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Duas cervejas para sair de férias e a nova onda das frutas

Opções para quem está no frio de São Paulo ou indo curtir o verão europeu

Na véspera de sair de férias, abri uma Dogma e Hocus Pocus Peach. A lata é toda invocada e quando você lê os nomes envolvidos na empreitada, sabe que vai vir gole sério: a colaborativa reúne duas cervejas que costumam priorizar a experimentação. Em outras palavras, parecem não estar nem aí para a resposta do público (embora quase sempre façam cervejas aclamadas). Fazem a linha cervejas complexas + público cativo. Depois do primeiro gole, quedei conferindo reservas e documentos, até voltei para a lata para checar se tinha aberto a cerveja certa. Essa american IPA com adição de pêssego é tão simples, tão gostosa sem complicar a vida, que é quase um solzinho enlatado. No friozinho do inverno de Sao Paulo, ela parece uma reserva de energia solar. Não aquece, mas ativa as lembranças dos dias quentes de verão (onde agora estou, já falo sobre as cervejas daqui). Com 6,7% de teor alcoólico, a Peach (R$ 49 a garrafa de 473 ml, no Empório Alto dos Pinheiros) é do tipo que basta uma. O começo do gole é bem seco, com lúpulo fazendo a comissão de frente, cítrico e herbal. No fim, vem um dulçor que deve ser do pêssego, talvez da combinação do malte com o pêssego.

Com 6,7% de teor alcoólico, a Peach é do tipo que basta uma Foto: Hocus Pocus e Dogma|Divulgação

Se gostar, fique atento para um movimento que se insinua nos novos rótulos de cerveja: frutas sendo usadas em estilos cada vez menos evidentes, com expressões de sabor e aroma cada vez menos óbvias. A Júpiter Salapa de Frutas (R$ 32 a garrafa de 470 ml, no Empório Alto dos Pinheiros) e da mesma família, uma American Pale Ale com grapefruit, manga, tangerina e lima da pérsia, que é uma delícia. Quando você lê o rótulo, acha que vai tomar uma vitamina, ou o chapéu da Carmem Miranda, mas encontra uma pegada seca, com a fruta aparecendo numa versão tartárica, atrevida.

Outra novidade interessante nessa linha é a Goose Island ‘Feather in the Foot’ (R$ 24 a taça de 280 ml na Goose Island). Primeira cerveja envelhecida em barril produzida na Brewhouse, é uma American Pale Ale, concentrada por congelamento, envelhecida em quatros barris de cachaça e com adição de uma fruta por barrica como manga, laranja, maracujá e caqui. Nao deu tempo de eu provar antes de viajar, ela foi lançada logo em seguida, mas tem toda a pinta de seguir esse fluxo frutado e inusitado.

Μπύρα da semana

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(pronuncia-se birra da semana)

  Foto: Siris MicroBrewery|Divulgação

Preço: € 1,90 (330 ml, na www.beercorner.gr) Assim como o resto do mundo, a Grécia vive um momento de exploração das cervejas artesanais. Lojas e bares com rótulos locais e importados são cada vez mais frequentes nas ruas de Atenas. E assim como em muitos países, as cervejas artesanais gregas poderiam ser americanas. E as exceções que buscam expressões locais sao catastróficas (provei uma cerveja com uma erva local, filtrada com pedras locais, com adição de mel local, que se dizia uma blonde, e também uma pilsener, que certamente entraram para as minhas piores lembranças cervejeiras). 

Mas tem boas cervejarias em busca de uma cara própria. A Siris, que vem do extremo norte do país, é uma delas. E dessa cervejaria a melhor μπύρα que tomei até agora, é a Greek Summer Funky. Foi pensada para o verão e o calor aqui bateu os 37 graus ontem. Com 4,5% de álcool, trata-se de uma light lager levíssima com perfil de lúpulo delicado mas bem presente, bem perfumado. Refrescante, divertida, combinaria perfeitamente com um espetinho de camarão, mas pode chamar de souvlaki para parecer mais grego.

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