A foto do joelho de Rodrigo está aqui abaixo. Foi feita por Pablo Saborido, o barbudo em questão. Ela vai integrar a mais nova edição do Guia San Pablo, que será lançado no próximo fim de semana, durante a Feira Tijuana de Arte Impressa.
FOTOS: Pablo Saborido/Divulgação
O guia não é convencional. Não avalia os restaurantes da cidade nem indica lugares pelo estilo de comida. Tem um recorte bem específico: comenta os melhores joelhos de porco de São Paulo. São oito endereços indicados, nas quatro zonas da cidade. Além do Mocotó, aparecem o Deigo, japonês com comida de Okinawa na Liberdade, o Hwang To Gil, coreano no mesmo bairro, o Kostelão do Pirata, no Itaim Paulista, o King of the Kings, chinês do Centro, o boteco Amigo Leal, também no Centro, o Schnaphaus, alemão de Pinheiros, e o Penedo Latícinios, banca de produtos alemães no Mercado de Santo Amaro.
O guia é feito pelo escritório de arquitetura Vapor324 – composto por Fabio Riff, Fabrizio Lenci, Rodrigo Oliveira e Thomas Frenk –, pelo publicitário Niclás LLano, além do fotógrafo Pablo Saborido. Está na quinta edição, sempre em publicações de baixa tiragem, recheadas de desenhos (feitos por Fabrizio Lenci), fotos e textos.
Ilustração: Divulgação
As edições anteriores foram dedicadas ao Centro, ao Pari, ao restaurante Kintarô e ao Bom Retiro. “Desta vez escolhemos um prato que nos permitiu ir aos diferentes cantos da cidade e que é como um denominador comum de várias culturas”, conta Fabrizio.
O guia propriamente é uma grande ilustração de um porco de oito pernas. Cada perna é um dos locais recomendados. O desenho é dobrado como uma sanfona. Na parte de trás, aparecem as fotos dos donos dos restaurantes visitados – sempre exibindo seus próprios joelhos. Cenas das visitas e imagens de joelhos – artísticas, não comestíveis – também figuram na publicação.
A ideia para o tema surgiu das visitas feitas na produção das outras edições do guia, quando os autores perceberam que o joelho de porco aparecia em diferentes restaurantes cultura. Eles contam ter rodado mais de 260 quilômetros em São Paulo procurando bons joelhos de porco. Alguns lugares visitados ficaram de fora – “Tem muito joelho de porco ruim. Aí não dá para falar”, diz Fabrizio.
A reportagem acompanhou a visita do guia ao Mocotó, que, segundo os autores, é o dono do melhor joelho de porco que provaram em São Paulo – e que foi o último a ser testado para o guia. Braseado, chega à mesa num rico molho, escoltado por cuscuz de milho e jerimum assado. Pablo espeta seu garfo e faca no prato e comenta, empolgado: “Olha só! A carne sai fácil. O osso fica limpo. Isso é muito bom sinal.” A carne é muito saborosa e macia, passa por longo período de cocção. Fabrizio afirma: “É o melhor, não tem jeito.” O grupo concorda, mas faz menção honrosa ao do Deigo, também memorável.
“Acho que o interessante desse guia é que ele é uma forma de se aproximar e se apropriar da cidade em que vivemos – falando de comida, que é algo que nos interessa, e das pessoas que abrem suas portas para a gente”, diz Fabrizio. O guia tem tiragem de 250 e custa R$ 40.
Feira Tijuana de Arte Impressa - Lançamento do Guia San Pablo.R. Três Rios, 252, Bom Retiro. Sáb.(8) e dom. (9), 12h/20h