PUBLICIDADE

Blogs

A chance de degustar o primeiro azeite brasileiro

Na semana que vem (dias 13 e 14), quem passar pela 4.ª edição da ExpoAzeite, no Centro Fecomercio de Eventos, em São Paulo (Rua Dr. Plínio Barreto, 285, Bela Vista), terá a chance de degustar o primeiro azeite de oliva extravirgem brasileiro. Com sabor e aroma que não deixam nada a dever aos melhores azeites importados, conforme garante o pesquisador Nilton Caetano de Oliveira, da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), o produto pioneiro vem de Maria da Fé, cidade localizada no sul de Minas, e foi obtido graças à tecnologia desenvolvida pela empresa. Poucos sabem, mas essa oportunidade de provar um azeite 100% nacional é resultado de um árduo trabalho no campo. A adaptação de oliveiras ? planta de clima temperado ? e seu desenvolvimento satisfatório em solo nacional levaram, exatamente, 53 anos, informa Oliveira, que é gerente da Epamig em Maria da Fé. ?Uma vez instalada, a oliveira permanece no local por pelo menos 50 anos. Portanto, o solo deve ser muito bem preparado.? Foi na Fazenda Experimental da Epamig no município que, em 2008, foi colhida a primeira safra de azeitonas e também onde foi feita a primeira experiência bem-sucedida de extração de azeite. Há dois anos, de 1 tonelada de azeitonas, foram extraídos 200 litros de azeite. Segundo Oliveira, há 10 mil plantas que vão entrar em produção em dois anos. Em 2009 a produção foi de 500 litros e, este ano, deve chegar a mil litros de azeite. A cadeia produtiva do azeite está se formando no Brasil e o clima é de otimismo. Na Serra da Mantiqueira, em 50 municípios de Minas e São Paulo, 200 mil plantas ocupam 400 hectares. A maioria dos cultivos está em território mineiro; São Paulo ? em municípios como Campos do Jordão, São Bento do Sapucaí, Natividade da Serra e Espírito Santo do Pinhal ? soma, por enquanto, 50 mil plantas, em 120 hectares. A meta é, em 2015, produzir 800 mil litros de azeite na região da Mantiqueira. Entre as variedades de azeitonas utilizadas na pesquisa em Minas ? arbquina e armosana (espanholas), grappolo e ascolana (italianas), maria da fé (brasileira) e koroneki (grega), o destaque para a extração de óleo foi a grapollo e a ascolana para a produção de azeitonas de mesa. O que tornou possível o cultivo de oliveiras em Maria da Fé, diz o gerente da Epamig, foi a característica mais marcante do município: o frio. Lá, são 1.300 metros de altitude e temperatura média mínima de 10 graus. A média máxima não passa de 22 graus. ?Graças a isso, nosso azeite tem 0,39% de acidez (ácido oleico)?, diz Oliveira. Pelo critério técnico, o azeite com até 0,80% de acidez é classificado como extravirgem. ?Podemos ter um azeite tão bom quanto os melhores importados?, acredita. A ExpoAzeite também terá a participação de produtores do Rio Grande do Sul, que também estão investindo no cultivo de azeitonas e na extração do óleo, mas com variedades diferentes das de Maria da Fé. Para se ter ideia do mercado ?olivicultor? no Brasil, em 2009 o País importou 44 mil toneladas de azeite e 70 mil toneladas de azeitona. Este ano, a previsão é que 50 mil toneladas de azeite sejam importados. Isso põe o Brasil como 3º maior consumidor de azeitonas e 5º maior importador de azeite. Seriam necessários, segundo a Epamig, 40 mil hectares para atender o consumo interno de azeite, com produtividade média de 10 toneladas de azeitona/hectare. Calcula-se que de 6 quilos de azeitona possa ser extraído 1 litro de azeite. A pesquisadora Edna Bertoncini, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), falará sobre os desafios para a produção nacional de azeites no dia 11 de setembro (sábado), às 9 horas, no Curso Técnico Internacional de Análise Sensorial em Azeites ? Brasil 2010, que ocorre em São Paulo. Ainda no sábado, além da palestra de Edna, haverá apresentações sobre harmonização de azeites e influência das técnicas na degustação de azeites. O curso será realizado na Escola Senai ?Horácio Augusto da Silveira? (Rua Tagipuru, 242, Barra Funda). Siga o Agrícola no Twitter.

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE