Aleja. Comida peruana bem típica, simples e feita no capricho. FOTO: Daniel Teixeira/Estadão
Noriega costuma estar no restaurante mais à noite e, à sua maneira, vem se tornando responsável por um pequeno império: cuida também de outro Aleja, no Tatuapé, e do Inkafood, na Vila Olímpia, para refeições rápidas e pratos para viagem, além de um catering para eventos e festas ? sempre trabalhando com o receituário de seu país. Os pratos do Aleja são bons de sabor e, principalmente, remetem de fato à cozinha do cotidiano no Peru. Têm frescor e personalidade, chegam à mesa fumegantes (a propósito, ainda que haja um sistema de exaustão, você também acaba um pouco defumado). Tratando da cozinha fria, o ceviche, por exemplo, é feito em marinada rápida e arde sem dó, como poucos lugares fazem na cidade. Por esses dias, a especialidade foi preparada com o peixe-cabra, em geral desprezado em feiras e peixarias, e a apresentação surpreende pelo acabamento. As causas também são muito gostosas, caprichosamente montadas. Entre os pratos de resistência, o arco de opções é grande: desde uma bem fornida jalea mixta, o frito misto com camarão, peixe (mais uma vez, cabra) e mexilhão, com mandioca e milho, até um trivial tacu tacu (a massa de arroz e feijão) com contrafilé acebolado e vegetais. A maioria dos pratos custa entre R$ 20 e R$ 35 ? é mais barato do que os restaurantes peruanos no eixo mais badalado da capital, certamente; mas bem mais caro do que os restaurantes bolivianos dos arredores. Para finalizar, doces como suspiro limeño e o clássico combinado de mazamorra morada (feita com o amido de milho roxo e especiarias) e arroz doce, preparado à minuta. Sobre tempos e velocidades, é preciso avisar que os pratos costumam ser mais para demorados. Tudo é elaborado por uma equipe pequena, dois cozinheiros, em geral. Há apenas um garçom no salão, gentil e bem instruído sobre o menu, mas com limites óbvios de ação. Como a casa não fecha entre almoço e jantar, compensa ir fora do horário de pico, quando o serviço é mais ligeiro. Último aviso: tem TV ligada no salão e, em algumas noites, música peruana ao vivo. Esteja preparado.
Por que este restaurante?
Pelo cardápio peruano simples, bem feito e fiel ao estilo.
Vale?
Vale. É comida com tipicidade e sem luxo. Com entrada, prato e sobremesa, gasta-se entre R$ 50 e R$ 70, sem bebidas (muitas porções servem 2).
SERVIÇO - Aleja
Av. Carlos de Campos, 155, Pari Tel.: 2291-5301 Horário de funcionamento: 10h/22h (fecha 2ª) Cc.: A, D, M Sem valet (estacionamentos nos arredores) Metrô: Armênia (1,3 km) Ciclovia: Pari/Canindé (1 km)