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Vídeo que mostra morte de dançarina no Rio pode não servir de prova

Por Daniela Amorim (Broadcast)
Atualização:

O vídeo que mostra o assassinato da dançarina de funk Amanda Bueno, de 29 anos, pode não servir como prova contra o acusado pelo crime, o dono de vans Milton Severiano Vieira, de 32 anos, noivo da vítima. Imagens do sistema de segurança instalado na casa onde o casal morava, em Nova Iguaçu, cidade na Baixada Fluminense, mostram Amanda sendo agredida pelo companheiro, na tarde de quinta-feira, 16.O vídeo já está em poder da polícia, mas, segundo o advogado que defende o acusado, Hugo Assumpção, as imagens foram obtidas de forma inapropriada e vazadas irregularmente na internet, o que desqualifica o material como prova no processo. "O vídeo não vai poder ser usado, porque foi uma prova obtida de forma ilegal. Invadiram a casa dele e roubaram o vídeo antes que a polícia chegasse", justificou Assumpção, afirmando que a defesa do acusado pelo assassinato fará em momento oportuno o pedido para que a Justiça desqualifique o vídeo como prova contra Vieira.O dono de vans foi indiciado por feminicídio, assassinato cometido contra mulheres em razão do gênero ou em decorrência de violência doméstica. Ele foi transferido neste sábado, 18, para a penitenciária de Bangu 10, no Complexo de Gericinó, na zona oeste do Rio.O assassinato de Amanda Bueno, ex-dançarina dos grupos de funk Gaiola das Popozudas e Jaula das Gostozudas, causou comoção nas redes sociais, onde foram postadas fotos do corpo da vítima e as imagens do sistema de segurança da casa de Vieira, instalado três dias antes do crime. Na gravação, Amanda e Vieira discutem, até que o noivo começa a agredir a dançarina. Vieira derruba Amanda no chão, bate com a cabeça da vítima e a golpeia várias vezes com uma pistola. Depois de deixá-la desmaiada, ele pega uma escopeta calibre 12 e ainda dispara cinco vezes contra a cabeça da mulher.A polícia investiga se Vieira é ligado à milícia que atua na região e controla o transporte de vans. Segundo o advogado do acusado, todas as armas que ele possuía em casa eram registradas. Assumpção também afirmou que o dono de vans não participa de nenhuma milícia.Após o crime, Vieira roubou um carro que estava parado em frente à sua casa. Ele foi preso após capotar na Rodovia Presidente Dutra, que liga o Rio a São Paulo. O acusado estava com a pistola e a escopeta usadas no crime, outras duas pistolas e um revólver. Ele tinha porte de armas intramuros, que só permite o uso dentro de casa.

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