Chineses homenageam líder expulso após Tiananmen em 10º aniversário de sua morte

A polícia tentou impedir os jornalistas de entrarem na casa de Zhao, onde ele passou mais de 15 anos sob prisão domiciliar

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Por SUI-LEE WEE
Atualização:
Os liberais chineses consideram Zhao Ziyang um símbolo de transformação democrática Foto: Kim- Kyung-Hoon/Reuters

Mais de 100 pessoas se reuniram neste sábado na casa em Pequim de Zhao Ziyang, o chefe do Partido Comunista da China expulso em 1989 por se opor à repressão militar contra os manifestantes pró-democracia, para homenagear o 10º aniversário de sua morte.

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Os liberais chineses consideram Zhao um símbolo de transformação democrática, em um país cujos líderes tem rejeitado a reavaliação dos acontecimentos de 1989.

Grupos de pessoas se aglomeraram dentro da casa de Zhao, que ficou repleta de coroas de flores. As homenagens deste sábado atraíram mais pessoas do que em anos anteriores, já que os aniversários de 10 anos são considerados especialmente relevantes na China.

O Partido Comunista da China tem rejeitado o legado do homem que fez um apelo aos estudantes para que deixassem a Praça Tiananmen antes da repressão violenta de 4 de junho de 1989, e que também foi importante na implementação inicial de reformas econômicas no país.

No cerne da delicada questão estão a influência duradoura de Zhao e as divisões permanentes a respeito das reformas políticas na China.

“Se ele puder ser vindicado, então nosso país vai ser capaz de seguir o caminho da democracia”, disse Ruan Jizhong, que viaja todo 17 de janeiro da província central de Hubei até a casa de Zhao, “Todo mundo pensa desse jeito. Só que ninguém se atreve a se expor.”

A polícia tentou impedir os jornalistas estrangeiros de entrarem na casa de Zhao, onde ele passou mais de 15 anos sob prisão domiciliar antes de morrer.

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“Para manter seus interesses, (os líderes chineses) têm que manter um sistema político de despotismo, e tentar excluir a influência democrática que Zhao Zyiang exerce sobre o público”, disse Du Guang, ex-diretor de um centro de pesquisas que assessora o governo em assuntos referentes à reforma política.

As cinzas de Zhao são mantidas na sua casa, já que a família e as autoridades não chegaram a um entendimento sobre um local do sepultamento definitivo, disse à Reuters uma fonte próxima à família.

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