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Chuvas atrasam plantio de trigo no RS; dificultam controle de doenças

O excesso de umidade do solo devido às chuvas frequentes no Rio Grande do Sul continua atrapalhando o plantio do cereal no Estado que é um dos dois grandes produtores do grão no Brasil, juntamente com o Paraná, informou nesta quinta-feira a Emater, o órgão de assistência técnica do governo local. "Isso (a chuva) preocupa os triticultores, que ainda não concluíram a semeadura, uma vez que o período preferencial se torna cada vez mais exíguo", afirmou a Emater em nota. Segundo o órgão, apesar das condições desfavoráveis, a semeadura avançou nos últimos dias para 79 por cento da área estimada para este ano, um atraso ante a mesma época do ano passado, quando produtores tinham semeado 86 por cento. A Emater relatou ainda "desistência de plantio do trigo por parte de alguns produtores, que julgaram ser muito tarde para tal, temendo redução da produtividade e um possível atraso no plantio da soja na resteva dessas lavouras". A Emater disse ainda que, devido ao clima úmido, as primeiras áreas instaladas apresentam desenvolvimento lento, devido à escassez de luminosidade e à alta umidade. "Essas condições têm propiciado o aparecimento de manchas foliares (doenças fúngicas), o que leva aos agricultores efetuarem tratamentos preventivos nessas lavouras." Tais doenças, se não forem controladas, podem reduzir a produtividade das lavouras do Brasil, que espera uma safra recorde superior a 7 milhões de toneladas neste ano. O rendimento médio em 2014 no Rio Grande do Sul foi estimado pela Emater em 2.735 kg/ha, queda de 13,55 por cento ante 2013, quando o Estado teve a maior safra da história. A produção total de 2014 está estimada em 3,154 milhões de toneladas, recuo de 5,87 por cento na comparação anual. No Paraná, as chuvas recentes também preocupam os produtores do oeste do Estado, uma vez que dificultaram o controle de doenças que devem afetar a qualidade e a produtividade das lavouras, disse o agrônomo Hugo Godinho, da Secretaria de Agricultura, nesta quinta-feira. Mas a secretaria ainda não alterou suas projeções de safra, acreditando que maiores produtividades em outras regiões possam compensar eventuais perdas. As chuvas também prejudicaram a conclusão do plantio ao sul do Paraná, que planta mais tarde que outras áreas. O Estado prevê uma safra recorde de 4 milhões de toneladas, após produtores terem sido levados a ampliar as áreas por preços favoráveis. As chuvas também estão atrasando o plantio de trigo na Argentina, tradicionalmente o principal fornecedor do Brasil, boa parte de suas necessidades.

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Por Redação
Atualização:

(Por Roberto Samora)

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