Dá para dizer que os sem-toalha são herdeiros indiretos da bistronomie – o movimento de chefs franceses estrelados, liderados por Christian Constant e Yves Camdeborde, que abriram mão do luxo e inauguraram seus bistrôs gastronômicos, servindo comida de excelência a preço de bistrô e inspirando cozinheiros do mundo todo a fazer o mesmo.
Mas, em São Paulo, os sem-toalha surgiram no rastro de três casas que abriram em 2009. O Così (ops, esse tem toalha…) é um exemplo. Ali, instalado com simplicidade em Santa Cecília, o chef Renato Carioni bancou um estilo de cozinha que alia técnica e qualidade, sem afetação. E conseguiu oferecer bons preços, além do primeiro ovo mollet que fez fama na cidade.
O Maripili surgiu na mesma época com a ideia de oferecer boas tapas e pratos simples da culinária espanhola a bons preços, na Chácara Santo Antônio.
LEIA MAIS:+ O movimento dos sem-toalha
Mais para o fim do ano veio o Le Jazz, que ditou moda e deu a largada para o boom gastronômico em Pinheiros (hoje já tem três endereços e andou subindo os preços, mas inspirou várias outras casas).
E depois surgiram também o Brado, em Pinheiros; e o Chef Vivi, aberto no fim de 2011, com cardápio autoral, sem toalhas na mesa e preços um pouco mais baixos.
Completando o quadro dessa bistronomia à paulistana, há quem tenha seguido os passos do emblemático caso do Arturito, de Paola Carosella: o restaurante Le French Bazar reinaugurou em janeiro com menos mesas – sem toalhas –, sem o bazar no nome e cardápio menor e mais afinado. A reviravolta promovida pela argentina Paola Carosella parece ter servido de recado para o inflacionado mercado gastronômico paulistano: menos é mais.