.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

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RÓTULO NOS PRODUTOS

O desespero e busca para reverter sua queda de popularidade nas pesquisas é tal que chega ao ridículo quando, ao importar arroz para suprir a queda de produção no RS, Lula, para comercializar o produto, implementa rótulo do governo na embalagem. E, pasmem, até preço tabelado bem abaixo do vendido nos supermercados. Exemplo, pacote de 2kg vai custar R$8, quando no mercado o quilo é vendido entre R$5 a R$6. E como dizem os especialistas, é uma pura intervenção no mercado como se o País estivesse vivendo de triste memória, anos de hiperinflação, congelamento de preços por falta de produtos nas gondolas. Ora, para fechar esse circo administrativo inoportuno só falta o Planalto colocar na embalagem a foto do Lula.

Paulo Panossian

São Carlos

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ENCHENTES NO RS

A impressionante realidade das enchentes no Rio Grande do Sul, que danificaram cerca de 200 mil veículos, é de uma magnitude que poucas vezes tivemos oportunidade de observar entre nós. Quais as consequências que tal realidade vai provocar no setor automobilístico ainda não é possível viabilizar. Só o futuro que está a nossa frente poderá apontar tais efeitos nesse setor industrial.

José de Anchieta Nobre de Almeida

Rio de Janeiro

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CONFLITO NO ORIENTE MÉDIO

Israel bombardeou Rafah e causou mortes de 45 pessoas que buscavam proteção no campo de refugiados, desobedecendo à ordem de cessar ações destrutivas emitida pela Comissão Internacional de Justiça da ONU. O objetivo de destruir o grupo Hamas tem sido motivo alegado de sucessivos ataques de Israel à Faixa de Gaza desde outubro do ano passado. Mas não foi alcançado até agora, pois sequer foi resgatado o total de cerca de 100 cidadãos sequestrados em outubro, nem foi impedida a morte de alguns desses, como o caso recente de um brasileiro encontrado morto dias atrás. De onde se infere que ou o Hamas se constituiria numa força invencível, entranhada de tal modo na sociedade palestina que resultaria impraticável identificar os agentes terroristas, ou o objetivo de Netanyahu seria outro. Isto é, seria expandir seu domínio sobre uma Gaza aniquilada e assim aumentar a interface de Israel com o mar Mediterrâneo, de modo a viabilizar posição geográfica mais favorável à atracação de porta-aviões estadunidenses (um deles, aliás, esteve por aqui outro dia). Uma preparação de terreno para a guerra que se aproxima, ao que tudo indica contra o Irã, mas a envolver provavelmente países vizinhos.

Patricia Porto da Silva

Rio de Janeiro

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INCOMPATÍVEL

Passou a hora de o povo de Israel retomar a democracia e destituir o governo autocrático de Benjamin Netanyahu. Não há outra saída. Falar em acidente numa ação de guerra é simplesmente admitir a prática de um ato preterintencional, em que o antecedente é dolo e o consequente culpa. Além dos 45 seres humanos mortos no domingo em Rafah, sobretudo mulheres e crianças, não é a primeira matança dessa natureza nessa insana guerra no Oriente Médio. Os israelenses não podem aguardar mais para alcançar uma saída, ainda que tardia, para um conflito sem precedentes, em que se instaure um cessar fogo imediato e a libertação dos sequestrados pelo Hamas, com início de negociações de paz imediatas. A vontade da maioria do povo de Israel não está se realizando na eclosão desse morticínio sem fim, absolutamente incompatível com a humanidade de todos os tempos e, em especial, do século XXI.

Amadeu Roberto Garrido de Paula

São Paulo

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HAMAS

Por que ninguém articula uma rendição do Hamas criminoso em um julgamento no Tribunal internacional da ONU em Haia – sem penas capitais -, e o aprisionamento de membros pela Interpol?

Harald Hellmuth

São Paulo

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‘ADOLESCENTE INSEGURO’

Em relação ao artigo Parceria estratégica com a China (Estadão, 28/5, A5), gostaria de tecer os seguintes comentários: em termos de política externa, o governo federal atual parece às vezes se comportar como um adolescente inseguro, que ainda não se encontrou e nem sabe o que realmente quer, e que tenta tragicomicamente ficar amigo de novas turmas no âmbito internacional, estas sim com sólidos projetos próprios. Em primeiro lugar, falta um projeto de País concreto e crível para guiar as ações dos nossos governos de plantão. Sem isso, navegamos às cegas, com os resultados esperados de sempre para nossa imagem internacional e perspectivas reais de desenvolvimento econômico e social. Alguém realmente acredita que, se após anos e anos nem a Margem Equatorial recebeu até agora as devidas licenças ambientais, o mesmo não ocorreria com um projeto ferroviário tão caro e complexo? No fim, colheremos o que plantamos, e olhe lá. Tristes trópicos.

Fernando T.H.F. Machado

São Paulo

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CORPUS CHRISTI

Fico orgulhoso dos meus conterrâneos castelenses pela inédita maravilhosa confecção, desde 1963, dos tapetes comemorativos ao Corpus Christi, cobrindo algumas ruas de Castelo. Cada ano tapetes mais perfeitos, dada a meticulosa participação coletiva, já imaginando para o próximo evento a superação do anterior. Daí o sucesso pela dedicação, beleza e esmero, e a admiração dos deslumbrados visitantes degustando deliciosas mexericas, abundantes na época.

Humberto Schuwartz Soares

Vila Velha (ES)