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Papa Francisco canoniza primeiro santo argentino

Jose Gabriel del Rosaria Brochero, também conhecido como 'padre gaúcho', representa os ideais de sacerdote que o papa valoriza; foram canonizados também outros seis religiosos

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Por Redação
Atualização:

VATICANO - O papa Francisco canonizou neste domingo, 16, sete novos santos, entre eles o argentino Jose Gabriel del Rosario Brochero, conhecido como “padre gaúcho”, com quem o pontífice compartilha muitas semelhanças, como o gosto por chá-mate e uma dedicação para levar o ministério para até mesmo as pessoas mais isoladas.

Francisco homenageou os novos santos em uma missa diante de uma multidão de 80.000 pessoas na Praça de São Pedro, dizendo que os novos santos, “graças à oração, tinham corações generosos e firmes”.

Freiras acompanham por um telão na província de Córdobaa cerimônia relizada no Vaticano que canonizou o "padre gaúcho"Jose Gabriel del Rosario Brochero (1840-1914), primeiro santo argentino Foto: France Press

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Segundo o papa, “os santos são homens e mulheres que entram profundamente no mistério da oração. Homens e mulheres que lutam com a oração, deixando o Espírito Santo se manifestar neles”.

Também foram canonizados dois padres italianos, Lodovico Pavoni e Alfonso Maria Fusco, o mártir francês Salomone Leclercq, a freira francesa Elisabeth da Trindade, o bispo espanhol Manuel Gonzalez Garcia e leigo mexicano Jose Sanchez del Rio.

Nascido em 1849 na província de Córdoba, Brochero, o primeiro santo argentino, foi um dos mais famosos católicos na Argentina durante a juventude de Francisco. Ele morreu em 1914, depois de viver durante anos com hanseníase, que se acreditava ter sido contraída de um dos seus seguidores.

Brochero havia sido beatificado em 2013, depois que o papa Bento XVI reconheceu um milagre atribuído à sua intercessão. Na ocasião, o então cardeal Jorge Mario Bergoglio escreveu uma carta aos bispos da Argentina elogiando Brochero por ter tido o “cheiro de suas ovelhas”. Essa é uma frase que Francisco tem usado frequentemente para descrever o que ele considera o pastor ideal – aquele que acompanha o seu rebanho, caminhando com eles por altos e baixos da vida.

“Ele nunca ficava na sacristia. Ele montava em sua mula e saía para encontrar pessoas como um sacerdote da rua, até o ponto de adoecer”, escreveu Francisco. O biógrafo papal Austen Ivereigh comentou que Brochero exemplifica o ideal de Francisco de um sacerdote.

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Entre os paralelos compartilhados pelos dois argentinos está a espiritualidade de Brochero, profundamente enraizada nos exercícios espirituais dos jesuítas que são tão caros a Francisco. O papa exortou seus pastores a viajarem para as periferias para ministrar aos pobres, como Brochero sobre sua fiel mula Malacara.

Entre os argentinos que foram a Roma testemunhar Brochero sendo elevado à santidade, estavam o presidente Mauricio Macri e sua esposa. / Associated Press

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