Mandela está 'muito melhor', mas continua internado, diz porta-voz

Mac Maharaj disse que o ex-presidente africano falou com ele, durante visita ao hospital

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Por Redação
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JOHANESBURGO - O ex-presidente sul-africano Nelson Mandela está "muito melhor" após ser tratado de uma infecção pulmonar e cálculos biliares, mas permanecerá no hospital por enquanto para cuidados extras, disse um porta-voz da Presidência sul-africana nesta terça-feira, 18. Primeiro presidente negro do país e herói anti-apartheid, Mandela, de 94 anos, foi internado em um hospital de Pretória em 8 de dezembro, depois de ser levado de seu vilarejo de Qunu, em uma região remota e rural da província do Cabo Oriental. Ele foi tratado inicialmente por uma infecção pulmonar recorrente e em seguida passou por um procedimento para retirar pedras na vesícula.

O porta-voz da Presidência Mac Maharaj disse que visitou Mandela nesta terça-feira. "Ele está parecendo muito melhor", afirmou o porta-voz em comunicado, acrescentando que o ganhador de um Prêmio Nobel da Paz tinha falado com ele. Os médicos ficaram satisfeitos com seu progresso, segundo Maharaj. "Eles dizem que não há crise, mas acrescentaram que não estão com pressa para mandá-lo para casa", completou. "Ele tem 94 anos e precisa de cuidados extras. Se ele passar mais dias no hospital, é porque o cuidado necessário está sendo prestado", disse Maharaj. Sobre a conversa com Mandela, Maharaj contou que ele o perguntou: "'Mac, o que você está fazendo aqui?' Eu pedi a ele para não dar trabalho aos médicos", acrescentou. Mandela passou 27 anos em prisões do apartheid, incluindo 18 anos em Robben Island, na costa da Cidade do Cabo. Foi libertado em 1990 e prosseguiu usando seu inigualável prestígio para pressionar pela reconciliação entre brancos e negros como fundamento da "Nação Arco-Íris" após o apartheid. Ele deixou o cargo em 1999, após um mandato, e se afastou da vida pública durante a última década. Mandela foi internado em um hospital em Johanesburgo em 2011, com problemas respiratórios, e novamente em fevereiro deste ano, por causa de dores abdominais. Ele foi liberado no dia seguinte, depois de um exame não ter encontrado nada de grave. Desde então, ele tem passado a maior parte do tempo em Qunu. Sua frágil saúde o impede de fazer aparições públicas na África do Sul, embora ele continue recebendo visitas de importantes personalidades nacionais e internacionais, incluindo o ex-presidente norte-americano Bill Clinton em julho.

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