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Jesse Owens torceu pelo 'canguru brasileiro'

Em 1956, Brasil e EUA foram uma só torcida

Por Liz Batista
Atualização:
 

Jesse Owens, um dos maiores nomes da história do atletismo, juntou-se aos brasileiros na torcida pela melhora do brasileiro Adhemar Ferreira da Silva, . Às vésperas da Olimpíada de 1956 em Melbourne, Austrália, o atleta ficou de cama por causa de um abscesso dentário.

Em

entrevista exclusiva

ao

Estado

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em 20

de novembro daquele ano, declarou ser um admirador do brasileiro e falou sobre o pontencial olímpico do País, onde soube "o amor pelos esportes é tremendo". Sobre Ademar, afirmou que ele seria grande em qualquer corrida e que, sem dúvida, chegaria a ganhar medalhas nas provas de altura e de extensão, pois “tem pernas que parecem molas”. Ele, o então recordista do salto em distância, confessou a dificuldade do salto triplo, modalidade de Adhemar, “eu mesmo experimentei o salto triplo, e nunca pude estabelecer qualquer marca boa. Faz muita falta a carência de qualidades especiais e de molas nas pernas.”Sobre o Brasil, disse que não estranharia se nas Olimpíadas de 1960 e 1964 viessem a rivalizar com os EUA e a URSS. Não só a admiração pelo brasileiro motivava sua torcida. Em Melbourne como representante do presidente dos EUA, Owens apontou o russo Leonid Cherbakov como o favorito da prova, caso Ademar não competisse. Um resultado nada desejável para os americanos em tempos de Guerra Fria.

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Owens

se tornou uma lenda dos esportes ao ganhar quatro medalhas de ouro e se tornar o melhor atleta na Olimpíada de Berlim, em 1936. As vitórias do atleta negro americano ruíram o espetáculo nazista armado para exaltar a superioridade da raça ariana.

O Estado de S.Paulo, 13/9/1956

 

O 'canguru brasileiro', apelido recebido em Melbourne, não decepcionou seu torcedor especial. Levou o ouro e bateu o recorde olímpico com um salto de 16,35 metros. Adhemar também se tornou o primeiro atleta nacional bicampeão olímpico. O primeiro ouro foi em Helsinque, em 1952.

O Estado de S.Paulo, 28/11/1956

 
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