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Sushi para menores

Foi um almoço no balcão do Tanuki, talvez o japonês mais confiável da Vila Madalena (ok, ok, a concorrência por lá também não é acirrada). A casa, que foi fundada pelo veterano Shigueru Hirano (que hoje atende só no Shigueru, no Itaim), segue fazendo um trabalho direito, nos moldes do que temos apelidado, aqui no blog, de sushi de combate. O que me chamou a atenção na última visita, no entanto, foi a clientela: muitas crianças. Algumas, inclusive, eram tratadas pelo nome. Era um tal de "Oi, Dani, oi, Manuela...", constantemente, vindo dos balcão e dos garçons. Até festa de aniversário infantil, à japonesa, também teve, no salão dos fundos. Eu sei que é óbvio, que crianças gostam mesmo de sushis, temakis etc etc. Só que estou indo um pouco além e louvando a disposição do restaurante em ser amigável com os meninos. E, por outro lado, que bom que a garotada vai aprendendo a provar a cozinha fria nipônica sem necessariamente começar por invencionices e misturebas. Sim, o restaurante(R. Jericó, 287, 3814-3760) prepara lá suas barcas, concede aqui e acolá na receita, faz apresentações e lay-outs especiais para este ou aquele item. Mas, na média, não descuida do paladar da molecada - e, felizmente, há outros estabelecimentos que também agem assim. À sua maneira, mais do que sustentar astutamente o negócio, o Tanuki dá seu quinhão na tarefa de formar público. Pois é mesmo verdade que crianças só querem coisas ditasfáceis, de gororoba - leia-se cream-cheese, maionese e que tais -, ou há um certo comodismo dos adultos (pais, cozinheiros, todo mundo) em oferecer comida bem feita? Não vamos, por outro lado, cair no extremo oposto. Também não precisa criar a meninada à base das iguarias, isso tem hora para acontecer. E sai caro à beça - pois, quem resiste a torô? É só uma questão de dosar. Apresentar bons niguiris para uma audiência ainda em consolidação pode ser uma bela oportunidade de ampliar as fronteiras da dieta das crianças. Começa-se pelo cru, parte-se para outras preparações, aí surgem os vegetais... Então, introduzem-se ideias como sazonalidade, frescor... Viajei? E, não é assim, quem sabe, que se molda a clientela do futuro?

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