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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Por Fórum dos Leitores
8 min de leitura

Violência urbana

Nas mãos do Estado

Moradores de Copacabana criam grupos para caçar suspeitos de crimes (Estadão, 7/12, A19). Isso é autodefesa, a caça contra o caçador. Justiça com as próprias mãos não pode, mas sofrer e morrer nas mãos de criminosos também não. O equilíbrio dessa situação está nas mãos do Estado, da Secretaria de Segurança.

Arcangelo Sforcin Filho

arcangelosforcin@gmail.com

São Paulo

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Desespero

A escalada da violência no Rio gera a sensação de total incompetência do Estado para proteger os cidadãos de bem. E aí, no desespero, as pessoas querem fazer justiça com as próprias mãos, o que é crime previsto em lei. Não basta as autoridades responsáveis pedirem à sociedade que confie nas forças de segurança, porque é isso que as pessoas vêm fazendo há anos, e o resultado é o cenário atual, em que ninguém mais se sente seguro na antiga Cidade Maravilhosa. Medidas efetivas têm de ser tomadas, e com urgência, antes que a impressão de que as leis protegem os criminosos e punem os trabalhadores se generalize.

João Manuel Maio

clinicamaio@terra.com.br

São José dos Campos

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Impunidade

A escalada da violência nas grandes cidades assusta. É a qualquer hora do dia, em bandos e em qualquer lugar. Desestimula o cidadão a sair de casa. E o que fazem as autoridades de segurança pública? Efetivos policiais são insuficientes para o combate. Sem entrar no detalhe dos ridículos salários, quando o policial vê solto na rua um criminoso que ele prendeu há poucos dias, vai arriscar a vida por merreca? As grandes cidades já viraram terra sem lei. Onde vamos parar?

Panayotis Poulis

ppoulis46@gmail.com

Rio de Janeiro

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Educação

Ensino a distância (EAD)

O editorial A farra da educação a distância (Estadão, 6/12, A3) destaca, de forma precisa, a distorção que essa forma de ensino vem revelando no País, ao sabor de interesses comerciais. O EAD é importante para as atividades complementares e útil à pós-graduação. Mas não pode substituir as aulas presenciais na graduação em Direito, por exemplo, privando os estudantes do convívio universitário e prejudicando-lhes a formação ética que deriva do associativismo e gera espírito de classe, numa espécie de noviciado com a profissão. Há anos, o Conselho Federal da OAB, acolhendo voto por mim ali proferido, firmou entendimento nesse sentido, em votação unânime. Temos hoje 1.918 cursos de Direito e somos o país com maior número de advogados no mundo (quase 1,4 milhão). Se o quadro atual é anômalo, na medida em que se facilite a expansão dos cursos, tende a agravar-se. Vivemos clima característico de um certo neopositivismo, isto é, andamos próximos do livre exercício das profissões liberais, sem regras ou limites, como pregavam os positivistas no início da República.

Paulo R. de Gouvêa Medina,

professor emérito da UFJF

paulorgmedina@hotmail.com

Juiz de Fora (MG)

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Uma farra

O editorial de 6/12 aborda os absurdos que ocorrem nestas arapucas para ganhar dinheiro fácil com a fabricação de diplomas. Nada contra o EAD na formação de profissionais, mas isso tem de ser rigorosamente fiscalizado pelo MEC, e com a definição da carga mínima de aulas presenciais. Anos atrás, auxiliei com aulas particulares de reforço alguns alunos de um EAD de Engenharia de uma instituição do Paraná, que se formariam engenheiros civis dois anos depois. Os futuros engenheiros não tinham conhecimentos mínimos de Matemática e Ciências no nível de ensino médio, mas só a preocupação de obter um diploma. Seria mais honesto e consequente dar diplomas, mediante provas práticas, a pedreiros com o mínimo de cinco anos de experiência na construção. Aparentemente, a preocupação brasileira não é formar profissionais para a cada vez mais exigente época do conhecimento, mas apenas apresentar bons indicadores estatísticos.

Alberto Mac Dowell Figueiredo

amdfigueiredo@terra.com.br

São Carlos

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Brasileirão 2023

Palmeiras campeão

O Palmeiras foi campeão numa reação espetacular. Isso evidencia a regularidade da equipe nos últimos anos. Diante disso, por que Abel Ferreira não é o principal candidato a técnico da seleção brasileira? Por que Diniz e Ancelotti estão à sua frente? O óbvio precisa ser bradado.

Célio Cruz

celiocruz@terra.com.br

Recife

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

CRIME NA AMAZÔNIA

Lula da Silva e sua tropa de choque usaram omissões do governo Jair Bolsonaro em relação à Amazônia fanfarronar que, se vencessem as eleições, dariam à região um tratamento mais digno (Crime na Amazônia: quais as facções estrangeiras que disputam o domínio da floresta, 6/12). Estarrecido, constato que, além dos focos de incêndio, 22 facções, de cinco de países vizinhos, usam a Amazônia para transportar e comercializar drogas. Antes “pedra”, agora “vidraça”. Diante da gravidade da denúncia apresentada pelo Estadão, Lula da Silva e Flávio Dino devem imediatamente esclarecer a situação, apresentando possíveis soluções para o caso.

Maurílio Polizello Junior

polinet@fcfrp.usp.br

Ribeirão Preto

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COMBATE ÀS FACÇÕES

No combate à presença de facções criminosas na Amazônia, cujo número tem aumentado acentuadamente, é imperativo adotar abordagens multifacetadas. Primeiramente, é essencial fortalecer a presença policial na região, investindo em treinamento especializado e tecnologia de monitoramento. Além disso, intensificar a cooperação entre os Estados amazônicos e órgãos federais, promovendo ações coordenadas e compartilhamento de informações. O engajamento da comunidade local é fundamental, promovendo a conscientização e incentivando a participação cidadã na segurança pública. Paralelamente, a implementação de políticas sociais e econômicas, como educação e oportunidades de emprego, contribuirá para desestruturar as bases de apoio das facções, fortalecendo a resiliência da região contra atividades criminosas.

Luciano de Oliveira e Silva

luciano.os@adv.oabsp.org.br

São Paulo

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GUERRAS CIVIS E MILITARES

A Rússia iniciou uma guerra contra a Ucrânia em fevereiro de 2022. O grupo palestino Hamas lançou um ataque contra Israel no início de outubro deste ano. E agora a Venezuela determinou a criação de um Estado venezuelano na Guiana Essequiba. A crise na Síria, de quase uma década, já matou milhares de pessoas. Na República Democrática do Congo, no Mali, em Moçambique, nas regiões da Caxemira e do Afeganistão também existem combates. Os países fabricantes de armamentos e munições continuam faturando com guerras civis e militares mundo afora. Se houver um conflito entre a Venezuela e a Guiana, poderá respingar algum distúrbio no Brasil também.

José Carlos Saraiva da Costa

jcsdc@uol.com.br

Belo Horizonte

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VENEZUELA E GUIANA

Não acredito no resultado do plebiscito da Venezuela sobre a Guiana. Ele pode ser manipulado a bel prazer pelo ditador Nicolás Maduro. Não creio que venezuelanos de bom senso queiram apoiar um eventual conflito com o país vizinho. O ditador Maduro, querendo seguir o exemplo de Vladimir Putin, talvez queira ampliar seu território, anexando parte da Guiana. Se essa é a ideia, estimulado pela atitude belicosa de Putin, é preciso que se lembre também do que fez a Argentina tentando tomar as Malvinas. É preciso evitar loucuras para não envolver inocentes num eventual conflito armado, se chegar a esse ponto. Em se tratando de Maduro, tudo é possível. Espero que seja bravata. O ditador, certamente, não vai querer ver navios de grandes potências, com muitos interesses comerciais na região, ancorados na costa da Guiana.

Alvaro Salvi

alvarosalvi@hotmail.com

Santo André

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BLINDADOS NA FRONTEIRA

Que nossos blindados estejam realmente colocados nas divisas Brasil com Venezuela e com a Guiana para nos defender, e não para facilitar invasões do país da democracia relativa.

Tania Tavares

taniatma@hotmail.com

São Paulo

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LULA PACIFICADOR

Por não falar russo e muito menos ucraniano, o presidente Lula tinha um obstáculo natural para resolver o conflito numa mesa de bar, como gosta. No caso da Venezuela com a Guiana, tem a rara oportunidade de praticar sua sabedoria, pois consegue entender o espanhol, e Celso Amorim, o inglês. Não pode deixar escapar essa oportunidade de mostrar ao mundo o quanto entende da alma dos povos, independentemente das ambições e dificuldades. Quem sabe dessa vez consiga levar o Nobel da Paz.

Alberto Mac Dowell Figueiredo

amdfigueiredo@terra.com.br

São Carlos

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FALTA DE LIDERANÇA

É muito triste ver o que está acontecendo sem que tenhamos líderes que nos apontem o caminho. O Estado tem uma incompetência flagrante. O crime organizado está se apoderando do País. Um milhão de pessoas aguardam respostas do INSS. A educação dos brasileiros é muito ruim. O SUS tem gente que luta para fazer funcionar, mas os recursos são poucos. A indústria, que participava em 30% do PIB e era grande geradora de empregos e de arrecadação, agora está com 5%. Somos os principais produtores do mundo em diversas commodities, mas as exportamos sem as industrializar e as importamos de volta industrializadas em outros países. A administração digital entrou pouco na administração pública e se suspeita que sirva para cabide de emprego e para vender facilidades. Não há esgotos para cerca de cem milhões de brasileiros, e cerca de 20 milhões não têm água potável. Não temos lideranças jovens que entendam tudo isso e tenham competência para encontrar caminhos. Temos que fazer uma reza forte para mudar tudo isso para que tenhamos um futuro para sonhar.

Aldo Bertolucci

aldobertolucci@gmail.com

São Paulo

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FAROESTE EM COPACABANA

Com a intenção dos cariocas de Copacabana de formar milícias para combater bandidos, estamos chegando ao faroeste americano do século 19. Esta é a atual situação da segurança pública que protege o cidadão brasileiro.

Luiz Frid

fridluiz@gmail.com

São Paulo

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POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA

Entre 2019 e 2022 o número de brasileiros que viviam nas ruas teve um crescimento de mais de 30%. É o resultado da política nociva e desumana da extrema direita que quase destruiu o País.

Sylvio Belém

sylviobelem@gmail.com

Recife

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CARENTE DE HABILIDADES E SENTIDOS

Não apenas de habilidades estamos carentes. Falta-nos exercitar os sentidos. De um lado, o Pisa revela que os alunos não sabem ler e não sabem calcular. De outro, porém, os embates políticos revelam que não se sabe mais ouvir nem escutar. Quando se fala de guerras, não se veem mais os mortos. Falta tato para lidar com a diplomacia, falta sabor e saber no trato cultural, para lembrar de Rubem Alves. Fica apenas a constatação de que tudo cheira mal.

Adilson Roberto Gonçalves

prodomoarg@gmail.com

Campinas

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DESEMPENHO NO PISA

O desempenho dos estudantes brasileiros de 15 anos avaliados no Pisa, a mais importante prova de educação do mundo, segue sofrível e preocupante. Em leitura, estão no 52.º lugar; em ciências, no 61.º; e em matemática, no 65.º. O que esperar do futuro do país onde a juventude vai tão mal nas provas? Pobre Brasil.

J. S. Decol

decoljs@gmail.com

São Paulo

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EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL

Metade dos jovens das famílias mais pobres do país não estuda nem trabalha. Entre os mais ricos, o índice cai para 7%. Ao todo, 10,9 milhões de jovens estão nessa situação. Só há uma solução: educação em tempo integral (vide Darcy Ribeiro). O governo tem que levar isso a sério e investir, pesado, em educação básica.

Roberto Solano

robertossolano@gmail.com

Rio de Janeiro

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LINHA VERMELHA DO METRÔ

Com a privatização da Sabesp a porteira está aberta para outras privatizações. Parece que alguém não gostou, porque nesta quinta, 7/12, a Linha Vermelha do Metrô estava insuportável na Vila Matilde. Embarquei – ou fui embarcado, literalmente – na sétima vez. Não existe contingência.

João Camargo

inteligencianomundo@hotmail.com

São Paulo

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ETANOL

O presidente Lula deve enfrentar a Petrobras e seus penduricalhos. Mas é preciso lembrar que, para substituir o petróleo, nós temos, ao lado da geração eólica e solar, uma arma que ninguém mais tem: o nosso etanol, que parece ter sido esquecido e que é relativamente fácil de incentivar sua utilização, pois já existe toda a estrutura de fornecimento e fabricação. Bastará incentivar seu uso!

Luiz Antônio Ribeiro Pinto

brasilcat@uol.com.br

Ribeirão Preto

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LINGUAGEM SIMPLES NO JUDICIÁRIO

O Pacto Nacional do Judiciário pela Linguagem Simples, anunciado no 17.° Encontro Nacional do Poder Judiciário, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em parceria com o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), deveria contemplar o uso de pronomes de tratamento simples, mas respeitosos, entre as partes, como: senhor(a), vossa senhoria ou até mesmo o usual doutor(a). Isso evitaria o ocorrido no interior de Santa Catarina, onde uma juíza exigiu o tratamento de excelência.

Jorge de Jesus Longato

financeiro@cestadecompras.com.br

Mogi Mirim