7 de Setembro
Sentimento cívico
Sete de Setembro é uma data cívica e histórica para todos nós, brasileiros. É o dia da nossa independência. É o momento em que todos nós deveríamos cantar o Hino Nacional e expressar nosso orgulho de ser brasileiro. Só que não, a data se transformou em dia de ir às ruas protestar contra os descalabros no País. O povo brasileiro já não confia mais nas nossas instituições. E motivos não faltam: no Poder Executivo, temos um governo que se diz democrático, mas que defende ditaduras; no Judiciário, uma Suprema Corte cujos ministros juraram defender a Constituição, mas que praticam arbitrariedades; e, no Legislativo, o que se vê é um vale-tudo no qual os fins justificam os meios. Ninguém enche mais o peito para cantar “pátria amada Brasil”. O povo está perdendo o sentimento cívico. Muitos se sentem, ao fim, envergonhados diante do que se passa no Brasil. Triste!
Deri Lemos Maia
Araçatuba
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Independência em risco
Sete de setembro de 2024. Não vejo independência no atual governo federal, cada vez mais refém do Centrão e da ideologia retrógrada do Partido dos Trabalhadores (PT). Não vejo independência no Supremo Tribunal Federal (STF), cada vez mais ocupado por amigos do presidente da República, onde o notável saber jurídico deu lugar ao reprovável saber político. Não vejo independência no Congresso Nacional, mas prepotência. Vejo um país perdido entre dois populistas, mais preocupados com o próprio ego do que com os reais problemas da população. Sinto muito, nada a comemorar neste sábado.
Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva
Salvador
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Evento em Brasília
Lula convida Moraes para 7 de Setembro em contraponto a ato de Bolsonaro que pede a cabeça do ministro (análise de Vera Rosa, Estadão, 3/9). Lula da Silva não se cansa de demonstrar falta de inteligência. Ao convidar Alexandre de Moraes para o 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios, com o objetivo de afrontar Jair Bolsonaro e seus apoiadores, Luiz Inácio só reforça as suspeitas de que nas relações entre o ministro do Supremo e o governo exista muito mais do que apenas respeitosas relações institucionais. Se o ministro aceita o convite, então, a suspeita se confirma.
Maurilio Polizello Junior
São Paulo
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‘Dependência’
Neste 7 de Setembro, em vez de apenas comemorarmos a Independência do Brasil, devemos repudiar a dependência de Brasília, que é cada vez mais flagrante, autoritária e repugnante neste atual governo.
Carlos Gaspar
São Paulo
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Eleição em São Paulo
Hora da cidadania
Daqui a 30 dias vamos eleger o próximo prefeito ou prefeita de São Paulo. Vamos às urnas para votar em quem acreditamos reunir as melhores condições para fazer um bom governo, a serviço de toda a população. Espera-se que o eleitor crítico e consciente tenha a noção da responsabilidade que lhe cabe no exercício do voto e do poder no dia da eleição. Como consta do parágrafo único do artigo primeiro da Constituição federal: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. Parece óbvio, mas é o voto de cada eleitor que vai determinar o resultado das urnas. Por isso meu maior temor está no que Milton Santos chamou de déficit de cidadania. Étienne de La Boétie, no livro Discurso sobre a servidão voluntária, explora o comportamento de gente que se acostuma com a dominação, a sujeição e a servidão e se torna presa fácil de manipuladores, oportunistas e inescrupulosos que lhe roubam o consentimento, o apoio e, trazendo para o momento presente, o voto e a liberdade. Como diz Étienne de La Boétie: “Uma vez perdida a liberdade, todos os males se seguem de enfiada”. Aí está o risco deste comportamento servil de eleitores incautos que não se importam com a baixaria e o comportamento de agressividade, desrespeito e deboche de certo candidato nos falsos debates. A um mês da eleição, entretanto, ainda há tempo para mudar o clima eleitoral e não repetir a marcha da insensatez de 2018, quando a radicalização e a polarização destrutiva produziram o desastre e o abismo. Que o respeito, a civilidade, a racionalidade, o equilíbrio e a serenidade de representantes e representados impeçam o fascínio enganador de tiranos, oportunistas, manipuladores e sedutores de idiotas.
João Pedro da Fonseca
São Paulo
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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br
SILVIO ALMEIDA
As denúncias de assédio sexual do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, contra a ministra Anielle Franco e outras mulheres precisam, sem dúvida, de apuração justa e rigorosa. Entretanto, se, ao que tudo indica, rumores de conduta inapropriada por parte do ministro já circulavam há meses no Planalto, inclusive entre pessoas próximas ao presidente Lula, por que então não foram tomadas providências antes? Seguramente esses rumores chegaram às orelhas de Lula que usou do expediente do faz de conta que não está acontecendo nada à espera de que as coisas se resolvessem sozinhas e sem alarde para, assim, preservar a imagem do governo. Estratégia equivocada. O que já era um grande problema tornou-se um problema maior ainda e o governo sai arranhado.
Luciano Harary
São Paulo
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‘CASO DE HIPOCRISIA’
Marielle Franco foi homenageada por Silvio Almeida em seu discurso de posse no Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, em janeiro de 2023. Nesse discurso, o ministro lamentou a “violência contra os homens e as mulheres pretas”, afirmou sua disposição em trabalhar “pela valorização dos servidores, pelo combate a todo tipo de assédio” e bradou, de forma teatral: “Mulheres do Brasil, vocês existem e são valiosas para nós”. Se as denúncias do Me Too Brasil, de assédios moral e sexual praticados contra um grupo de mulheres no serviço público, dentre elas Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, tendo Silvio Almeida como assediador, forem comprovadamente verídicas, a confrontação dos fatos criminosos com o discurso de posse do titular da pasta dos Direitos Humanos representará um dos mais escabrosos casos de hipocrisia da história política brasileira. Aliás, uma hipocrisia que andará de mãos dadas com a imperdoável traição dos ideais da esquerda, resultando num estrago político que nem os mais radicais direitistas conseguiriam perpetrar.
Túllio Marco Soares Carvalho
Bauru
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FUTURO NEBULOSO
O governo do ser mais honesto do Brasil mostra que sempre onde tem PT, o partido do amor, sempre tem algo no mínimo estranho. O ministro dos Direitos Humanos acusado de assédio sexual contra a ministra Anielle Franco, ou seja, sempre no PT temos o antigo ditado popular: faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço. Aliás, posso dizer que após essa nova vergonha petista, aqui no Brasil o futuro está nebuloso.
Antonio Jose Gomes Marques
São Paulo
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BLOQUEIO DO X
Se a “maioria vê motivação política em decisão de Alexandre de Moraes de bloquear o X”, isso não tem a menor importância. A maioria também se deixou enganar em 2018, quando, por causa das redes sociais, elegeu um transtornado incompetente para presidente da República. O bloqueio da X ocorreu por vontade do sr. Elon Musk, que se negou e se nega a nomear um representante da sua empresa no Brasil, o que contraria a lei brasileira.
Euclides Rossignoli
Ourinhos
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LIBERDADE DE EXPRESSÃO
Que alívio ouvir uma voz sensata sobre o Caso X. Eugênio Bucci, em seu artigo Liberdade de expressão? (Estadão, 5/9, A6), chega ao ponto. Não há liberdade de expressão quando há um abuso do poder econômico e um desrespeito ás leis e instituições. Fim.
Maria Isis M. M. de Barros
Santa Rita do Passa Quatro
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APOIO A MORAES
Incrível como uma difamação dita em outro idioma leva as pessoas a cometerem um crime capitulado no Código Civil. É o caso que vem ocorrendo com o ministro Alexandre de Moraes, que teve e tem atuação brilhante e decisiva em defesa da nossa democracia. Agora, novamente coube a ele enfrentar um milionário dos Estados Unidos, desavisado, para dizer o mínimo, dono da X, que disponibiliza sua empresa à criminosos para difamar e desmoralizar outras pessoas sem ter o perigo de ser preso por isso. Popularizada no Brasil como fake news, conteúdo enganoso, que aqui conhecemos como mentira, ou no caso, calúnia, como consta no artigo 138 do Código Penal. Para início de conversa, o processo a cargo do ministro Moraes não foi escolhido por ele e sim por meio de um sorteio, e que o vem conduzindo de acordo com a legislação vigente. Nós brasileiros temos a obrigação de apoiar o ministro para não nos tornarmos coniventes como o estrangeiro, que proporciona um meio de comunicação dessa maneira.
Gilberto Pacini
São Paulo
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7 DE SETEMBRO
Neste 7 de setembro teremos duas opções de comemoração: Independência do Brasil na Avenida Paulista e Dependência de Brasília na capital Federal. Infelizmente, nada vai mudar para aqueles que esperam melhorias, sentados em casa. Para eles, a sugestão é “pegue seu banquinho e saia de fininho”.
Carlos Gaspar
São Paulo
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APOSTAS ESPORTIVAS
Se essas apostas esportivas online dos bets já são vistas como vício comparável a epidemia, e está destruindo as finanças de milhões de brasileiros, trata-se de um um caminho criminoso, porém, próspero para lavagem de dinheiro, como demonstra uma operação da polícia de Pernambuco sobre jogos ilegais, no qual prendeu a influenciadora Deolane Bezerra e sua mãe Solange Alves Bezerra. Essa operação com 170 agentes, incluindo da Interpol, desbaratou e prendeu várias pessoas de um grupo criminoso que atuava em jogos não autorizados em vários Estados, e como resultado, entre joias, veículos, etc., foram bloqueados R$ 2,1 bilhões. O sucesso desta operação com a participação da polícia e Ministério Público precisa ter a sua continuidade incentivada a fim de desbaratar certamente outros grupos que seguem atuando pelo País.
Paulo Panossian
São Carlos
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MIMO PARA ESPOSAS
O professor Dr. Oswaldo Cruz, um dos maiores cientistas na área médica não só no Brasil, mas no mundo, deve estar muito triste e decepcionado com os nomes dos laureados com o prêmio que leva o seu nome, pessoas sem nenhuma qualificação cientifica ou humanitária justificada, principalmente nos dois últimos governos do Brasil, de Bolsonaro e Lula. Assim, o prêmio que merece ser destacado e respeitado está sendo aproveitado por nossos presidentes só para agradar as suas esposas, entre os condecorados realmente merecidos.
Tomomasa Yano
Campinas
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‘INJUSTIÇA’
Condecorar pessoas inexpressivas, sem justificativas, e sem nunca ter condecorado Heley de Abreu Silva Batista, nossa heroína de Janaúba, Minas Gerais, são injustiças praticadas só pelas Repúblicas bananeiras.
Lincool Waldemar D Andrea
São Paulo
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CONDECORAÇÕES
Depois de ter sido agraciada em 2023 com o mais alto grau da Ordem do Rio Branco, concedida pelo governo federal a pessoas físicas ou jurídicas por “serviços meritórios e virtudes cívicas que contribuem para a honra da Nação”, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, receberá em breve a medalha do mérito Oswaldo Cruz, na categoria ouro. A medalha foi instituída em 1970 pelo general e presidente Emílio Garrastazu Médici como homenagem a pessoas e instituições que, de algum modo, contribuíram para a saúde dos brasileiros. Com efeito, as pessoas que receberam e mereceram ambas as condecorações por serviços prestados devem estar pensando seriamente em devolvê-las, pois não? Francamente.
J. S. Decol
São Paulo
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ILUSÃO
Na eleição paulistana, no leme da nau chamada São Paulo, dois personagens disputam a direção a ser tomada: Lula da Silva insiste em aproar à esquerda; Jair Bolsonaro quer guinar à direita. Ambos não se importam que os 9,3 milhões de eleitores embarcados possam adentrar em uma provável tempestade. Na disputa pelo duplo comando da valiosa embarcação – quase R$ 112 bilhões – singram as águas agitadas pela polarização que promovem, trocando políticas públicas por rotas próprias, que comprometem seriamente o destino final. E eis que no convés surge o ilusionista Pablo Marçal. Afirmando possuir um mapa de um tesouro, que só ele sabe a localização, pleiteia assumir o leme. Os eleitores a bordo, a imensa maioria excluída secularmente do exercício da cidadania e do sucesso vivenciado por uma elite albergada em privilégios, se agarram nessa espúria fantasia de riqueza, iludidos por mais um discurso malicioso que promete o que todos querem, mas sequer é revelado concretamente como será feito. Desvia-se da polarização, adota-se a ilusão.
Honyldo Roberto Pereira Pinto
Ribeirão Preto
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VERDADE
O esculhambador candidato à prefeitura de São Paulo periga de ser eleito no 1.º turno. Afinal, Pablo Marçal é o único que está falando a verdade aos paulistanos. Sem medo, declarou à mídia que “suas proposta são inviáveis em quatro anos de mandato”. Fica a dica para os demais participantes: sempre falar a verdade. Será que conseguem?
Júlio Roberto Ayres Brisola
São Paulo
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FALÊNCIA DA DEMOCRACIA
O regime democrático se tornou o caminho para criminosos se darem bem na vida sem correrem riscos, basta ver o que está acontecendo em São Paulo com a ascensão vertiginosa do candidato Pablo Marçal. Sem propostas, sem gabarito, sem experiência, sem currículo, com um passado tenebroso que envolve condenações criminais, Pablo Marçal é o retrato da falência da democracia. O brasileiro gosta de se dar bem na vida sem trabalhar, basta ver a epidemia de jogos online que já movimenta centenas de bilhões de reais. Uma candidata como Tabata Amaral é vista pelos eleitores como uma otária, do tipo que gosta de estudar, vai bem na escola, enquanto Pablo Marçal é o malandro que cabula aulas e passa de ano comprando o gabarito das provas. Na política brasileira tem muitos malandros como Pablo Marçal e poucos manés como Tabata Amaral. Na democracia só o que interessa é a quantidade, Marçal vai ganhar fácil da Tabata para alegria da turma que faz seus joguinhos online.
Mário Barilá Filho
São Paulo
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‘CAMINHO INUSUAL’
A França começa a trilhar um caminho político inusual com uma coabitação inédita, em que a quarta força política (Republicanos – 47 deputados) indicou o 1.º primeiro-ministro numa coalizão com a segunda força política (Juntos – 166 deputados) no Parlamento. A coalizão de governo de centro-direita supera, portanto, em 20 cadeiras a bancada da esquerda (Nova União Popular Ecológica e Social – Nupes – 193 cadeiras) na Assembleia Nacional. Embora longe da maioria absoluta (289 deputados do total de 577 cadeiras), houve um pacto de não-agressão com a terceira força política (Reunião Nacional e seus aliados). Esta, conta com 142 deputados e se comprometeu em não apoiar uma moção de censura contra o novo governo. Aos 73 anos, o novo premiê terá que usar sua vasta experiência, ativa por mais de 50 anos, para enfrentar os desafios de uma complexa situação política, econômica, social e ambiental.
Luiz Roberto da Costa Jr.
Campinas