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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Por Fórum dos Leitores
7 min de leitura

Ataque aos Três Poderes

Anomia e barbárie

Os eventos de 8 de janeiro de 2023 ainda carecem de investigação, análise, reflexão e consequente aprendizado. Para o bem da própria democracia. Que foram criminosos e golpistas, já se sabe e se admite quase consensualmente, exceção feita aos próprios golpistas e simpatizantes que restam, conscientes ou “ingênuos”. Sendo crime, resta consolidar as provas para a responsabilização e devida punição dos participantes, promotores e comandantes. Pela gravidade, o processo deve ser imprescritível e não pode restar sombra de impunidade; a punição deve ser severa. Para o bem da cidadania. Os historiadores ainda analisarão, à luz da massa documental produzida, a dinâmica dos eventos, a mobilização massiva da milícia golpista, o fomento do rancor popular e a provocação do vandalismo irruptivo. Os analistas políticos e estratégicos já podem analisar a armadilha da convocação da GLO, habilmente evitada pelo governo, que era o objetivo de setores extremistas da sociedade e da caserna: a transferência da autoridade aos militares. Ao fim das contas, uma conclusão inusitada, que deveria horrorizar os conservadores, ao invés de entusiasmá-los: uma revolução ainda é possível. E as consequências, imprevisíveis. Entre elas, a anomia e a barbárie.

Roberto Yokota

rkyokota@gmail.com

São Paulo

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Tentativa de golpe

Está claro que se tratou de uma tentativa – tosca, é verdade – de tomar o poder. Os cidadãos brasileiros que realmente querem o melhor para o nosso país nunca se envolveriam numa demonstração de subdesenvolvimento moral e político que sem dúvida visava ao favorecimento de interesses e pessoas pouco sérios.

Vera Bertolucci

veravailati@uol.com.br

São Paulo

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Judiciário

Suprema Corte

Excelente avaliação da posição individual de ministros e do colegiado do STF (A força e a fraqueza do Supremo, 7/1, A3). No Brasil, a máxima que diz “juízes de primeira instância acham que são deuses, desembargadores têm certeza e ministros do STF estão, segundo eles próprios, acima de Deus” é muito verdadeira. Precisam todos calçarem as sandálias da humildade.

José Renato Nascimento

jrnasc@gmail.com

São Paulo

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São Paulo

Sensação de abandono

Excelente, o editorial SP precisa de política, não de ideologia (8/1, A3). Sentimos o abandono na gestão da cidade. A Cracolândia se estende a cada ano, sendo acolhida pela caridade e filantropia e demonstrando a incapacidade dos gestores públicos. A infraestrutura da cidade é ignorada. O telefone 156 é um engodo, pois as queixas não se convertem em ações corretivas. As calçadas estão impróprias para a circulação de idosos e cadeirantes, sem acessibilidade para pedestres. Falta sinalização de trânsito, facilitando a transgressão de motoristas. Agradeço a este jornal por ter sido porta-voz dos paulistanos abandonados.

Claudia Lessa

crlessa18@gmail.com

São Paulo

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Adensamento da cidade

No artigo A cidade ideal (6/1, A4), o vereador Rodrigo Goulart aponta a solução para alguns dos problemas da cidade, mas a ignora. Justifica que pessoas querem morar na parte mais central da cidade porque na periferia a infraestrutura é pior. Por que então não melhorar a infraestrutura na periferia? Em muitas cidades do mundo civilizado as pessoas moram em pequenas cidades-satélites com grande qualidade de vida. Transporte rápido e eficiente permite isso. O adensamento em cidades como São Paulo só atende aos interesses de incorporadoras. Moro em uma região onde não havia congestionamentos, mas estes começam a surgir, piorando a qualidade de vida de todos. Justificar que prédios maiores produzem sombras menores por conta do recuo maior (onde existe esse recuo?) é risível. Vejam o que ocorreu em Camboriú, mesmo com o “recuo” natural da praia. Cidades civilizadas possuem baixo gabarito dos prédios de forma padronizada. Veja Barcelona como exemplo. Aqui em São Paulo mesmo ocorreu de pessoas mudarem-se para bairros que possuíam bom comércio de rua (não só lojas, mas também escolas, armazéns, farmácias), mas, como essas áreas atraíam mais moradores, o comércio foi gradativamente substituído por prédios residenciais, e a vantagem de morar no local desapareceu.

Mário Corrêa da Fonseca Filho

mario@gmocoaching.com.br

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

8 DE JANEIRO

Eliane Cantanhêde, em didático artigo no Estadão (8/1, A8), em que o título “Golpe foi articulado antes mesmo de 2018, mas a democracia foi mais forte” já diz tudo, fez um histórico relato do que ocorreu nos quatro anos do governo de Jair Bolsonaro, cujo único propósito era acabar com a democracia e instalar uma ditadura militar com ele como autocrata vitalício. A colunista do jornal, três vezes por semana, durante quatro anos, revelou a articulação e o andamento do golpe anunciado, que só cegos e analfabetos políticos não percebiam. Suas colunas e esse artigo deveriam ser editados em livros de história do Brasil.

Paulo Sergio Arisi

paulo.arisi@gmail.com

Porto Alegre

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OPERAÇÃO DA PF

A Polícia Federal cumpriu 47 mandados contra os financiadores dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Os patrocinadores planejaram detalhadamente a ocasião, conduzindo a democracia para uma condição de risco. Os manifestantes, que foram de ônibus para Brasília, eram cidadãos frustrados, confundidos pelas artimanhas da turma que alavancou o dinheiro para custear os atos. Os financiadores precisam ser punidos com todo o rigor da lei, inclusive, devolvendo os R$ 50 milhões dos estragos contabilizados até o momento. Cadeia é muito pouco para esses patrocinadores.

José Carlos Saraiva da Costa

jcsdc@uol.com.br

Belo Horizonte

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ATOS GOLPISTAS

O verdadeiro antídoto contra o extremismo golpista deriva de uma conjunção de fatores que evidenciam que a democracia é, na prática, a melhor opção. De nada vale comemorar eventos como o 8 de Janeiro no momento em que os piores abusos se verificam em operações policiais que atingem letalmente pobres e negros, além do efeito de aniquilação de sentimentos de dignidade e autoestima. Contra esse genocídio, aliás, poucos se manifestam.

Patricia Porto da Silva

portodasilva@terra.com.br

Rio de Janeiro

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‘APAGÃO’ NO 8/1

WhatsApp da cúpula da segurança de Brasília revela omissão e ‘apagão’ decisório no 8 de janeiro” (8/1, A6). “Conversas em grupos de mensagens mostram que autoridades sabiam do objetivo de ‘tomada do poder’, mas não tomaram medidas compatíveis”. Via de regra, um crime apresenta-se em duas vias: ação e omissão. Se os que praticaram os lamentáveis atos de vandalismo no 8 de janeiro estão sendo punidos, o mesmo tratamento deve ser dado aos que deveriam promover a proteção do patrimônio público. Não podemos nos esquecer que, em 8 de janeiro, a responsabilidade de coibir os atos depredatórios já cabia à atual gestão, que deve ser igualmente criminalizada fosse o Brasil um país justo.

Maurílio Polizello Junior

polinet@fcfrp.usp.br

São Paulo

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ATAQUE AOS TRÊS PODERES

A data de 8 de janeiro precisa ser esquecida no calendário nacional, embora não se possa de fato deixar de lembrá-la como um acontecimento dramático onde se tentou interromper o processo democrático de direito que estamos vivendo. É necessário que a Justiça continue no julgamento dos responsáveis por aquela barbárie, no sentido que tal fato não volte a se repetir entre nós e, assim, possamos continuar na luta pela construção da grande Nação que tanto sonhamos e temos condições de ser.

José de Anchieta Nobre de Almeida

josenobredalmeida@gmail.com

Rio de Janeiro

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TENTATIVA DE GOLPE

Ironia da História: a abominável, condenável e imperdoável tentativa frustrada do golpe liberticida de 8 de janeiro acabou provocando o fortalecimento das instituições republicanas e do Estado Democrático de Direito. Um ano após o fracassado golpe, cabe dizer: Perdeu, Bolsonaro! Viva a democracia!

J. S. Decol

decoljs@gmail.com

São Paulo

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DINHEIRO PÚBLICO

O pretexto usado pelos ardorosos defensores do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) é o de que a prática democrática é cara e implica um alto custo. Será republicano e democrático, no entanto, obrigar o cidadão a arcar com as expensas de partidos políticos que pouco representam em termos de programa ou ideologia, meras legendas vazias, com os quais ele não se identifica? Por outro lado, é triste, por exemplo, constatar o contraste entre a manifestação alucinada de importantes parcelas do povo brasileiro em dias de clássicos de futebol de seu clube favorito ou durante os desfiles de escolas de samba e trios elétricos, entre outras exibições País afora, com a sua apatia diante da usurpação de bilhões de reais que lhe pertencem e que poderiam ser aplicados para minorar dramas fundamentais, tais como as faltas de saneamento básico, educação pública de qualidade e serviços de segurança e saúde que os beneficiários da volumosa verba, os candidatos apontados pelas respectivas agremiações, prometem aliviar em campanha mas pouco cumprem após eleitos.

Paulo Roberto Gotaç

pgotac@gmail.com

Rio de Janeiro

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FERNANDO HADDAD

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad – o único do governo federal com credibilidade –, chamou para briga o ministro da Casa Civil, Rui Costa, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e a maioria da “tigrada” petista que só se interessam pela gastança desenfreada. Ele está incomodado com a ausência de reconhecimento de suas vitórias conseguidas pelos seus próprios méritos e sem contar com a ajuda até do presidente Lula da Silva, que sempre desdenhou de seus projetos em relação à reforma tributária, cujo fato se tornou um feito inédito jamais visto na história deste País. Afinal, Haddad está magoado com os comentários de seus pares petistas, que só conseguem atrapalhar não só a sua pasta econômica, mas também o País. Na verdade, ninguém precisa de inimigos quando se tem uma corja barulhenta contrária ao Brasil. Força, Haddad!

Júlio Roberto Ayres Brisola

jrobrisola@uol.com.br

São Paulo

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ADEUS A ZAGALLO

O Brasil perdeu uma de suas maiores lendas no esporte: o “Velho Lobo” Zagallo, que deu muitas alegrias aos brasileiros e deixará saudades.

José Ribamar Pinheiro Filho

pinheirinhoma@hotmail.com

Brasília

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CRISE EM ISRAEL

As notícias provenientes de Jerusalém demonstram que o Hezbollah e o Líbano estão mais próximos da mesa de negociações do que Israel, que já dizimou o norte da Faixa de Gaza. No entanto, o estado judaico revela predisposição para o enfrentamento bélico com o sul, prolongando indefinidamente e recrudescendo essa guerra insana. Uma ampla jornada de negociações envolvendo também o Irã, Iraque, Arábia Saudita, Síria e os demais países da região abriria a perspectiva de paz no Oriente Médio, de relevância global. Entretanto, esse caminho não será trilhado se o sofrido e combativo povo de Israel não encontrar um meio de fazer prevalecer a democracia em seu amplo espectro, que começou a ser respeitada com a decisão da Suprema Corte e a derrota do insano projeto de Benjamin Netanyahu de retirar do poder Judiciário a força imperativa no cumprimento de suas decisões.

Amadeu Roberto Garrido de Paula

amadeugarridoadv@uol.com.br

São Paulo